Noronha é destino também para viajantes de fim de semana; veja roteiro

Morro Dois Irmãos é um dos principais cartões postais de Noronha. Vista é do mirante na trilha que pode ser acessada no PIC Sancho/Golfinho. Foto: Luiz Pessoa/NE10Morro Dois Irmãos é um dos principais cartões postais de Noronha. Vista é do mirante na trilha que pode ser acessada no PIC Sancho/Golfinho. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Promoções cada vez mais constantes de passagens aéreas têm incluído Fernando de Noronha nos destinos com desconto, em voos que saem de Recife e Natal. Assim, as oportunidades são maiores de conhecer a ilha e, mesmo para quem não tem férias previstas, pode aproveitar um fim de semana para relaxar por lá. Veja um roteiro para poucos dias – mas o ideal é reservar pelo menos sete dias para o arquipélago:

Sexta-feira

É possível ver vários pontos de Noronha do Forte dos Remédios e, por isso, ele é escolhido para o pôr do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10

É possível ver vários pontos de Noronha do Forte dos Remédios e, por isso, ele é escolhido para o pôr do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Todos os voos chegam a Noronha à tarde. Para aproveitar desde os primeiros momentos, tem que deixar as malas na pousada e correr para assistir ao pôr do sol. Alguns dos pontos preferidos são os fortes de São Pedro do Boldró, onde muita gente se reúne após os passeios, e de Nossa Senhora dos Remédios, que tem vista para vários pontos da ilha, além da Praia da Conceição, a mais badalada. Mas antes, se estiver com fome, vale parar na saída do aeroporto para um lanche em Gostosinho, um dos personagens da ilha que gostam de bater papo, contar histórias e dar dicas.

Depois desse espetáculo, que já impressiona e pode causar o tal sentimento de “euforonha“, é hora de provar a gastronomia noronhense. Tem moqueca, ceviche, paella, bolinho de carne de tubarão, camarão empanado com coco, pratos com nomes de famosos, torta de jaca, self service

Forró é o ritmo das noites de sexta no arquipélago. Após o jantar, é hora de ir à festa no Bar do Cachorro, que fica na histórica Vila dos Remédios. São vários estilos – pé de serra, universitário, estilizado – e a entrada custa R$ 20. Mas não vá dormir muito tarde, pois o passeio no dia seguinte começa cedo.

Toda noite tem uma festa em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Toda noite tem uma festa em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Sábado

Cachorrão e Cachorrinho afirmam que o Dog Móvel é inclusivo. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Cachorrão (à direita) é um dos que fazem o Ilhatour. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O Ilhatour é um passeio para quem não conhece Noronha ainda. De buggy, os turistas podem percorrer os lugares mais bonitos da ilha, incluindo as praias, onde há paradas para fotos e banhos de mar. A atividade custa uma média de R$ 150 e é oferecida pelo receptivo Atalaia Turismo. Um dos personagens mais famosos de lá, Cachorrão, também faz o passeio – a ainda provoca boas risadas.

Se você já conhece o arquipélago, há várias opções. Uma delas é, pela manhã, explorar lugares não tão visitados, como a Praia da Atalaia e as enseadas da Caieira e dos Abreus. Mas é bom se programar, pois o horário deve ser reservado na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), na Alameda do Boldró.

Para quem vai só para relaxar no paraíso, uma opção é relembrar quais são as praias que mais gostou e passar a manhã por lá. Algumas dicas são as praias do Sancho e da Cacimba do Padre e a Baía dos Porcos, que não são tão movimentadas.

Panorâmica mostra praias do Mar de Dentro, do Sancho à Cacimba do Padre. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Panorâmica mostra Praia do Sancho, no Mar de Dentro. Foto: Luiz Pessoa/NE10

À tarde, o pôr do sol pode ser no passeio de barco pelo Mar de Dentro, geralmente ladeado pelos golfinhos. A atividade custa cerca de R$ 140. Os mais dispostos têm também a opção de passear pela ilha em bicicletas elétricas alugadas na sede do ICMBio ou fazer trilhas, como a Costa dos Mirantes, que vai até o Mirante dos Golfinhos, seguindo pela encosta até o Dois Irmãos; ou a Capim-Açu, passando pela caverna e por piscinas naturais até chegar à Praia do Leão.

Morro do Pico, ao lado da Praia da Conceição, é outro cartão postal da ilha. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Morro do Pico, ao lado da Praia da Conceição, é outro cartão postal da ilha. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

A noite pode começar com uma visita ao Projeto Tamar, onde há palestra todos os dias, às 20h. A de sábado é sobre as tartarugas marinhas.

De lá, você pode seguir para o Festival Gastronômico da Pousada Zé Maria. São dezenas de opções, entre peixes, frutos do mar, carne. Há outras dezenas de sobremesas, incluindo tortas e doces. Só não deixe de comer a paella e o brownie, que são os clássicos.

