Chef Vitor Machado mistura cozinha pernambucana a tendências mundiais

Peixe na panela leva ingredientes como leite de coco e alho poró. Foto: Luiz Pessoa/NE10Peixe na panela leva ingredientes como leite de coco e alho poró. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Transformar a cozinha pernambucana em cosmopolita, unindo técnicas modernas a elementos tradicionais da cozinha brasileira, é a proposta do novo cardápio da Pousada Triboju. As receitas são assinadas pelo chef Vitor Machado – nascido em Manaus e criado em Porto Alegre – e têm inspiração na cultura regional, como as tapioqueiras do Alto da Sé, no Sítio Histórico de Olinda.

Gaúcho e amazonense, Vitor Machado pesquisa a cozinha pernambucana. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Gaúcho e amazonense, Vitor Machado pesquisa a cozinha pernambucana. Foto: Luiz Pessoa/NE10

“Tenho investido na pernambucanidade, com o uso dos três Cs da cozinha: coentro, colorau e cominho”, explica o chef. “Quero fazer uma cozinha paradisíaca e que remeta à vida das pessoas, mas sem fazer só o básico.”

Vitor chegou a Noronha há um ano e meio. Queria sair do Rio Grande do Sul e, para isso, pensava em entrar em um cruzeiro ou ir à França, até conhecer uma amiga no metrô que falou sobre a oportunidade para trabalhar na ilha. “Fui ficando sem querer”, afirma.

Há oito meses atua na criação do cardápio, buscando inspiração até no Carnaval de Olinda. É o caso da sobremesa Maria Bonita e Lampião, um petit gateau de rapadura mole com goiabada.

O ceviche tropical servido na entrada leva suco de maracujá e de laranjas, além de pimenta biquinho. Não é picante como o tradicional peruano, mas tem apenas um leve toque de gengibre. “Não é só o limão e tem a manga, então fica mais refrescante”, afirma o chef. A reinvenção do prato foi feita por Vitor há cinco anos, dos sete que ele atua na cozinha. Mas chega agora à Triboju.

Ceviche leva mangá e molho de maracujá. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Ceviche leva mangá e molho de maracujá. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Com quatro tipos, a seleção de camarões é um dos sucessos da casa que não pode deixar de entrar no novo cardápio. São oito unidades divididas em quatro porções de empanados: parmesão, que é um clássico, gergelim, farofa de pão velho e xerém de castanha de caju. Uma geleia de pimenta biquinho, que é uma reinvenção do sweet chilli tailandês, dá um toque especial à entrada.

São quatro tipos de camarões empanados na entrada. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Camarões são opção de entrada. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Para o prato principal, tem o peixe na panela. “É uma fusão da cozinha brasileira com a francesa”, explica. O peixe, da ilha, é cozido com ingredientes como leite de coco, creme de leite e alho poró e chega à mesa na mesma panela, sem perder o gostinho original, acompanhado de arroz de colorau e banana da terra frita.

Uma grande novidade será a picanha em homenagem ao precursor do manguebeat Chico Science. Não experimentamos, mas Vitor adianta: serão 250 gramas de carne com gordura alta, feita no estilo gaúcho e finalizada no melaço, que é levado de Triunfo, no Sertão pernambucano. Acompanha risoto de baião de dois e cuscuz com queijo coalho crocante.

Vitor criou sobremesa com sabores que estão nas memórias de infância de muitos pernambucanos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Vitor criou sobremesa com sabores que estão nas memórias de infância de muitos pernambucanos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

A sobremesa que tem tudo para ser uma das mais pedidas, poderá ser também disputada. O cheesecake de queijo coalho com calda de melaço e castanha de caju não estará no cardápio, apenas em dias especiais. Mas é um daqueles pratos para trazer à memória dos nordestinos um gostinho de infância e, ao mesmo tempo, encantar os paladares que não são da região.

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Famosos se declaram a Noronha pelas redes sociais

Bruno Gagliasso está em Noronha este fim de semana. Foto: reprodução do InstagramBruno Gagliasso está em Noronha este fim de semana. Foto: reprodução do Instagram

Paraíso brasileiro, Fernando de Noronha é refúgio de muitos famosos para relaxar sem o assédio de paparazzi. Cenários como os morros do Pico e Dois Irmãos, cartões postais da ilha, aparecem frequentemente nas redes sociais de celebridades como Bruno Gagliasso – que está lá nesta sexta-feira (5) -, Paulo Vilhena, Bruna Marquezine e Angélica.

Veja alguns lugares escolhidos por eles para se inspirar:

INSTAGRAM – O @portalne10 guarda as recordações da viagem a Noronha pelo Instagram. Usando a hashtag #NoronhaEuFui, todo mundo pode compor esse álbum. Passeios de barco, mergulhos, pores do sol, pontos turísticos e até casamentos foram enviadas. Para ver as fotos, clique aqui.

Publique as suas fotos com a hashtag #NoronhaEuFui. Foto: @halannadonato/Instagram

Publique as suas fotos com a hashtag #NoronhaEuFui. Foto: @halannadonato/Instagram

Moradores locais e amantes da ilha também têm investido nas redes sociais como propaganda das paisagens. Uma delas é a empresária Fabiana de Sanctis, 37 anos, à frente do @noronhalovers, que tem mais de 73 mil seguidores no Instagram.

