Muito além da mabuia… conheça outras espécies da fauna e da flora de Noronha

Noivinha é uma das aves mais conhecidas de Noronha. Foto: Antônio Melcop/DivulgaçãoNoivinha é uma das aves mais conhecidas de Noronha. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Tartarugas, mabuias, mocós, golfinhos e tubarões são alguns dos animais que habitam Fernando de Noronha e despertam a curiosidade dos turistas. Mas, além deles, há diversas outras espécies de plantas e bichos na ilha – só não há cobras de nenhuma espécie. Saiba mais sobre a fauna e a flora de lá:

FLORA

» Gameleira

Quinhentos metros. É o tamanho que a copa dessa árvore de raízes aéreas pode chegar. A altura, aproximadamente a 30 metros. O fruto, um tipo de figo, é muito doce e serve de alimento para as aves, mas só é encontrado nos meses de outubro e novembro. A planta pode ser encontrada na ilha principal e nas secundárias.

Gameleira tem copa gigante. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Gameleira tem copa gigante. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

» Mulungu

Essa árvore extremamente frondosa que chega aos 20 metros de altura e tem caule cheio de espinhos faz parte do imaginário popular do arquipélago. Conta-se que prisioneiros que cumpriam pena em Noronha tentavam fugir em jangadas feitas com a madeira do mulungu (Erythrina velutina). O problema é que ela é mole e esponjosa, acumulando água. Reza a lenda que essas embarcações afundavam e os homens ficavam à deriva. Não se sabe se isso realmente acontecia, assim como também é incerto o poder calmante da casca, usada pelos nativos. É do mulungu as sementes amarelas, laranjas, vermelhas e pretas que podem ser vistas pelo chão em diversos pontos da ilha e bastante usadas para fazer artesanato – quanto mais clara a semente, mais escura a flor. Delas, apenas as pretas são de uma planta endêmica, ou seja, de genoma só encontrado por lá.

» Burra-leiteira

A Sapium scleratum também é endêmica e pode ser encontrada na ilha principal e nas secundárias, provavelmente depois que as sementes são levadas pelas aves. “Provavelmente porque os polinizadores, como formigas e abelhas, não têm contato com outros gêneros dessa espécie de plantas”, explica a bióloga Maria de Lourdes Alves, que atua na Administração de Fernando de Noronha. A burra-leiteira chega a 15 metros de altura e tem uma seiva que parece um leite branco, porém é altamente cáustica, podendo provocar queimaduras e, em contato com os olhos, até cegueira. A flor dessa árvore, que é descrita desde o descobrimento da ilha, é roxa e bem pequena e o fruto parece um peão verde. As propriedades medicinais da árvore nunca foram estudadas, mas algumas pessoas usavam o látex para curar verrugas.

FAUNA

Atobá é bom mergulhador. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Atobá é bom mergulhador. Foto: Luiz Pessoa/NE10

» Atobá e fragata

Quando o atobá vai até a água para buscar peixes e volta a voar, a fragata chega sorrateira e rouba o alimento. É assim, nada amistosa, a relação entre essas duas aves que vivem em Noronha. Por terem muita gordura nas penas, os atobás conseguem mergulhar até 17 metros de profundidade, enquanto a outra espécie, que pode medir até dois metros, não pode caçar o próprio alimento.

A reprodução das fragatas costuma acontecer no fim do inverno, quando as fêmeas colocam ovos no topo das árvores. “Assim, os filhotes têm até o fim do verão para aprender a usar as longas asas e a voar. Se jogam do ninho e depois, quando estão no ar, conseguem sair voando”, explica a bióloga. Os atobás colocam, também nas árvores, dois ovos durante o verão. “Os dois filhotes são alimentados por dois dias, mas depois só o mais forte permanece sendo cuidado e o que for menor é abandonado para que a mãe possa se dedicar ao que tenha mais chances de sobreviver. Parece cruel, mas é o sistema deles. Têm dois na expectativa de um crescer forte”, afirma Maria de Lourdes Alves.

» Viuvinha e noivinha

Aves muito comuns em Noronha, as viuvinhas têm penas pretas, enquanto as noivinhas, brancas. Esses pássaros se alimentam de peixes no momento de arrufo, que é quando os grandes encurralam as sardinhas, que pulam para fora do mar. Tanto as noivinhas quanto as viuvinhas fazem ninhos com algas e capim nas árvores, assim como os atobás.