Quem ainda tiver disposição segue para o reggae no Muzenza, localizado na Vila dos Remédios. Mas o ritmo jamaicano não é o único na festa, onde rock, pop e MPB também têm vez. A entrada custa R$ 20.

Domingo

O passeio de barco pode ser a escolha para os visitantes que fizeram o Ilhatour no sábado. Vale a atividade como uma visita às praias do Mar de Dentro ou para o plana sub, um mergulho a reboque.

Golfinhos costumam aparecer para os turistas nos passeios de barco. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Golfinhos costumam aparecer para os turistas nos passeios de barco. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Para quem já foi a Noronha, este é o dia de mergulhar de cilindro, uma chance de conhecer de perto esse universo tão diferente que é o fundo do mar. O Batismo é o passeio ideal para os iniciantes. O preço é, em média, R$ 440. É quase unanimidade que vale a pena!

Se ainda não tem coragem para isso, deixando o Batismo para a próxima ainda, o mergulho com snorkel na Praia do Sueste é mais tranquilo e dá para passar um tempo com os animais que habitam o mar de Noronha. Os mais vistos são as tartarugas.

Se não deu tempo de fazer trilha ou passear de bicicleta pelo arquipélago ainda, a chance é na tarde de sábado. À noite, tem o Samba Depois da Missa no Muzenza, após mais um jantar em um dos restaurantes noronhenses.

Visita ao Museu Noronhense, para conhecer a história da ilha, pode ficar para a segunda. Foto:

Visita ao Museu Noronhense, para conhecer a história da ilha, pode ficar para a segunda. Foto:

Segunda-feira

Um último mergulho nas águas do Mar de Dentro é o passeio certo antes de voltar para casa. As praias do Cachorro, do Meio e da Conceição são de acesso mais fácil, pela Vila dos Remédios. Antes de retornar à pousada e se arrumar para o check out, um passeio pelo centro histórico, passando pelo Museu Noronhense e pelo Forte de Nossa Senhora dos Remédios. Os voos saem para Recife ou Natal à tarde.

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Peixe na Telha tem gostinho de comida de avó em Noronha

Peixe na telha é receita antiga que foi renovada. Foto: Luiz Pessoa/NE10Peixe na telha é receita antiga que foi renovada. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Não se sabe se são os temperos secretos, a telha especial, a pescada amarela… O que é certo é que o Peixe na Telha do restaurante Aquamarine, no Hotel Dolphin, em Fernando de Noronha, é tiro certo para quem gosta de frutos do mar. Além de saboroso e leve, tem gostinho caseiro, mas com requintes.

Local onde hoje funciona o Dolphin era a casa de dona Gardênia, onde ela recebia turistas para comer feijoada e peixe. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Local onde hoje funciona o Dolphin era a casa de dona Gardênia, onde ela recebia turistas para comer feijoada e peixe. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Isso acontece provavelmente porque a receita do peixe é de uma avó. Muito antes de o restaurante existir, dona Gardenia da Silva, hoje com 87 anos, já servia o prato nos fins de semana em sua casa, que também funcionava como uma pequena pousada.

A família dela chegou a Noronha em 1982 para atuar no Hotel Esmeralda, um dos famosos estabelecimentos da ilha, que ficava na Alameda do Boldró. Porém, a propriedade foi entregue ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) seis anos depois e eles se mudaram para o terreno onde atualmente funciona o Dolphin, na Vacaria.

Dona Gardênia não vive mais na ilha, mas, antes de se mudar para o continente, ajudou a alterar a receita do peixe. O prato foi modificado pelo chef Fábio de Sanctis, marido da neta dela, Fabiana. “Fábio encomendou telhas do jeito que precisávamos, em Tracunhaém (na Zona da Mata pernambucana), e refinou os temperos. Antes era dendê e hoje é mais leve. Parece uma moqueca, mas é leve”, explica.

Entrada com tapioca é novidade no cardápio. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Palitinhos de tapioca são novidade no cardápio. Foto: Luiz Pessoa/NE10

A execução do prato, baseado na proposta do restaurante de oferecer comfort food, é de Eva Vieira. O peixe, da ilha, acompanha arroz, pirão e farofa.

Petit gateau é uma das sobremesas mais pedidas. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Petit gateau é uma das sobremesas mais pedidas. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Antes de testar o Peixe na Telha, para a entrada, a sugestão para os visitantes é uma novidade no cardápio da casa. São os palitinhos de tapioca com molho de queijo coalho, que terão também a opção de acompanhamento de charque desfiada na manteiga de garrafa e purê de jerimum. Quer mais pernambucano? A entrada é feita com uma mistura de goma de mandioca granulada, diferente da que é usada para fazer tapioca, e queijo.

Petit gateau ou brownie com sorvete de creme estão no cardápio. Mas quem quer sair do lugar comum pode investir na sobremesa preferida dos turistas, o Danado de Bom, que são bananas empanadas cobertas com mel de engenho, paçocas e sorvetes. As frutas são plantadas no terreno do próprio hotel.