Há mais de três décadas no arquipélago, ela postava, no seu perfil pessoal, fotos de lugares não tão conhecidos por turistas, que recebiam muitas curtidas e perguntas. “Quero mostrar coisas que as pessoas não estão acostumadas a ver”, afirma. “As pessoas têm curiosidade sobre Noronha e não têm com quem tirar dúvidas.”

Fabiana afirma que uma das partes mais legais da rede social é a interação que ela permite. “Fico emocionada quando as pessoas dizem que decidiram vir a Noronha por causa das minhas fotos. Chorei na primeira vez. E tem gente que começa comentando, depois vai para o direct e hoje já tenho seguidores que têm o meu Whatsapp. É uma troca impressionante”, diz.

A ideia de abrir um espaço para homenagear Noronha surgiu há um ano, por sugestão – quase insistência, segundo Fabiana – da blogueira Camila Coutinho, do Garotas Estúpidas, parceiro do NE10. A empresária usa fotos próprias e de colaboradores. Além do @noronhalovers, há perfis como o @amonoronha, @noronhaeuamoeucuido_, @curtanoronha, @noronhawedding e @noronha_oficial.

Fabiana dá dicas de passeios não tão usuais. Foto: @noronhalovers/Instagram

Fabiana dá dicas de passeios não tão usuais. Foto: @noronhalovers/Instagram

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Restaurante Dumar, em Noronha, tem o melhor garçom do mundo

Moqueca tem leve toque de dendê. Foto: Luiz Pessoa/NE10Moqueca tem leve toque de dendê. Foto: Luiz Pessoa/NE10
Garçom indica o mix de frutos do mar para a entrada. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Garçom indica o mix de frutos do mar para a entrada. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Seguindo o estereótipo cearense, Dênis Maia, 34 anos, é bom contador de histórias, animado e simpático. Atendendo sempre com um sorriso no rosto, passou pela Europa e firmou base em Fernando de Noronha para ganhar um título especial e merecido dos clientes do restaurante Dumar: o de melhor garçom do mundo. Além de servir, a pedidos, ele também ajuda a escolher os pratos, colocando mix de frutos do mar como entrada, moqueca sinfônica para o prato principal e cartola na sobremesa. Dênis acerta.

Peixe, lagosta, lula, camarão, polvo e peixes da ilha – era dourado no dia que o NE10 visitou o restaurante – compõem a entrada, com molho de alho, óleo e ervas finas.

Dênis conta que, quando esteve na ilha, a atriz Bruna Marquezine o chamava como "o melhor garçom... do mundo!". Foto: Luiz Pessoa/NE10

Dênis conta que, quando esteve na ilha, a atriz Bruna Marquezine o chamava como “o melhor garçom… do mundo!”. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Frutos do mar têm a cara de Noronha. Por isso, a moqueca sinfônica é a sugestão para o prato principal. Leva leite de coco, creme de leite, cebola, cheiro verde, camarão, lula, lagosta, polvo, sal, caldo de camarão e pimenta. E um toque de azeite de dendê. “É só para lembrar a moqueca baiana, mas não é ela nem é a capixaba”, explica o chef Ewerton Soares.

Folhas consumidas no Dumar são da horta do restaurante. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Folhas consumidas no Dumar são da horta do restaurante. Foto: Luiz Pessoa/NE10

A cartola tem queijo manteiga, banana flambada no conhaque, farofa de leite com amendoim e sorvete de creme. É o tradicional com um pouco de requinte.

O melhor garçom, que indicou todos esses pratos, nasceu em Tabuleiro do Norte, no interior do Ceará, de onde saiu há 15 anos para trabalhar e morar na capital do Rio Grande do Norte, Natal. De 2007 a 2009, morou em Portugal e na Espanha, onde trabalhou como barman.

Foi dessa experiência que tirou as ideias para criar o drink Esmeralda do Atlântico, premiado em concursos de bebidas da ilha ano passado. Levando xarope de capim santo da horta do Dumar, abacaxi, limão e vodca e servido em taça de Martini, por ser aromático, homenageia a ilha que acolheu o autor em 2011, dois anos depois de voltar da Europa. Que sorte de Noronha também, que ganhou mais um morador sorridente.

Cartola é a pedida para a sobremesa. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Cartola é a pedida para a sobremesa. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Não tem desculpa para deixar de conhecê-lo. O Dumar, que fica na Alameda do Boldró, tem transfer grátis para os clientes. O telefone para agendar o carro é (81) 3619.0432.

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Dez (entre inúmeros) motivos para voltar a Noronha

Cenários de Noronha são inspiradores. Foto: Luiz Pessoa/NE10Cenários de Noronha são inspiradores. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Sol e praia, ecoturismo e lua de mel estão entre os principais motivos para brasileiros e estrangeiros escolherem Fernando de Noronha como destino. Esses são fatores decisivos para os viajantes que desembarcaram na ilha no ano passado, de acordo com pesquisa feita pela Secretaria de Turismo de Pernambuco. Mas, além deles, inúmeros outros fazem 19,35% retornarem. Só em novembro, 16,99% afirmaram voltar a Noronha após outra viagem a esse paraíso. Para 39,83%, estava ainda melhor.