Viuvinhas são pássaros pretos. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Viuvinhas são pássaros pretos. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

» Caranguejo

De captura proibida em toda a extensão da ilha há 10 anos para preservar a espécie (Johngarthia lagostoma), matar esses caranguejos pode custar R$ 5 mil além do prejuízo ao meio ambiente. Diferentemente de outros, têm padrões de cores do amarelo claro ao roxo escuro, não têm pelos e, em vez de viverem na lama, moram nos morros. As fêmeas só deixam as tocas no período reprodutivo e vão para o mar para o acasalamento. Na água, enquanto a maré está seca, põem entre 12 e 25 mil ovas, que são inicialmente larvas grudadas nas algas até se transformarem em pequenos caranguejos, que sairão da água, onde não são capazes de respirar. “São muito predados nesse percurso. É uma travessia lenta e perigosa para eles, em que têm uma taxa de sobrevivência pequena”, afirma a bióloga. “Uma década depois da proibição da captura, ainda não conseguimos ter uma população estável.”

Levados para acabar com o excesso de ratos, tejus agora são praga. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Levados para acabar com o excesso de ratos, tejus agora são praga. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

» Teju

Descendentes dos dinossauros, esses répteis foram introduzidos em Noronha no fim da década de 1950, levados do semiárido nordestino, em um plano que não deu certo. O objetivo era que eles comessem os ratos e os sapos, fazendo o controle natural desses animais, mas não foi pensado que os predadores e os predados têm hábitos diferentes: enquanto caçadores buscam alimento durante o dia, os outros, à noite. A captura dos tejus é proibida, mas, como eles tornaram-se uma praga em Noronha, cientistas estudam a abertura de uma temporada de caça. Eles são ótimos nadadores, podendo ir pela água até as ilhas secundárias, mas, devido à disponibilidade de alimentos, costumam viver mais próximo às áreas urbanas. A reprodução é geralmente no verão, período em que as fêmeas põem um ou dois ovos em pequenas cavernas. Como são de sangue frio, para não peder muita energia, esses bichos hibernam no período chuvoso.

* Todas as informações são da bióloga da Administração de Fernando de Noronha.

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Famosos se declaram a Noronha pelas redes sociais

Bruno Gagliasso está em Noronha este fim de semana. Foto: reprodução do InstagramBruno Gagliasso está em Noronha este fim de semana. Foto: reprodução do Instagram

Paraíso brasileiro, Fernando de Noronha é refúgio de muitos famosos para relaxar sem o assédio de paparazzi. Cenários como os morros do Pico e Dois Irmãos, cartões postais da ilha, aparecem frequentemente nas redes sociais de celebridades como Bruno Gagliasso – que está lá nesta sexta-feira (5) -, Paulo Vilhena, Bruna Marquezine e Angélica.

Veja alguns lugares escolhidos por eles para se inspirar:

INSTAGRAM – O @portalne10 guarda as recordações da viagem a Noronha pelo Instagram. Usando a hashtag #NoronhaEuFui, todo mundo pode compor esse álbum. Passeios de barco, mergulhos, pores do sol, pontos turísticos e até casamentos foram enviadas. Para ver as fotos, clique aqui.

Publique as suas fotos com a hashtag #NoronhaEuFui. Foto: @halannadonato/Instagram

Publique as suas fotos com a hashtag #NoronhaEuFui. Foto: @halannadonato/Instagram

Moradores locais e amantes da ilha também têm investido nas redes sociais como propaganda das paisagens. Uma delas é a empresária Fabiana de Sanctis, 37 anos, à frente do @noronhalovers, que tem mais de 73 mil seguidores no Instagram.

Há mais de três décadas no arquipélago, ela postava, no seu perfil pessoal, fotos de lugares não tão conhecidos por turistas, que recebiam muitas curtidas e perguntas. “Quero mostrar coisas que as pessoas não estão acostumadas a ver”, afirma. “As pessoas têm curiosidade sobre Noronha e não têm com quem tirar dúvidas.”

Fabiana afirma que uma das partes mais legais da rede social é a interação que ela permite. “Fico emocionada quando as pessoas dizem que decidiram vir a Noronha por causa das minhas fotos. Chorei na primeira vez. E tem gente que começa comentando, depois vai para o direct e hoje já tenho seguidores que têm o meu Whatsapp. É uma troca impressionante”, diz.

A ideia de abrir um espaço para homenagear Noronha surgiu há um ano, por sugestão – quase insistência, segundo Fabiana – da blogueira Camila Coutinho, do Garotas Estúpidas, parceiro do NE10. A empresária usa fotos próprias e de colaboradores. Além do @noronhalovers, há perfis como o @amonoronha, @noronhaeuamoeucuido_, @curtanoronha, @noronhawedding e @noronha_oficial.