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Muito além da mabuia… conheça outras espécies da fauna e da flora de Noronha

Noivinha é uma das aves mais conhecidas de Noronha. Foto: Antônio Melcop/DivulgaçãoNoivinha é uma das aves mais conhecidas de Noronha. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Tartarugas, mabuias, mocós, golfinhos e tubarões são alguns dos animais que habitam Fernando de Noronha e despertam a curiosidade dos turistas. Mas, além deles, há diversas outras espécies de plantas e bichos na ilha – só não há cobras de nenhuma espécie. Saiba mais sobre a fauna e a flora de lá:

FLORA

» Gameleira

Quinhentos metros. É o tamanho que a copa dessa árvore de raízes aéreas pode chegar. A altura, aproximadamente a 30 metros. O fruto, um tipo de figo, é muito doce e serve de alimento para as aves, mas só é encontrado nos meses de outubro e novembro. A planta pode ser encontrada na ilha principal e nas secundárias.

Gameleira tem copa gigante. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Gameleira tem copa gigante. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

» Mulungu

Essa árvore extremamente frondosa que chega aos 20 metros de altura e tem caule cheio de espinhos faz parte do imaginário popular do arquipélago. Conta-se que prisioneiros que cumpriam pena em Noronha tentavam fugir em jangadas feitas com a madeira do mulungu (Erythrina velutina). O problema é que ela é mole e esponjosa, acumulando água. Reza a lenda que essas embarcações afundavam e os homens ficavam à deriva. Não se sabe se isso realmente acontecia, assim como também é incerto o poder calmante da casca, usada pelos nativos. É do mulungu as sementes amarelas, laranjas, vermelhas e pretas que podem ser vistas pelo chão em diversos pontos da ilha e bastante usadas para fazer artesanato – quanto mais clara a semente, mais escura a flor. Delas, apenas as pretas são de uma planta endêmica, ou seja, de genoma só encontrado por lá.

» Burra-leiteira

A Sapium scleratum também é endêmica e pode ser encontrada na ilha principal e nas secundárias, provavelmente depois que as sementes são levadas pelas aves. “Provavelmente porque os polinizadores, como formigas e abelhas, não têm contato com outros gêneros dessa espécie de plantas”, explica a bióloga Maria de Lourdes Alves, que atua na Administração de Fernando de Noronha. A burra-leiteira chega a 15 metros de altura e tem uma seiva que parece um leite branco, porém é altamente cáustica, podendo provocar queimaduras e, em contato com os olhos, até cegueira. A flor dessa árvore, que é descrita desde o descobrimento da ilha, é roxa e bem pequena e o fruto parece um peão verde. As propriedades medicinais da árvore nunca foram estudadas, mas algumas pessoas usavam o látex para curar verrugas.

FAUNA

Atobá é bom mergulhador. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Atobá é bom mergulhador. Foto: Luiz Pessoa/NE10

» Atobá e fragata

Quando o atobá vai até a água para buscar peixes e volta a voar, a fragata chega sorrateira e rouba o alimento. É assim, nada amistosa, a relação entre essas duas aves que vivem em Noronha. Por terem muita gordura nas penas, os atobás conseguem mergulhar até 17 metros de profundidade, enquanto a outra espécie, que pode medir até dois metros, não pode caçar o próprio alimento.

A reprodução das fragatas costuma acontecer no fim do inverno, quando as fêmeas colocam ovos no topo das árvores. “Assim, os filhotes têm até o fim do verão para aprender a usar as longas asas e a voar. Se jogam do ninho e depois, quando estão no ar, conseguem sair voando”, explica a bióloga. Os atobás colocam, também nas árvores, dois ovos durante o verão. “Os dois filhotes são alimentados por dois dias, mas depois só o mais forte permanece sendo cuidado e o que for menor é abandonado para que a mãe possa se dedicar ao que tenha mais chances de sobreviver. Parece cruel, mas é o sistema deles. Têm dois na expectativa de um crescer forte”, afirma Maria de Lourdes Alves.

» Viuvinha e noivinha

Aves muito comuns em Noronha, as viuvinhas têm penas pretas, enquanto as noivinhas, brancas. Esses pássaros se alimentam de peixes no momento de arrufo, que é quando os grandes encurralam as sardinhas, que pulam para fora do mar. Tanto as noivinhas quanto as viuvinhas fazem ninhos com algas e capim nas árvores, assim como os atobás.

Viuvinhas são pássaros pretos. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Viuvinhas são pássaros pretos. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

» Caranguejo

De captura proibida em toda a extensão da ilha há 10 anos para preservar a espécie (Johngarthia lagostoma), matar esses caranguejos pode custar R$ 5 mil além do prejuízo ao meio ambiente. Diferentemente de outros, têm padrões de cores do amarelo claro ao roxo escuro, não têm pelos e, em vez de viverem na lama, moram nos morros. As fêmeas só deixam as tocas no período reprodutivo e vão para o mar para o acasalamento. Na água, enquanto a maré está seca, põem entre 12 e 25 mil ovas, que são inicialmente larvas grudadas nas algas até se transformarem em pequenos caranguejos, que sairão da água, onde não são capazes de respirar. “São muito predados nesse percurso. É uma travessia lenta e perigosa para eles, em que têm uma taxa de sobrevivência pequena”, afirma a bióloga. “Uma década depois da proibição da captura, ainda não conseguimos ter uma população estável.”