Amanda e Fábio ainda querem voltar a Noronha. Foto: Amanda Miranda/NE10

Amanda e Fábio ainda querem voltar a Noronha. Foto: Amanda Miranda/NE10

Pela terceira vez passeando na ilha, a professora de educação física carioca Amanda Queiroz, 36 anos, afirma que ainda quer visitar lugares como a Praia da Atalaia. “Isso é maravilhoso. No Brasil não tem lugar mais bonito”, justifica. Em abril, a carioca esteve na ilha por 11 dias com o namorado, o administrador Fábio Simões, 38, em sua segunda oportunidade no paraíso. “Todas as experiências valem aqui”, diz ele. E já planejam a próxima, quando esperam conhecer a Enseada dos Abreus.

Veja outros dez motivos para voltar a Noronha:

1. Ser seu próprio guia

Muita gente – 41,43% dos turistas, segundo a pesquisa – vão a Noronha através de pacotes organizados por agências de viagens. Mas que tal aproveitar que já conhece a ilha para organizar o seu próprio roteiro, de acordo com as suas preferências? Pode ser uma chance de aproveitar mais.

Noite de Noronha é super estrelada. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Noite de Noronha é super estrelada. Foto: Luiz Pessoa/NE10

2. Mudar as companhias e a proposta da viagem

Entre os visitantes do ano passado, 68,61% estiveram na ilha com a família; 20,62% com amigos; 10,52% sozinhos; e 0,25% em excursão. Trocar as companhias significa novos roteiros. É, a cada viagem, conhecer Noronha de uma forma.

Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Atalaia é enorme piscina natural. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

3. Fazer passeios de bicicleta

O aluguel de bicicletas elétricas é recente em Noronha. Por R$ 25, todo mundo agora pode pegar uma emprestada para circular pela ilha. É só ir aos pontos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Boldró, no Sueste e no Sancho.

4. Mais uma chance de ir à Atalaia

Enorme piscina natural cheia de vida marinha, a Praia do Atalaia não é de fácil acesso. Além da trilha de 1,5 quilômetro e de só poder ficar na água por meia hora, os turistas têm que esperar os horários da maré e ação dos corais para saber se poderão visitá-la. Mas todas as tentativas valem a pena pela oportunidade de conhecer o berçários da fauna da ilha e tomar banho na água cristalina.

5. Se não tomou banho de cachoeira no Sancho, agora pode ser que agora dê certo

Não é sempre que a cachoeira da Praia do Sancho está lá. Ela se forma em períodos após muita chuva, o que geralmente ocorre entre abril e junho. Mesmo assim, não é garantia para conhecê-la. Por isso, boa sorte!

Cachoeira do Sancho só aparece após dias de chuva. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Cachoeira do Sancho só aparece após dias de chuva. Foto: Luiz Pessoa/NE10

6. Conhecer os detalhes do fundo do mar

Nem sempre dá tempo – ou sobra coragem – para fazer o mergulho com cilindro na primeira vez. Porém, conhecer de perto a dinâmica do mar de Noronha pode ficar para a próxima. Só não deixe de fazer.

7. Tentar interagir com novos animais

Nadar com tubarões, tartarugas, arraias e outros animais. Ter golfinhos acompanhando o passeio de barco. Ver a atividade de atobás, viuvinhas e outras aves. Tudo isso pode ser feito em Noronha. Se não conseguiu ficar perto de algum bicho na primeira, não desista. Na natureza, tudo é imprevisível.

8. Ir aos restaurantes que você ainda não conheceu

Dezenas de restaurantes fazem a alta gastronomia de Noronha ser reconhecida também no continente. E não dá para ir a todos de uma só vez. É bom para dar um gostinho de “quero mais”.

Paella é um dos pratos mais concorridos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Paella é um dos pratos mais concorridos no Festival de Zé Maria. Foto: Luiz Pessoa/NE10

9. Se permitir ficar um tempo “longe do mundo”

É impossível ficar na internet sempre em Noronha. Essa é uma forma de esquecer tudo e relaxar.

10. Energizar o corpo e a alma

Noronha é uma das ilhas mais lindas do mundo e está no nosso País. Aproveite a oportunidade para renovar as energias no mar de águas cristalinas. Assim, você também vai querer sempre voltar.

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Tubarões e golfinhos são grandes animais do mar de Noronha

Por incrível que pareça, os golfinhos têm o mesmo ancestral que vacas, camelos e hipopótamos, o creodonte. Foto: Antônio Melcop/Administação de Fernando de NoronhaPor incrível que pareça, os golfinhos têm o mesmo ancestral que vacas, camelos e hipopótamos, o creodonte. Foto: Antônio Melcop/Administação de Fernando de Noronha

Dois grandes animais que habitam o fundo do mar de Fernando de Noronha fazem da ilha eleita a mais bonita do Brasil um verdadeiro parque de diversões. São os golfinhos e os tubarões, que acompanham os turistas na viagem, interagindo com eles, cada um da sua forma, e despertando a curiosidade desses visitantes.