Fabiana dá dicas de passeios não tão usuais. Foto: @noronhalovers/Instagram

Fabiana dá dicas de passeios não tão usuais. Foto: @noronhalovers/Instagram

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Faça o teste e descubra que praia de Noronha combina mais com você

Barcos param na Praia do Sancho para banho de mar. Foto: Luiz Pessoa/NE10Barcos param na Praia do Sancho para banho de mar. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Está de malas prontas para Fernando de Noronha e já quer saber de que praia pode gostar mais na sua viagem? Responda ao teste, que também serve para quem conhece a ilha ou planeja ir um dia, e descubra se você combina mais com o Sancho, eleita duas vezes a mais bonita do mundo, ou com a Atalaia, um destino para os mais aventureiros. Seu perfil pode bater também com o Sueste, de fácil acesso e cheia de animais, a Conceição, uma das badaladas, ou com o Cachorro, a mais, digamos, urbana. Há ainda a Cacimba do Padre, reduto dos surfistas, ou o Americano, quase deserta.

Clique aqui para participar do quiz.

Faça o teste e não esqueça de compartilhar o resultado nas redes sociais

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Um roteiro para sete dias relaxando sem “neuronha”

Passeio à Fortaleza dos Remédios pode ser no fim da tarde, para pegar o por do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10Passeio à Fortaleza dos Remédios pode ser no fim da tarde, para pegar o por do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Fernando de Noronha tem pontos turísticos para agradar os mais diversos visitantes. Mesmo com tanto a fazer, do lado de cá do oceano há um mito que diz que uma semana na ilha já provoca a tal “neuronha”, uma vontade enorme de voltar à “vida real”. Mas, se fosse música pop, diríamos que o recalque bate no Morro Dois Irmãos e volta, pois há provas incontestáveis de que é possível, sim, montar o seu roteiro de sete dias no arquipélago e ainda sair com gostinho de quero mais. É só preparar as malas.

Veja uma sugestão de roteiro para passar sete dias na ilha – mas vale dizer que, como quase tudo em Noronha depende da natureza, não se estresse se um ou outro passeio for adiado:

Por do sol no Boldró é o mais disputado de Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Pôr-do-sol no Boldró é o mais disputado de Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

DIA 1

Os voos comerciais costumam chegar à ilha desde o início até o fim da tarde. Então, há grandes chances de você chegar a tempo de ver o famoso pôr-do-sol de Noronha. O Forte do Boldró é um dos lugares preferidos e mais bonitos.

DIA 2

O ilhatour, um passeio de bugue pelos pontos turísticos de Noronha, com paradas para fotos e banhos de mar, pode dar uma ideia geral da ilha. A atividade custa, em média, R$ 150.

Assistir a uma das palestras diárias do Projeto Tamar é uma sugestão para o início da noite. É gratuita.

DIA 3

Para o terceiro dia, uma opção é conhecer Noronha pelo mar, em um passeio de barco pelo Mar de Dentro, do Porto de Santo Antônio até a Ponta da Sapata. Custa cerca de R$ 120 por três horas – se for no entardecer; é aproximadamente R$ 140.

Vista do passeio de barco é incrível. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Vista do passeio de barco é incrível. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Fora do roteiro tradicional, a trilha do Morro do Piquinho pode ser feita à tarde pelos mais aventureiros. Mas tem alto grau de dificuldade e deve ser feita por quem tem experiência. O valor é, em média, R$ 100. Para incrementar, tem também o rapel, que pode ser contratado pelo telefone (81) 3619.0447.

Como a pedra fica na Praia da Conceição, é uma oportunidade para apreciar o pôr-do-sol de lá.

Os que não têm experiência também podem fazer trilhas como a Costa dos Mirantes – seguindo pela encosta da baía até o mirante Dois Irmãos e acessando a Praia do Sancho por descida entre as rochas – e a Esmeralda do Atlântico – uma caminhada em maré baixa pelas praias do Mar de Dentro. Ambas custam aproximadamente R$ 100.

DIA 4

É dia de explorar o fundo do mar com a Nave. A embarcação tem uma lente que permite aos visitantes conhecer as espécies que habitam o oceano Atlântico sem mergulhar. Antes tem uma aula sobre a vida marinha de Noronha. É R$ 150.