Levados para acabar com o excesso de ratos, tejus agora são praga. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Levados para acabar com o excesso de ratos, tejus agora são praga. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

» Teju

Descendentes dos dinossauros, esses répteis foram introduzidos em Noronha no fim da década de 1950, levados do semiárido nordestino, em um plano que não deu certo. O objetivo era que eles comessem os ratos e os sapos, fazendo o controle natural desses animais, mas não foi pensado que os predadores e os predados têm hábitos diferentes: enquanto caçadores buscam alimento durante o dia, os outros, à noite. A captura dos tejus é proibida, mas, como eles tornaram-se uma praga em Noronha, cientistas estudam a abertura de uma temporada de caça. Eles são ótimos nadadores, podendo ir pela água até as ilhas secundárias, mas, devido à disponibilidade de alimentos, costumam viver mais próximo às áreas urbanas. A reprodução é geralmente no verão, período em que as fêmeas põem um ou dois ovos em pequenas cavernas. Como são de sangue frio, para não peder muita energia, esses bichos hibernam no período chuvoso.

* Todas as informações são da bióloga da Administração de Fernando de Noronha.

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Além da alta gastronomia, Noronha também tem self service

Self service é opção mais acessível e rápida em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10Self service é opção mais acessível e rápida em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Depois de alguns dias aproveitando a alta gastronomia pela qual Fernando de Noronha é reconhecida no continente, eis que surge em quase todo mundo vontade de (pasmem!) voltar ao arroz e feijão. É aí que entra o bom e velho self service, onde é possível encontrar de tudo. E, no caso do restaurante Flamboyant, aberto há 18 anos na ilha, o primeiro adjetivo é levado bem a sério.

A casa foi aberta inicialmente para vender sorvetes no Bosque Flamboyant, no centro da ilha. Porém, o serviço foi estendido às refeições há mais de uma década, com o objetivo de atingir um público que não pudesse frequentar os restaurantes mais badalados de Noronha. Isso sem perder a qualidade.

Decoração do restaurante é inspirada no rock. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Decoração do restaurante é inspirada no rock. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O restaurante é o único que ainda fornece almoço self service na ilha. Atualmente abre para o almoço das 12h às 17h e, para o jantar, com serviço à la carte, das 19h às 23h.

O cardápio não é fixo. Apesar de mudar diariamente, segundo a administradora da casa, a paulista Rose Silva, garante pelo menos duas opções de massas, feijão, carnes brancas e vermelhas.

O destaque vai para os peixes, geralmente escolhidos entre as opções da ilha, como cavala, atum, xaréu, bicuda e dourado.

Diante da variedade dos pratos e dos clientes, alguns cuidados são tomados. Um deles é o de não usar em excesso temperos e ingredientes regionais, como o coentro. A decoração também é planejada para dar um clima aconchegante à refeição, mesmo sendo rápida.

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Mergulho com cilindro é a melhor forma de conhecer o mar em Noronha

Mergulho pode ser feito também por iniciantes. Foto: DivulgaçãoMergulho pode ser feito também por iniciantes. Foto: Divulgação

Sete horas da manhã e os curiosos mergulhadores, experientes ou não, fazem fila para entrar na embarcação na Praia do Porto de Santo Antônio. O passeio do dia é o Batismo, uma expedição pelo fundo do mar de Noronha, em que os iniciantes podem explorar até a 15 metros de profundidade. A aventura custa em média R$ 440.

Batismo é melhor passeio para conhecer o fundo do mar

São vários os pontos de mergulho em Noronha. Imagem: Atlantis Diveris

São vários os pontos de mergulho em Noronha. Imagem: Atlantis Diveris

Barcos das três operadoras zarpam quase ao mesmo tempo, cada um para uma localidade diferente na ilha. O NE10 foi pela Águas Claras, mas também tem a Atlantis Divers e a Noronha Divers.

Logo na saída, os passageiros recebem instruções sobre o manuseio do equipamento de mergulho, a pressurização e a respiração, além de técnicas para evitar a entrada de água no óculos e dicas sobre o pulo, por exemplo. Depois disso, já para o mar.

Mergulham três pessoas por vez, cada uma acompanhada por um instrutor por meia hora conhecendo esse novo universo. É possível, lá embaixo, ver todo tipo de vida marinha, da fauna à flora. Há polvos, tartarugas, peixes, arraia e vários tipos de coral… Para preservá-los, não é permitido o toque, nem mesmo em pedras ou na areia.