Tubarões surgiram no mundo há mais 350 milhões de anos, antes mesmo da formação dos planetas e do Oceano Atlântico. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Tubarões surgiram no mundo há mais 350 milhões de anos, antes mesmo da formação dos planetas e do Oceano Atlântico. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Estigmatizado como um animal terrível, é no arquipélago que o tubarão mostra que as coisas não são bem assim. Em praias como a do Sueste, do Porto de Santo Antônio, da Caieiras e do Sancho, é possível interagir com eles, principalmente com os da espécie limão (negaprion brevirostris), uma das 13 encontradas na ilha – além dela, as mais frequentes são o lixa (ginglymostoma cirratum) e o do recife (carcharhinus perezi).

Pegue o snorkel, vá para o mar e não tenha medo. O engenheiro de pesca Leonardo Veras, curador do Museu do Tubarão, explica que os seres humanos não fazem parte da cadeia alimentar dos oceanos, logo, não são alimento para esses animais. “A pergunta não é por que os tubarões de Noronha atacam, e sim por que os outros fazem isso. Tubarão não é feito para comer gente. Aqui temos um ambiente equilibrado e pequena invasão humana no mar. Além disso, a água cristalina faz com que o tubarão identifique o humano e não ataque”, afirma.

Esses predadores se alimentam de peixes menores do que eles, principalmente o peixe papagaio, além de animais como polvos e lagostas. Pesquisas apontam que há tubarões que comem cerca de 2% do seu peso corporal por dia. Porém, Veras frisa que isso não vale para todas as espécies.

Tubarão nadando na Praia do Sancho. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Tubarão nadando na Praia do Sancho. Treze das 375 espécies do mundo podem ser encontradas em NoronhaFoto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

“Eles não comem o tempo todo. Como têm o metabolismo mais baixo do que o do ser humano e são animais homeotérmicos, com temperatura regulada pelo ambiente, acabam gastando menos energia”, justifica. Além disso, esses bichos passam por períodos de abstinência alimentar que podem durar um ano – embora tenham como objetivo de vida procurar alimento. “Precisam comer principalmente quando vão se preparar para a migração e para a reprodução.”

É justamente para ter os filhotes que os tubarões chegam a Noronha. No caso da espécie limão, depois de usar as piscinas naturais da ilha como berçário, ficam na costa enquanto são jovens, período em que geralmente podem ser vistos pelos banhistas. São animais de até um metro, normalmente até os 12 anos de idade.

De acordo com o engenheiro de pesca, os machos adultos dessa espécie vivem longe da ilha, enquanto as fêmeas costumam  morar em regiões mais profundas no entorno de Noronha. Os animais se aproximam da costa entre janeiro e fevereiro, quando acontece a cópula. A fecundação é interna.

As crias nascem 11 meses depois, podendo haver até 20 pequenos tubarões, medindo cerca de 30 centímetros. O canibalismo é muito comum entre esses bichos, então, assim que chegam à água, os filhotes já têm que ficar alerta. Esses animais podem viver cerca de 30 anos.

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» Faça o teste e descubra que praia de Noronha combina mais com você

Apesar de muitas espécies poderem, digamos, descansar – os da limão ficam parte do dia em repouso -, os tubarões nunca deixam de lado os sete apuradíssimos sentidos que os fazem ser conhecidos como máquinas: eletrorrecepção, visão, paladar, audição, olfato, tato e tato à distância. Tudo isso com o único intuito de identificar presas em potencial e mapeá-las no fundo do mar.

Tubarão descansando no Buraco da Raquel. Mesmo com o metabolismo baixo, mantém alerta. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Tubarão descansando no Buraco da Raquel. Mesmo com o metabolismo baixo, mantém alerta. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Só para dar alguns exemplos, eles podem localizar, através da escuta remota, leves vibrações a longa distância, o que lhes permite localizar peixes feridos no oceano. Assim como em outros animais aquáticos, a audição é o sentido mais aguçado de todos nesses bichos, pois o som se propaga quatro vezes melhor na água do que no ar. Os tubarões souberam tirar proveito disso ao longo da evolução com seus dois ouvidos internos dotados de sensores de direção, equilíbrio e velocidade.

Mas o sentido mais famoso é o olfato, explorado pelos filmes, é o olfato. Algumas espécies são capazes de detectar uma parte por milhão, o que equivale a uma gota de extrato de peixe dissolvida em uma piscina olímpica.

Para conhecer mais detalhes sobre os tubarões em Noronha, vale visitar o Museu do Tubarão, aberto diariamente das 8h às 19h30, e assistir à palestra de Leonardo Veras no Projeto Tamar nas sextas-feiras, às 20h. Os dois passeios são gratuitos.

GOLFINHOS – Quem não viaja para a ilha interessado no passeio de barco com golfinhos em volta que atire a primeira pedra. O que poucos sabem é que, enquanto parecem fazer um show, esses animais, na verdade, estão “de guarda” e querem proteger o grupo principal, em que estão as fêmeas e os filhotes. Os mesmos bichos que acompanham as embarcações afugentam e enfrentam tubarões e organizam os deslocamentos.