À tarde, você pode fazer uma caminhada para conhecer a história da ilha, que já foi ocupada por portugueses, holandeses, franceses, italianos e norte-americanos e também já funcionou como um presídio. O lugar ideal para isso é a Vila dos Remédios. Pelo receptivo Atalaia, custa R$ 65.

O passeio pode acabar na Fortaleza dos Remédios, com um pôr-do-sol incrível e vista para praias do Mar de Dentro.

Passeio tem formações rochosas e ilhotas de Noronha como plano de fundo. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Plana sub tem formações rochosas e ilhotas de Noronha como plano de fundo. Foto: Luiz Pessoa/NE10

DIA 5

O mergulho a reboque, conhecido como plana sub ou prancha sub, é uma opção de diversão para o quinto dia de viagem. Puxado em posição de mergulho pela água, você é levado pelo Mar de Dentro segurando uma prancha ligada ao barco. Já falamos sobre ele por aqui. O preço varia de R$ 100 a R$ 200.

Explorar a ilha de bicicleta é ótimo também para quem tem disposição. As bikes podem ser alugadas nos pontos de informação do Parque Nacional – na entrada da trilha do Sancho/Golfinho ou na Praia do Sueste – por R$ 25 para o dia inteiro.

DIA 6

Com sorte, você poderá conhecer a Praia da Atalaia, uma piscina natural com 300 metros de comprimento. Para respeitar a natureza, você só poderá chegar lá com um guia, se estiver aberta, já que o funcionamento varia de acordo com a maré. É proibido o uso de protetor solar, evitando, assim, interferir na vida que nasce lá.

Barcos param na Praia do Sancho para banho de mar. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Barcos param na Praia do Sancho para banho de mar. Foto: Luiz Pessoa/NE10

À tarde, você pode voltar à Praia do Sancho, eleita duas vezes a mais bonita do mundo, e já visitada no ilhatour. Agora, com calma, é hora de curtir a água cristalina. Com sorte, a cachoeira estará lá, escondida entre a vegetação.

Outra opção é o batismo, um mergulho com cilindro para iniciantes conhecerem o fundo do mar de Noronha. O preço é, em média, R$ 440. É quase unanimidade que vale a pena!

DIA 7

Depois de ver as praias e passear na Nave, é hora de mergulhar para conhecer a diversidade da vida marinha de Noronha. A Praia do Sueste tem tartarugas e peixes, que podem nadar ao lado dos visitantes. Não esqueça o snorkel! Você pode chegar lá no ônibus que passa por toda a BR-363 de meia em meia hora. Ainda sobra tempo para voltar aos pontos que mais gostou.

Não importa o dia da semana, à noite sempre tem o que fazer em Noronha. Para quem gosta de forró, o point nas segundas, quartas e sextas-feiras é o Bar do Cachorro. O Ginga Bar, reconhecido pelos petiscos servidos, pode ser o destino na noite de terça-feira. Quinta e sábado tem, no Muzenza, o reggae – que não toca só esse estilo musical, mas outros, como o pop/rock. A festa do domingo é o “samba depois da missa”, no mesmo local. Todos os dias, você ainda pode aproveitar a reconhecida gastronomia de Noronha. Telefones e endereços de todos os passeios estão na aba de serviços.

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Que bacalhau que nada! Em Noronha, o bolinho é de tubarão

Vale deixar o preconceito de lado e provar o bolinho de tubarão. Foto: Luiz Pessoa/NE10Vale deixar o preconceito de lado e provar o bolinho de tubarão. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O lugar onde são reveladas curiosidades sobre dezenas de espécies de tubarão do mundo é o mesmo onde é possível experimentar o gosto deles – literalmente. Colocados entre os animais mais temidos do fundo do mar, em Fernando de Noronha eles perdem o estigma, convivem com os seres humanos e se tornam iguaria no Museu do Tubarão, na forma dos bolinhos de tubalhau, o “bacalhau” da ilha.

Crosta é feita com flocos de milho. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Crosta é feita com flocos de milho. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Servida também em outros restaurantes de Noronha, a receita começou a ser vendida no museu há pelo menos uma década, a pedido dos turistas. “Os nativos já consumiam o tubarão salgado, que chamavam de tubalhau. Essa era uma forma de conservá-lo por causa da dificuldade de ter energia elétrica. Decidimos organizar a técnica e vender para os turistas como souvenir”, conta a engenheira de pesca Concita Veras.