O passeio dura em média quatro horas desde a partida do porto e pode ser feito por pessoas de várias idades e também por quem tem dificuldade de locomoção. A embarcação leva cerca de vinte passageiros, entre eles seis instrutores, o capitão e o fiscal. Um fotógrafo e um cinegrafista também integram a tripulação e acompanham o mergulho para oferecer, ao final, as lembranças.

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Mais de 80% chegam pela primeira vez a Noronha. Deles, 93% querem voltar

Denise e William decidiram conhecer Noronha no aniversário de 25 anos de casados. E se impressionaram. Foto: Luiz Pessoa/NE10Denise e William decidiram conhecer Noronha no aniversário de 25 anos de casados. E se impressionaram. Foto: Luiz Pessoa/NE10

sf Eu.fo.ro.nha. Se estivesse no dicionário, a palavra poderia ser descrita pelo que diz a pedagoga Denise Medeiros, 47 anos, visitante de primeira viagem a Fernando de Noronha: “A pessoa fica em estado de graça. É um lugar de contemplação, mais do que de turismo.” É a sensação de alegria que toma conta de quase todo mundo que estreia por lá, grupo que, segundo uma pesquisa realizada pela Secretaria de Turismo de Pernambuco em 2014, equivale a 80,65% do total de visitantes.

Família catarinense escolheu a ilha como destino para realizar o sonho de Roberto. Foto: Amanda Miranda/NE10

Família catarinense escolheu a ilha como destino para realizar o sonho de Roberto. Foto: Amanda Miranda/NE10

Denise foi a Noronha com o marido, o dentista William Martins de Carvalho, 56, para comemorar bodas de prata. “Éra um sonho vir aqui. É difícil dizer o que é mais bonito”, diz a pedagoga, que, admirada, não parava de exaltar a cor do mar. “Que azul!”, repetia.

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Conhecer a ilha também era o sonho do publicitário catarinense Roberto Siqueira, 42, desde criança. “Era surfista e tinha um poster de Noronha no meu quarto”, conta. Gostou da Cacimba do Padre, mas também da praticidade de chegar às praias do Cachorro, do Meio e da Conceição. “É excelente, maravilhosa, um paraíso”, diz.

Roberto marcou a primeira viagem a Noronha para abril, um dos meses chuvosos, e ficou ansioso com o tempo. “Quando estava mergulhando no Sueste, no primeiro dia, 12 tartarugas apareceram. Pensamos: agora pode chover todos os outros sete”, afirma. O publicitário esteve na ilha pela primeira vez com a esposa, a dentista Michelle Dora Budin, 29, e a sogra, Liodora Budin, 52. “Pegamos dias maravilhosos”, comemora Michelle. O casal já planeja voltar.

"Sou o único 'cabra' que trouxe a sogra para Noronha", brinca Roberto. Foto: Amanda Miranda/NE10

“Sou o único ‘cabra’ que trouxe a sogra para Noronha”, brinca Roberto. Foto: Amanda Miranda/NE10

De acordo com a pesquisa feita no ano passado, 93,05% saem de lá querendo retornar. Os atrativos da ilha superaram as expectativas de 51,91% dos turistas e atenderam ao que 43,02% deles esperavam.

Noronha superou as expectativas de Jazar. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Noronha superou as expectativas de Jazar. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O contador capixaba Jazar Majeski Alves, 46, planejou a viagem para a ilha por três anos. Sempre olhava fotos na internet e via reportagens sobre Noronha, esperando muito dos passeios. Já sabia muito sobre a ilha, mas está no grupo de turistas que encontraram mais do que aguardavam. “É o primeiro lugar que vou que vai superar as minhas expectativas. Aqui o tempo passa voando. É tranquilo, você pode deixar a bolsa com câmera na praia tranquilamente e as pessoas são receptivas”, afirma. “Me encanto a cada lugar que olho.”

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Torta de jaca é grata surpresa no Restaurante Varanda

Torta de jaca surpreende mesmo os que não gostam da fruta. Foto: Luiz Pessoa/NE10Torta de jaca surpreende mesmo os que não gostam da fruta. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Muitos dizem que a jaca só pode ser amada ou odiada, sem meio termo. Mas essa certeza só se mantém até conhecer uma sobremesa criada pelo chef Auricélio Romão, do restaurante Varanda, em Fernando de Noronha. Com a fruta como protagonista, a torta parece sorvete e costuma agradar até os paladares nem tão afeitos ao alvo da polêmica, como o da repórter. Vale se deixar surpreender.

Fernando é fã da receita criada pelo sócio, o chef Auricélio Romão. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Fernando é fã da receita criada pelo sócio, o chef Auricélio Romão. Foto: Luiz Pessoa/NE10

É por isso que esta matéria começa com o que supostamente deveria ser o fim: o doce. A sobremesa é a preferida de um dos dos sócios da casa, Fernando Duarte. “É minha, minha, minha!”, brinca.

O empresário conta que os clientes geralmente costumam questionar e até acham estranho o prato quando veem o cardápio, mas logo são convencidos. “Depois se surpreendem positivamente”, garante. Foi assim com o ator Rodrigo Hilbert e o chef e apresentador de televisão Jamie Oliver.