As informações são do projeto Golfinho Rotador, que atua em Noronha para a preservação da espécie através da educação ambiental. Os turistas que quiserem ver esses animais além do passeio, podem ir cedo ao Mirante dos Golfinhos, que fica na área do Parque Nacional Marinho e pode ser acessado a partir do Ponto de Informação e Controle Sancho/Golfinho. Lá, você pode pegar um dos binóculos emprestados pelo projeto a partir das 7h, além de tirar dúvidas sobre os hábitos dos bichos, e se encantar.

Golfinhos têm respiração pulmonar através de um orifício que se abre quando ele sobe para fazer as trocas gasosas e se fecha quando vai submergir. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Golfinhos têm respiração pulmonar através de um orifício que se abre quando ele sobe para fazer as trocas gasosas e se fecha quando vai submergir. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

É comum assistir aos filhotes mamando. As pequenas crias, de cerca de 75 centímetros, se posicionam de lado e esfregam o focinho nas fendas mamárias da mãe, de onde sai o leite rico em gordura.

A relação entre a cria e a mãe, inclusive, é muito forte entre os rotadores, de nome científico stenella longirostris. Não há figura paterna, já que a poligamia é comum e as atividades sexuais são realizadas sem fins reprodutivos, com objetivo de alcançar prazer sexual ou afetivo. Quando há fecundação, a gestação dura 10,5 meses.

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Os golfinhos chegam a Noronha pela manhã, em movimento em direção à baía que ganhou o nome deles antes do nascer do sol, após passarem a noite se alimentando longe da costa. À tarde, voltam a sair para as zonas de alimentação. Eles comem lulas, camarões e peixes, principalmente o voador, o garapau e a agulhinha. A cada dia, se alimentam de cerca de 5% do seu peso.

Devido ao seu sistema de comunicação, baseado nos sons – silvos com tons puros e assobios altos – e na movimentação aérea – relacionada ao deslocamento, ao estado de alerta ou à coesão do grupo -, os golfinhos são considerados animais muito inteligentes.

Enquanto os seres humanos têm o sexto maior cérebro entre os mamíferos, proporcionalmente, os golfinhos rotadores têm o terceiro maior, com um quilo e meio. O córtex associativo, a parte especializada no pensamento abstrato e conceitual, também é maior que a dos homens. Essas são as características desses animais há mais de 30 milhões de anos.

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Rock Lima recicla materiais em Noronha e transforma em arte

Rock Lima em seu ateliê, na Ponta da Air France. Foto: Luiz Pessoa/NE10Rock Lima em seu ateliê, na Ponta da Air France. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Inspirado na vista do Morro do Pico na janela do seu ateliê, na Ponta da Air France, o artista plástico recifense Rock Lima, 50 anos, metade deles vividos em Fernando de Noronha, desconstrói objetos encontrados no lixo para transformá-los em arte. Assim, retira a sucata da ilha, contribuindo para manter como um paraíso o lugar onde escolheu viver.

Ateliê tem vista para o Morro do Pico e para ilhas secundárias. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Ateliê tem vista para o Morro do Pico e para ilhas secundárias. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Inicialmente, há dez anos, começou a trabalhar com materiais retirados do lixo por causa da dificuldade para consegui-los importando do continente. “Noventa porcento dos trabalhos eram com reciclados. Antes era por necessidade e agora é por prazer”, justifica. “As pessoas me consideram uma referência de arte na ilha.”

Rock pega placas de sinalização, canecas de porcelana e todos os tipos de material que lhe forem doados ou encontrados na usina de resíduos sólidos, como chama o lixão. Mas prefere trabalhar com ferro. “Você aquece e fica mole, consegue até torcer, se sente o próprio Huck”, brinca. Em seguida, Rock dá a gargalhada pela qual é conhecido pelos moradores da ilha, solta até nas reuniões do Conselho Distrital.

Todas as peças são transportadas para o ateliê na moto do artista, que tem o sonho de fazer uma exposição de miniaturas de veículos Harley Davidson. Até lá, elabora as suas peças que retratam o cotidiano. Uma delas é a coruja Elizabeth, uma referência à rainha por ter um chapéu semelhante ao dela.

Rock gosta de trabalhar sob encomenda e, principalmente, pressão. “A melhor maneira é com emoção”, afirma. Foi assim que criou uma das últimas obras. Rock pegou placas de indicação da Vila dos Remédios, que seriam usandas para fazer um quadro em ferro. O artista havia feito o desenho com o Morro Dois Irmãos, mas ainda estava em dúvida se usaria a imagem do cartão postal da ilha, alegando que já era muito explorado. Isso até receber, no ateliê, a visita de uma cliente, que era coordenadora de uma campanha de combate ao câncer. “Quando a mulher viu, começou a chorar, teve a certeza de que seria essa a marca. Ela saiu às 9h e a peça já estava pronta ao meio-dia. Deixei o golfinho da placa, inverti e fiz os Dois Irmãos, para remeter aos seios”, conta.

