Xica da Silva é coreana… pelo menos em Noronha

Peixe mestiço foi criado para disputar - e vencer - festivais gastronômicos da ilha. Foto: Luiz Pessoa/NE10Peixe mestiço foi criado para disputar - e vencer - festivais gastronômicos da ilha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Xica da Silva: nome mais brasileiro é impossível para um restaurante. Mas a dona, Hae Shin, é coreana, o cardápio vem da Tailândia e a comida, bem… recebeu influências do mundo inteiro. Os frutos do mar são o ponto forte da casa, aberta em Fernando de Noronha há quase uma década para ser o xodó de Hae.

Restaurante tem ambiente aconchegante e decoração com influências de várias partes do mundo. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Restaurante tem ambiente aconchegante e decoração com influências de várias partes do mundo. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O peixe mestiço é uma das principais escolhas, seja por brasileiros ou estrangeiros. É um pescado da ilha, geralmente dourado ou anchova, com molho pesto de manjericão, acompanhado de queijo mussarela e requeijão gratinado e purê de jerimum.

O prato é uma criação do chef Tiago Silva para representar o restaurante em festivais gastronômicos da ilha. “O primeiro teste foi com purê de batata doce e creme de alecrim. Essa receita é a terceira tentativa, usando jerimum e manjericão”, diz.

Criadora do cardápio inicial, Hae dá pitacos na cozinha e ajuda Tiago a aperfeiçoar as receitas. A coreana era comerciante na movimentada Rua 25 de Março, em São Paulo, quando encontrou a oportunidade de viver em Noronha, ilha que havia conhecido como turista em 1997 e, desde então, visitava pelo menos três vezes por ano.

A chance apareceu quando a dona do espaço onde hoje o Xica da Silva funciona não conseguiu capital para concluir a reforma. E a inspiração para chamá-lo assim, além da novela homônima, vem do nome dela: Edilene Francisca da Silva.

Camarão empanado no coco é um dos mais pedidos no restaurante. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Camarão empanado no coco é um dos mais pedidos no restaurante. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Dois anos depois, em 2008, Hae engravidou e precisou de ajuda nos três meses em que ficou fora para cuidar do filho. Foi quando o recifense Tiago, então com 21 anos, chegou a Noronha após deixar a Força Aérea. Primeiro atuou lavando louça, depois foi aprendendo a trabalhar na cozinha – e gostando – e atualmente recebe uma participação nos lucros do restaurante. “Ele não sabia fritar um ovo quando chegou aqui”, brinca Hae.

Que tal mil folhas de tapioca para a sobremesa? Foto: Luiz Pessoa/NE10

Que tal mil folhas de tapioca para a sobremesa? Foto: Luiz Pessoa/NE10

Os dois criaram – e modificaram – também o camarão no coco, outro hit da casa. Os acompanhamentos são arroz de castanha e purê de batata gratinada.

Para a entrada, o camarão também é uma boa opção. Empanado com gergelim, vem com molho agridoce. Mas o casquinho de siri é outra opção.

A escolha da sobremesa depende do gosto de cada um. Com pegada regional, há o doce mil folhas com goiabada, coco e queijo coalho. Os que não dispensam o chocolate se deliciam com a surpresa mestiça, uma base de petit gateau com mousse de leite e ganache.

Veja galeria de fotos dos pratos clássicos da casa:

MAIS NEGÓCIOS – Hae e o chef também são responsáveis por outro restaurante, com proposta diferenciada, o Ginga, aberto há dois anos. A casa tem música ao vivo nas terças e quartas-feiras, além de exibir jogos de futebol e lutas de UFC. O cardápio é mais voltado aos petiscos, como um bar.

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