Sem a presença do chef, Fernando também ensina a receita para quem quiser comer a torta depois de experimentá-la em Noronha. O primeiro passo é congelar uma caixa de chantilly para depois batê-la. Em seguida, bata um ovo a 150 gramas de açúcar. Um pote de doce de jaca é o próximo ingrediente. Separe a calda dos pedaços da fruta, cortando-os em pequenos pedaços – e guardando outros. Por último, misture tudo e coloque na geladeira. Sirva com partes da fruta no topo e farinha de biscoito crocante. Voilà!

torta-de-jaca

Já que o assunto é doce, o brownie de chocolate branco com sorvete está aí para agradar aos mais tradicionais. E com espírito um tanto chocólatra. A sobremesa tem sorvete de creme, ganache de chocolate meio amargo e farofa de biscoito. É o mais pedido no Varanda.

Brownie é a sobremesa mais pedida. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Brownie é a sobremesa mais pedida. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Mas, antes da sobremesa, você terá que escolher entre as opções de entradas e pratos principais. As principais apostas são os pastéis para a entrada, entre eles de queijo, carne de sol e camarão.

Gratinato é um dos variados pratos principais do Varanda. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Gratinato é um dos variados pratos principais do Varanda. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Baião de dois, confit de bacalhau e picanha estão entre as variadas opções de prato principal. Tudo isso sem deixar de lado a sofisticação.

Mas o top é o gratinado de frutos do mar. Polvo, lula, mexilhões, camarão e peixe são cozidos com leite de coco e creme de leite e puxados no azeite, além de serem envolvidos em arroz, mix de pimentões e farofa de pão, alho e manteiga.

Vale a pena investir ainda no camarão ao creme de abóbora ou no filé de peixe, em que cavala é empanada na farofa de castanha, acompanhada de arroz branco e purê de jerimum ou de batata, o mais pedido. Mesmo nesses pratos mais comuns, há sempre um toque diferenciado, quase um elemento surpresa.

Foto: Luiz Pessoa/NE10

Cavala vem empanada em farofa de castanha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

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Você sabia? Nome de Noronha é homenagem a português que nunca foi à ilha

Canhões e outros objetos dos fortes são vistos em muitos lugares turísticos de Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10Canhões e outros objetos dos fortes são vistos em muitos lugares turísticos de Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Fernando de Noronha é hoje o destino dos sonhos de muita gente. Mas não foi sempre assim. Descoberta em 1503 por Américo Vespúcio – sim, o mesmo dá nome ao nosso continente – na segunda Expedição Exploradora, o lugar chamado pelo navegador de paraíso desde o primeiro momento foi entregue no ano seguinte pela Coroa, como Capitania Herediária, ao fidaldo português Fernão de Loronha, financiador da missão. Loronha – com ‘l’ mesmo – e a família nunca pisaram lá. Não sabem eles o que perderam.

Ilha já foi chamada de Quaresma, São João, Pavônia, Isle Dauphine, Fora do Mundo... História de cada um é contada no Museu Noronhense, na Vila dos Remédios. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Ilha já foi chamada de Quaresma, São João, Pavônia, Isle Dauphine, Fora do Mundo… História de cada um é contada no Museu Noronhense, na Vila dos Remédios. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Séculos depois, o arquipélago recebeu invasores de diversas nacionalidades e presidiários, até ser transformada em destino turístico a partir de 1988, quando voltou a ser território pernambucano. A primeira vez em que fez parte do Estado foi em 1700, quando nada foi feito para ocupá-la.

Isso antecedeu a ocupação francesa, pela Companhia das Índias Orientais, por dois anos, entre 1734 e 1736. Apesar do curto período, esses foram os mais constantes visitantes da ilha, usando primeiro para o descanso das expedições. O pouco tempo também serviu para alertar Portugal sobre a importância de proteger Noronha, naquela época chamada Isle Dauphine, por causa dos golfinhos que lá estão até hoje.

Para defendê-la, a Coroa ergueu, em 1737, o maior sistema fortificado do País. Eram 10 fortes, sete no Mar de Dentro, dois no Mar de Fora e um deles numa ilha secundária, a de São José, que pode ser vista da Ponta da Air France – local que, aliás, ganhou esse nome por causa dos franceses, povo que, dois séculos depois, de invasor, passou a atuar na ilha em cooperação técnica através da telegrafia e da aviação. Atualmente, os visitantes convivem com o que sobrou dessa fortaleza.

Vespúcio chamou Noronha de "ilha maravilhosa" e é sua a expressão: "O paraíso é aqui". Foto: Luiz Pessoa/NE10

Vespúcio chamou Noronha de “ilha maravilhosa” e é sua a expressão: “O paraíso é aqui”. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Antes disso tudo, porém, os holandeses já haviam permanecido na ilha por 25 anos, entre 1629 e 1654 – a ocupação acabou com a rendição deles em Pernambuco. Foram eles que fizeram experimentos agrícolas e construíram residências e armazéns na Vila dos Remédios, área até hoje mais urbanizada e que recebe passeios de quem quer conhecer a história de Noronha. Ao mesmo tempo, no século XVII, foi construído o vilarejo na Quixaba, ao lado da Praia da Cacimba do Padre.