Pelas mãos de Rock, placa se transformou em campanha de prevenção ao câncer de mama. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Pelas mãos de Rock, placa se transformou em campanha de prevenção ao câncer de mama. Foto: Luiz Pessoa/NE10

As peças são vendidas a turistas e pousadas e restaurantes da ilha, como a Beco de Noronha. Mesmo sendo artista profissional há uma década, ficou mais conhecido no ano passado, quando o surfista e apresentador Pedro Scooby apresentou as suas obras em um programa de televisão. Como costumava vender os trabalhos muito baratas se os compradores alegassem não ter dinheiro, precisa apresentar as propostas à esposa, a chef Ana Jabur, antes de fechar negócio. “Fui proibido de trabalhar com preço.”

Rock é aficionado por motos, principalmente as de modelos dos anos 1960. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Rock é aficionado por motos, principalmente as de modelos dos anos 1960. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Morador da Vila do Trinta, onde a esposa tem um restaurante, Rock usa como ateliê o Espaço Cultural Air France, espaço pertencente à Associação dos Artesões de Pernambuco e usado só por ele há dez anos. Por isso, bagunçado pelos materiais que ele leva. “Como vou trabalhar com sucata arrumadinho? Gosto de ter essas informações todas, aprendi a conviver e trabalho bem dessa maneira”, explica.

Foi justamente assim e em Noronha que Rock começou a desenvolver o lado artístico. Criado em Brasília Teimosa, comunidade da Zona Sul do Recife onde a principal diversão é aproveitar a praia, fazia apenas miniaturas de guitarras de madeira. A primeira vez foi quando era adolescente, passou por uma loja de instrumentos musicais com a namorada e não tinha dinheiro para comprar uma peça da qual a namorada gostou. Resolveu o problema fazendo o presente.

Antes Sérgio Roberto de Lima – o Rock virou sobrenome e entrou nos documentos este ano -, chegou do Recife para trabalhar em um supermercado na ilha.

Bagunça é parte do ambiente de trabalho de Rock. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Bagunça é parte do ambiente de trabalho de Rock. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Era 1990, quando havia três voos semanais, de 6, 8 e 12 lugares. Ainda chamado Sérgio Rock, por causa das músicas que ouvia, desembarcou num domingo com ar de turista e acompanhado de sete gaúchos. Estava com euforonha, o sentimento de alegria extrema que muita gente afirma sentir durante a viagem. “Eu gostaria que todas as pessoas, quando forem receber uma notícia triste, ficassem nesse estado”, diz.

“Já tinha Sérgio, Sérgio do barco e Serginho. ‘Vamos eliminar esse sérgio’, disseram. ‘Agora, às vezes até me desconheço como Sérgio”, diz. Desde a ilha Rata até a Sapata, os dois extremos da ilha, todos os moradores também. “Uma vez uma menina escreveu uma carta, que voltou. Quando fui aos Correios, descobri o problema: veio para Sérgio.”

Rock deixou o emprego três anos depois. Achava que trabalhava muito e não conseguia aproveitar a ilha. Começou a trabalhar como instrutor de mergulho livre. “O ser humano tem que trabalhar e curtir o que faz, conseguir usufruir o que tem de melhor. Preciso me divertir com o meu trabalho”, afirma.

Hoje em dia, Rock faz como muitos ilhéus: tem múltiplas tarefas. À noite, é garçom no restaurante comandado pela esposa, o Mesa da Ana. Lá, resgata histórias e lendas de Noronha, além do hábito antigo de receber os turistas em casa. Enquanto serve as mesas, o artista revela os personagens da ilha e seus causos com o bom humor de sempre – e a gargalhada.

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Seja biólogo por uma noite em Noronha

Estrutura do Tamar em Noronha é museu aberto. Na foto, o coordenador do projeto na ilha, Rafael Robles. Foto: Luiz Pessoa/NE10Estrutura do Tamar em Noronha é museu aberto. Na foto, o coordenador do projeto na ilha, Rafael Robles. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Quem, quando criança, nunca brincou de salvar os animais? Em Fernando de Noronha, é possível tornar desejo em realidade, pelo menos por uma noite. É o propósito do monitoramento da desova de tartarugas feito pelo Projeto Tamar na Praia do Leão de dezembro a junho, o período de reprodução desses animais. A atividade é gratuita.

Tartarugas verdes usam a ilha para se reproduzir. Foto: Projeto Tamar

Tartarugas verdes usam a ilha para se reproduzir. Foto: Projeto Tamar/Divulgação

Sem luz para não atrapalhar as mamães tartarugas na missão de colocar os ovos, a chegada à praia é às 20h. A partir de então, o monitoramento é feito de hora em hora. Os animais têm o casco medido e são marcados, assim como os ninhos, que recebem uma numeração. Com esse dado, é possível fazer o acompanhamento até o nascimento dos filhotes e a corrida deles até o mar. O público pode participar ainda da contagem desses pequenos bichos.

O passeio é feito todas as segundas e quintas-feiras. Para participar, os turistas devem ir ao Centro de Visitantes do projeto, que fica na Alameda do Boldró e funciona diariamente das 9h às 22h. Os telefones para contato são (81) 3619.1174, 3619.1577 e 3619.1269. São quatro vagas por noite.