Concita chegou a Noronha há 25 anos com o marido, o também engenheiro de pesca Leonardo Veras, para fazer o trabalho de conclusão da graduação. Os dois montaram a empresa Noronha Pesca Oceânica, a NPO. Sete anos depois, foi aberto o museu, que expõe em painéis, fotos e peças como arcadas dentárias informações sobre esses bichos. “Queremos desmistificar essa ideia de que o tubarão é um animal terrível”, afirma.

Alvo de críticas por causa do consumo do tubarão, Concita ressalta que o que há, na verdade, é uma confusão com a pesca predatória. “É importante deixar claro que ninguém defende isso. Somos os mais interessados em preservar”, aponta. Segundo a administradora do museu, desde 1997 os animais não são retirados do mar da ilha. Atualmente, vêm da pesca artesanal na costa nordestina e são amostras de diversas espécies.

Tubarão é formado no chocolate. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Tubarão é formado no chocolate. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Para fazer os bolinhos, é preciso ter 600g de tubalhau desfiado, um quilo de batatas, uma cebola grande picada, dois ramos de salsinha pixada e óleo para fritar. O rendimento é de aproximadamente 40 unidades.

Moqueca é feita com leite de coco natural. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Moqueca é feita com leite de coco natural. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O modo de preparo é simples e era descrito desde as primeiras embalagens do tubalhau, antes mesmo de virar bolinho. Primeiro cozinhe as batatas e amasse como se fosse fazer um purê. Depois junte a cebola e a salsinha. Então, você já pode fazer os bolinhos e fritar. O gosto é como o do bacalhau, mas, se você não se opõe ao consumo do animal, vale a pena experimentar.

O cardápio do restaurante do Museu do Tubarão, no entanto, vai muito além do animal que dá nome à casa. Um dos destaques é o arrumadinho de peixe, prato que segue a proposta do lugar: oferecer comida caseira, sem tanta sofisticação. É feito com feijão verde, farofa, arroz e vinagrete, além da barracuda, um peixe da ilha, coberto com flocos de milho. “Queríamos usar um prato da cozinha pernambucana com versão noronhense”, explica Concita.

A moqueca do chef Diogo Barbosa, sem azeite de dendê e com leite de coco natural, também encanta muitos paladares. O peixe usado é dourado ou cavala.

Para a sobremesa, a escolha pode ser o brownie com sorvete. Pedindo o doce, os adultos ganham um prato feito com cuidados daqueles elaborados para o público infantil: um tubarão vem desenhado no chocolate. As crianças, inclusive, são os clientes mais frequentes no restaurante, provavelmente pela possibilidade de entrar no misterioso ambiente desses animais.

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NE10 lança site indispensável para quem planeja viajar para Noronha

Um dos mirantes para as belas praias de Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10Um dos mirantes para as belas praias de Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Uma semana após Fernando de Noronha ter sido eleita pelos usuários do TripAdvisor a melhor ilha da América do Sul e a 10ª melhor do mundo, o NE10 lança um especial para apresentar as belezas do lado de lá do oceano – deixando quem está do lado de cá com ainda mais vontade de conhecê-las.

A repórter Amanda Miranda e o cinegrafista e fotógrafo Luiz Pessoa percorreram Noronha do Mar de Dentro ao Mar de Fora por cinco dias em experiências turísticas, com o objetivo contá-las, revelando os bastidores desta expedição. O passeio serviu também para encontrar os personagens que se destacam na ilha, como o guia turístico Cachorrão e seu modo peculiar de levar a vida numa boa.

O site Fernando de Noronha agora faz parte do menu fixo de entretenimento e turismo do portal e terá atualização semanalmente com textos, vídeos e fotos. Entre os assuntos, passeios como o planasub e a expedição Nave, a diversidade e a sofisticação da gastronomia local, a riqueza da fauna (alguém conhece a simpática Mabuia?) e da flora, além da história desse paraíso descoberto em 1503. Para a estreia, a cozinha molecular, a acessibilidade na ilha, as características das tartarugas e a Praia do Sancho, escolhida duas vezes a mais bonita do mundo.

Mas o internauta vai além do Sancho navegando por um mapa interativo na página principal. Cacimba do Padre, Conceição, Atalaia e Leão são alguns dos 17 pontos marcados, com informações sobre os atrativos e fotos, muitas fotos.

As imagens, aliás, merecem destaque no especial. Feitas principalmente por Luiz Pessoa, mostram a vida submarina de peixes coloridos, corais e naufrágios. Rochas, praias, trilhas, fortalezas, pousadas e muita comida também encantam os que escolhem o arquipélago pernambucano como destino.