Forte de São Pedro do Boldró é de onde muita gente assiste ao pôr do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Forte de São Pedro do Boldró é de onde muita gente assiste ao pôr do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Iniciada pelos holandeses, a Vila dos Remédios sofreu maior interferência na década de 1940, três séculos depois, com a super ocupação norte-americana na Segunda Guerra Mundial. Parte da estrutura antiga foi abandonada, surgindo, então, construções pré-moldadas. Os Estados Unidos construíram também nesse período uma base entre a Baía do Sueste e a Praia da Atalaia, além de uma pista de pouso. Calma, não houve luta em Noronha! Mas, de 1957 a 1965, os norte-americanos transformaram a ilha em um dos palcos da Guerra Fria, instalando lá o 11º posto de observação de mísseis teleguiados, na região do Boldró.

Italianos e ingleses já haviam passado por lá nesses séculos. Um deles foi ilustre. Na viagem que fez no navio Beagle, em 1832, Charles Darwin fez a segunda parada em Noronha, descrevendo detalhes no seu livro “Viagem de um naturalista ao redor do mundo”. Leia um pequeno trecho em que o cientista cita o Morro do Pico:

“Fernando de Noronha, 20 de fevereiro de 1832

O que há de mais notável em seu caráter é uma colina de forma cônica, elevando-se a cerca de trezentos e dez metros de altura e tendo o cume excessivamente encarpado, a lado do qual se projetava fora da base.”

Fortaleza dos Remédios é em ponto privilegiado, de onde boa parte da ilha pode ser vista. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Fortaleza dos Remédios é em ponto privilegiado, de onde boa parte da ilha pode ser vista. Foto: Luiz Pessoa/NE10

PRESÍDIO – Quem também escreveu sobre a ilha (veja trecho abaixo) foi o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. O socialista estava no cargo quando Noronha voltou a ser território do Estado. Antes, porém, esteve lá quando era preso político. Arraes estava entre os 34 prisioneiros enviados após o golpe militar de 1964. Só foi visitado uma vez e deixou a ilha apenas para vir ao Recife para o casamento da sua filha mais velha, Ana Arraes – mãe do ex-governador Eduardo Campos (PSB) e ministra do Tribunal de Contas da União. Como o socialista estava preso, o casamento foi na capela da Base Aérea, no Recife, de onde ele retornou imediatamente para a ilha onde ficaria por mais oito meses.

Praia do Sancho pode ser vista do Forte de São João Baptista dos Dois Irmãos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Praia do Sancho pode ser vista do Forte de São João Baptista dos Dois Irmãos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

“Recife, 4 de outubro de 1988

…Quis a história que fosse eu governador de Pernambuco que tem sob a sua responsabilidade a reincorporação deste pedaço do território pernambucano, apartado arbitrariamente pelo Estado Novo, em 1938. Sabam os noronhenses que conheci a ilha em circunstâncias traumáticas da vida nacional. Vou voltar ao arquipélago sob a égide de uma nova Constituição que traz esperanças à reconstituição democrática do País.”

A ilha já havia sido prisão para nomes como Gregório Bezerra e Carlos Marighella no fim da década de 1930. Para lá eram enviados indivíduos considerados “perigosos à ordem pública”, como integralistas, comunistas e aliancistas. Além deles, ciganos, inimigos da causa da Independência, membros da Revolução Farroupilha e da Revolução Praieira, capoeiristas, entre outros.

Parte da construção da Fortaleza dos Remédios continua lá "para contar a história". Foto: Luiz Pessoa/NE10

Parte da construção da Fortaleza dos Remédios continua lá “para contar a história”. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Isso não é tão recente, pois a primeira vez em que Noronha serviu como presídio foi em 1737, quando era a Colônia Correcional, para abrigar, servindo como mão de obra, homens condenados a longas penas, entre ladrões, assassinos, moedeiros falsos e contrabandistas que eram levados de Pernambuco.

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Forró e reggae são os ritmos da noite noronhense

Banda que se apresenta no Muzenza todo sábado é composta por moradores da ilha. Foto: Luiz Pessoa/NE10Banda que se apresenta no Muzenza todo sábado é composta por moradores da ilha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Já imaginou um lugar onde segundas-feiras parecem não existir? É assim em Fernando de Noronha. Depois de um dia inteiro relaxando, é hora de comer bem. E, principalmente, de ir à balada. Todo os dias, um ritmo: forró, MPB, reggae, samba. Às vezes, tudo misturado. As festas costumam começar tarde, depois das 23h, sempre misturando ilhéus e visitantes.