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O coordenador da base do Tamar em Fernando de Noronha, Rafael Robles, explica que as atividades de pesquisa do projeto foram adaptadas ao ecoturismo, com o objetivo de incentivar a ideia de “conhecer para preservar”. “Quanto mais perto dos animais, mais sensibilizadas as pessoas ficam”, defende.

O projeto foi criado há 35 anos – e está em Noronha há 30, atualmente funcionando com 25 funcionários, sendo cinco técnicos que vão a campo. Tudo começou no fim da década de 1970, quando um grupo de cinco estudantes gaúchos de oceanografia esteve no Atol das Rocas, um ilha oceânica no Rio Grande do Norte, para colher material para o museu da universidade. Lá, ouviram o barulho de pescadores matando tartarugas que estavam se reproduzindo. “Isso contrariava o que haviam aprendido na faculdade, que o Brasil não tinha desova de tartarugas”, conta o coordenador na ilha.

Projeto Tamar está em Noronha há 360 anos. Foto: Projeto Tamar

Projeto Tamar está em Noronha há 360 anos. Foto: Divulgação

Os estudantes, então, convenceram os pescadores locais a não agir contra os animais e fizeram o registro oficial da desova para denunciar o fato. “O País fazia parte de acordos de proteção dos oceanos, o que contribuiu para pressionar o governo a fazer um projeto de proteção das tartarugas, que são animais migratórios”, diz. Então o grupo foi chamado para percorrer a costa e fazer um levantamento de 1980 a 1982. Era o início do Tamar.

Inicialmente, foram três bases: Pirambu Pirambu (SE), onde vive a espécie oliva; Praia do Forte (BA), com registros da cabeçuda e da pente; e Regência (ES), local da tartaruga de couro. Faltava apenas proteger a tartaruga verde, encontrada em Noronha. “Foi um negócio de estudantes que salvou as tartarugas”, afirma Robles. Trinta e cinco anos depois, são 25 bases.

Segundo dados do próprio projeto, eram 29 ninhos de tartarugas na ilha na década de 1980, número que aumentou para 159 na década de 2000. “É um trabalho a longo prazo. Teoricamente a primeira tartaruga que (os fundadores) colocaram ao mar está se reproduzindo agora. Para as tartarugas, 30 anos não é nada”, justifica o coordenador. O Tamar é financiado por patrocínio e pelas vendas de produtos produzidos por comunidades costeiras nas lojas instaladas em pontos turísticos, como a que existe em Noronha.

Criado há 19 anos, o ciclo de palestras ambientais do projeto leva pesquisadores para o Centro de Visitantes toda noite, a partir das 20h, após a exibição de filmes, para falar sobre temas que fazem parte da ecologia na ilha. Veja a programação semanal:

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DURANTE O DIA – Há ainda a captura intencional de tartarugas todas as segundas e quintas-feiras. Mergulhando por apneia, os biólogos pegam os animais para medir o casco, coletar o sangue, pesá-los e verificar o estado de saúde deles. “Esse trabalho é feito com o objetivo de conhecer a rota migratória, a média de tartarugas, a taxa de crescimento delas”, explica Rafael Robles. O local e o horário da atividade dependem da maré, mas é possível se informar no Centro de Visitantes. Nos últimos 30 anos, foram estudadas mais de 4 mil tartarugas verdes diferentes, além de 2,5 mil da espécie pente.

Os turistas que gostam de acordar cedo têm ainda, durante o dia, palestra do projeto Golfinho Rotador sobre esses animais, no Mirante dos Golfinhos, às 7h ou com a chegada de grupos grandes. Na atividade, descobrem detalhes sobre a vida dos bichos, que costumam chegar a Noronha pela manhã para se reproduzir e cuidar dos filhotes, enquanto à noite vão para alto mar para se alimentar. A dica é chegar por volta das 6h30. O projeto também empresta binóculos para a observação dos animais e distribui folders sobre o comportamento deles.

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Cacimba tem cardápio de famosos em Noronha

Peixe leva o nome de Amália Stringhini, esposa do jornalista Evaristo Costa. Foto: Luiz Pessoa/NE10Peixe leva o nome de Amália Stringhini, esposa do jornalista Evaristo Costa. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Bruno Gagliasso, Evaristo Costa, Patrícia Poeta. Em breve, Daniela Mercury e Mallu Verçosa. Deixando as risadas pelas piadas de duplo sentido que isso provoca, eles são os pratos do Cacimba, um bistrô com cara de restaurante. Na casa secular na Vila dos Remédios, também vão à mesa os famosos de Fernando de Noronha: Zé Maria Sultanum e padre Glênio, o religioso surfista.

Chef Auricélio Romão é o criador dos pratos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Chef Auricélio Romão é o criador dos pratos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Com proposta de ser simples, sofisticado e gostoso, o Cacimba tem essa administração há dois anos, com o chef Auricélio Romão e as jornalistas Ana Clara Marinho e Edna Moura. É para ser um espaço de amigos.