Se o planejamento do viajante ainda nem começou e restam dúvidas sobre como chegar à ilha, o que comer, onde se hospedar, como contratar passeios e valores de taxas e ingressos, todas essas informações estão na seção de serviços do site. Depois de descobrir ou redescobrir Fernando de Noronha, compartilhe com a gente a sua história, publicando no Instagram uma foto com a hashtag #NoronhaEuFui.

MAIS NORONHA – “Aqui tem baixa temporada? Impossível!”, questionam, surpresos, muitos turistas ao saber que, de abril a junho, é o período em a ilha recebe menos visitantes. Para incrementar a atividade, foi criada a campanha Mais Noronha, com descontos de até 30% em pousadas, restaurantes e passeios.

No ano passado, houve um aumento de 6,7% no número de turistas. A temporada alcançou maior número em estados como Minas Gerais (30%) e São Paulo (18,7%). No Nordeste, os destaques são Paraíba e Rio Grande do Norte, com crescimento de 12,5% e 14,2%, respectivamente.

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Antes de embarcar para Noronha, entenda a diferença entre taxa e ingresso

Trilha de madeira ecológica faz parte do Parque Nacional. Foto: Luiz Pessoa/NE10Trilha de madeira ecológica faz parte do Parque Nacional. Foto: Luiz Pessoa/NE10

As belezas naturais de Fernando de Noronha são unanimidade. Porém, para mantê-las, é preciso conscientização e investimento. Cada turista tem papel fundamental nisso, seja em atitudes como não jogar lixo nas praias ou ao pagar a Taxa de Proteção Ambiental (TPA) e o ingresso para o Parque Nacional Marinho, valores que são convertidos em melhorias na infraestrutura do arquipélago.

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Ao desembarcar em Noronha, há atendimento para quem já pagou a TPA pela internet (a melhor opção para quem não quer enfrentar fila), para os que ainda deverão fazer o pagamento e para moradores e trabalhadores, entre outras pessoas isentas. Nos guichês, é entregue um documento que deverá ser guardado pelo visitante até a volta, quando será apresentado novamente para o check-out. No entanto, não é necessário levar esse papel aos passeios.

A taxa dá livre acesso a toda a Área de Proteção Ambiental, incluindo as praias da Cacimba do Padre, do Bode, do Americano, do Boldró, da Conceição, do Meio, do Cachorro, da Biboca, Baía de Santo Antônio (do Porto) e Buraco da Raquel. Além dessas áreas muito procuradas pelos turistas, também está inclusa a circulação na BR-363, no aeroporto e nas áreas históricas, como a Vila dos Remédios.

CONSERVAÇÃO – O ingresso para o Parque Nacional não é obrigatório e deve ser pago por quem quer chegar a praias como a do Sancho, eleita duas vezes a mais bonita do mundo. Além dela, há áreas como a famosa Ilha Dois Irmãos, os mirante da Baía dos Golfinhos e da Ponta das Caracas, as praias do Leão e do Atalaia, o Morro do Francês e trilhas como a da Ponta da Sapata. Boa parte do acesso a esses pontos é feito por caminhos especiais, construídos com madeira sintética, não agredindo o meio ambiente.

Para colaborar com a conservação, algumas áreas do parque merecem atenção redobrada.  Não é permitido caminhar sobre os arrecifes na Praia do Leão e na Praia do Atalaia, onde a visita é feita com horários pré-estabelecidos, de acordo com a maré. Não é possível descer dos mirantes da Ponta das Caracas e dos Golfinhos.

Ao fazer o pagamento, o visitante imprime um voucher, que é trocado por um documento em três pontos de Noronha (veja onde no infográfico acima). Esse comprovante deve ser levado sempre para entrar nas áreas do parque.

A visitação é permitida diariamente, das 8h às 18h, com exceção do Mirante dos Golfinhos, que abre das 5h às 18h. As praias do Americano, do Bode, da Quixabinha e da Cacimba do Padre podem ser desbravadas das 6h às 18h de dezembro a junho. É proibido acampar ou pernoitar nas praias do parque nacional.

Desde 2013, a empresa responsável pela administração do Parque Nacional é a A Econoronha, com fiscalização feita pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O objetivo da concessão é buscar a sustentabilidade e o manejo correto do ecoturismo. Por isso, os visitantes não podem matar, capturar ou alimentar os animais e a orientação é de não deixar lixo e conservar conchas, corais e vegetais onde estiverem.

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