Veja a programação:
Segunda-feira – Maracatu no Bar do Cachorro, às 23h
Terça-feira – Música ao vivo no Ginga Bar, às 22h
Quarta-feira – Forró no Bar do Cachorro, às 23h
Quinta-feira – Reggae no Muzenza, às 22h30
Sexta-feira – Forró no Bar do Cachorro, às 23h
Sábado – Reggae no Muzenza, às 22h30
Domingo – Samba Depois da Missa no Muzenza, às 22h

Toda noite tem uma festa em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Toda noite tem uma festa em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

A programação noturna começa já no pôr do sol. Há a opção tradicional de ir ao Forte do Boldró, destino de muitos visitantes no fim da tarde. Porém, o início da noite pode ser com música instrumental, com o saxofonista Joel Santos, no Bar do Cachorro, de segunda-feira a sábado. Depois do saxofonista, às 20h, tem Música Popular Brasileira por três horas. As noites de segunda, quarta e sexta terminam com arrasta pé em vários estilos: pé de serra, universitário, estilizado. A entrada custa R$ 20.

Mas a programação pode incluir também uma ida ao Projeto Tamar, onde há exibição de vídeos e palestras todos os dias, às 20h, e jantar em um dos restaurantes. Quem estiver na ilha no sábado pode conhecer ainda a Feira da Sustentabilidade, montada na Praça São Miguel, na Vila dos Remédios, às 18h.

As noites de quinta-feira com reggae são realizadas no Espaço Cultural Muzenza há mais de 15 anos. Nos sábados, além do ritmo jamaicano, a banda composta por moradores da ilha – com participações especiais do público – passa por pop, rock e o que mais rolar. O local também é aberto de terça a domingo, a partir das 19h, como uma pizzaria que tem voz e violão.

Sábado é dia de misturar tudo no Muzenza. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Sábado é dia de misturar tudo no Muzenza. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O bar, que fica ao lado da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, também tem samba todo domingo, às 18h, logo após a missa. Quando foi criado, há cerca de quatro anos, era da forma mais tradicional: ao redor da mesa. Mas foi aumentando as proporções e os músicos agora se apresentam no palco para turistas e nativos. O ingresso para todos os dias no Muzenza é R$ 20.

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Noronha terá passeios gratuitos de bicicleta no próximo verão

Novo serviço será integrado ao de bicicletas elétricas, já em funcionamento na ilha. Foto: ICMBioNovo serviço será integrado ao de bicicletas elétricas, já em funcionamento na ilha. Foto: ICMBio

Os principais pontos turísticos de Fernando de Noronha poderão ser explorados gratuitamente de bicicleta. A Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco iniciou o processo licitatório para escolher a empresa que levará 105 bicicletas para a ilha, além de implantar trilhas e 20 estações e paraciclos. A expectativa é que tudo esteja funcionando em outubro, para o próximo verão.

O chamamento público para as propostas está aberto até o dia 18 de junho, na próxima semana. Em julho, deverá acabar a licitação. A empresa escolhida será responsável pela instalação, operação e manutenção das bicicletas.

O sistema será integrado ao de bikes elétricas, já existente na ilha. Atualmente há 30 unidades que podem ser alugadas por R$ 25 reais por dia de uso nos pontos de acesso ao Parque Nacional: no Sueste e no Sancho, além do posto no Boldró. Quando as novas estações estiverem prontas, moradores e turistas também poderão usá-las gratuitamente.

As novas bicicletas terão, no mínimo, 21 marchas e serão resistentes à maresia e a impactos e terão equipamentos de segurança como campainha. O peso será de, no máximo, 14 quilos.

Serão implantadas oito estações em madeira plástica, como é a das trilhas do Parque Nacional Marinho, com bancos e bombas para encher os pneus das bicicletas. Esses pontos serão no Porto de Santo Antônio, na Vila dos Remédios, no aeroporto, no Bosque Flamboyant, entre outros. Estão previstas também 12 paraciclos, sem a área de convivência, projetados para outros locais, como a Praça Miguel Arraes, o Sueste, o Museu do Tubarão e a Quixaba. As bikes poderão ser deixadas tanto nas estações quanto nos paraciclos.

A partir desses pontos, serão sinalizados 30 espaços para trilhas, com uso compartilhado entre pedestres e ciclistas. As placas de localização indicarão, em português e inglês, o grau de dificuldade do percurso e a distância. Quem não quiser, por exemplo, chegar à Vila dos Remédios pelas ladeiras terá um caminho mais plano.

O serviço será gratuito e sem limite de tempo, ao contrário de como funciona no Recife, onde as bicicletas ficam presas às estações e os usuários podem ficar apenas meia hora com elas. Porém, o Governo do Estado afirma que é importante que moradores e turistas deixem as bikes em estações e paraciclos no fim do dia, para a manutenção.

Com o objetivo de conscientizá-los, haverá, no próximo dia 2, uma ação educativa e uma reunião para que eles possam escolher o nome dos pontos onde ficarão as bicicletas. A gestão acredita que, assim, haverá mais envolvimento com o programa.

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