Foi assim que surgiu a brincadeira dos nomes para os pratos. Geralmente levando em consideração o que os visitantes – e amigos – gostam de comer, o chef elabora a receita. “Bruno (Gagliasso) é louco por lagosta. E todo mundo quer comer Bruno”, brinca, falando sobre os pastéis do fruto do mar, um dos pratos mais pedidos. Agora, Auricélio dará o nome da esposa do ator, Giovana Ewbank, a uma moqueca de lagosta.

Mas o processo pode ser diferente, como aconteceram como os deliciosos churros com recheio de doce de leite e creme de avelã e crosta de canela e açúcar. Depois que Daniela Mercury e a esposa, Mallu Verçosa, comeram a sobremesa, pediram que o doce ganhasse seu nome. As duas estavam em lua de mel em Noronha.

Amália Stringhini, esposa do jornalista Evaristo Costa, virou um peixe levemente picante, servido com arroz de coco e um purê de batata verde que tem história. “Ela estava com as crianças e pediu para bater brócolis com batata, como a mãe fazia para as crianças”, conta o chef, que adicionou manjericão à receita. O pescado é atum, um dos peixes da ilha, grelhado com pimenta biquinho.

O peixe também está no filé ao molho de coco com gengibre que leva o nome do chef César Santos. O prato é um hit da casa e acompanha arroz de curry e purê de jerimum. Não é a toa que é chamado com o nome de um especialista em gastronomia.

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Faça o teste e descubra que praia de Noronha combina mais com você

Barcos param na Praia do Sancho para banho de mar. Foto: Luiz Pessoa/NE10Barcos param na Praia do Sancho para banho de mar. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Está de malas prontas para Fernando de Noronha e já quer saber de que praia pode gostar mais na sua viagem? Responda ao teste, que também serve para quem conhece a ilha ou planeja ir um dia, e descubra se você combina mais com o Sancho, eleita duas vezes a mais bonita do mundo, ou com a Atalaia, um destino para os mais aventureiros. Seu perfil pode bater também com o Sueste, de fácil acesso e cheia de animais, a Conceição, uma das badaladas, ou com o Cachorro, a mais, digamos, urbana. Há ainda a Cacimba do Padre, reduto dos surfistas, ou o Americano, quase deserta.

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Do semiárido, mocós fizeram de Noronha a própria casa

Mocós formam tocas nas pedras, onde vivem em grupos familiares. Foto: Luiz Pessoa/NE10Mocós formam tocas nas pedras, onde vivem em grupos familiares. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Pequenos roedores de pelo em tons de cinza e marrom encantam muitos visitantes que têm a oportunidade de vê-los pelas encostas rochosas de Fernando de Noronha. Eles são os mocós, mamíferos introduzidos na ilha na década de 1960, trazidos do semiárido nordestino.

De pelo em tons de marrom e cinza, mocós se camuflam entre as rochas. Foto: Luiz Pessoa/NE10

De pelo em tons de marrom e cinza, mocós se camuflam entre as rochas. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Esses animais, de nome científico Kerodon rupestris, são mamíferos com grandes dentes frontais que saltam e escalam muito bem. Como os coelhos, têm rabo curto. A semelhança com os ratos está nas orelhas, pequenas e arredondadas. A alimentação é baseada em frutos e raízes.

Os mocós têm reprodução ao longo de todo o ano, com pico nos meses de verão, de menos chuva. Após o cruzamento entre macho e fêmea, ela engravida e, 30 dias depois, nascem de quatro a oito filhotes. Com um mês e meio de idade, os pequenos animais já podem se alimentar sozinhos, caminhar e têm o corpo todo coberto de pelos. Aos cinco meses, estão sexualmente ativos.

As mães já são férteis logo após o nascimento dos bebês. Isso fez com que a população desses fofos mamíferos aumentasse a ponto de transformá-los em uma praga biológica na ilha – ou seja, são tantos indivíduos que não há mais equilíbrio na cadeia alimentar.

De acordo com a bióloga Maria de Lourdes Alves, da Administração de Fernando de Noronha, há pesquisadores estudando formas de reduzir o número de habitantes, já que o problema afeta o ecossistema, as formações rochosas e as fortificações históricas da ilha, desgastadas pelos roedores. Mas a especialista ressalta que os próprios animais fazem o controle natural. “Quando população fica muito grande, os machos adultos comem os filhotes, fazem canibalismo”, explica.

Mocós conseguem se reproduzir a cada 30 dias, em média. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Mocós conseguem se reproduzir a cada 30 dias, em média. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Os mocós vivem em pequenas famílias e fazem suas tocas principalmente nas encostas do Mar de Dentro, como a que há na Praia do Sancho e na Baía dos Porcos. É para lá que correm na presença de humanos, por se sentirem ameaçados. Porém, não há perigos para os visitantes. “Eles não atacam, são muito amistosos”, afirma a bióloga.

Esses mamíferos foram levados para Noronha com o objetivo de ser caçados pelos militares que moravam na ilha para a alimentação. Com a criação da área de preservação ambiental, em 1988, passou a ser proibido matar todos os animais selvagens, incluindo os mocós.

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