Noronha é destino também para viajantes de fim de semana; veja roteiro

Morro Dois Irmãos é um dos principais cartões postais de Noronha. Vista é do mirante na trilha que pode ser acessada no PIC Sancho/Golfinho. Foto: Luiz Pessoa/NE10Morro Dois Irmãos é um dos principais cartões postais de Noronha. Vista é do mirante na trilha que pode ser acessada no PIC Sancho/Golfinho. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Promoções cada vez mais constantes de passagens aéreas têm incluído Fernando de Noronha nos destinos com desconto, em voos que saem de Recife e Natal. Assim, as oportunidades são maiores de conhecer a ilha e, mesmo para quem não tem férias previstas, pode aproveitar um fim de semana para relaxar por lá. Veja um roteiro para poucos dias – mas o ideal é reservar pelo menos sete dias para o arquipélago:

Sexta-feira

É possível ver vários pontos de Noronha do Forte dos Remédios e, por isso, ele é escolhido para o pôr do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10

É possível ver vários pontos de Noronha do Forte dos Remédios e, por isso, ele é escolhido para o pôr do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Todos os voos chegam a Noronha à tarde. Para aproveitar desde os primeiros momentos, tem que deixar as malas na pousada e correr para assistir ao pôr do sol. Alguns dos pontos preferidos são os fortes de São Pedro do Boldró, onde muita gente se reúne após os passeios, e de Nossa Senhora dos Remédios, que tem vista para vários pontos da ilha, além da Praia da Conceição, a mais badalada. Mas antes, se estiver com fome, vale parar na saída do aeroporto para um lanche em Gostosinho, um dos personagens da ilha que gostam de bater papo, contar histórias e dar dicas.

Depois desse espetáculo, que já impressiona e pode causar o tal sentimento de “euforonha“, é hora de provar a gastronomia noronhense. Tem moqueca, ceviche, paella, bolinho de carne de tubarão, camarão empanado com coco, pratos com nomes de famosos, torta de jaca, self service

Forró é o ritmo das noites de sexta no arquipélago. Após o jantar, é hora de ir à festa no Bar do Cachorro, que fica na histórica Vila dos Remédios. São vários estilos – pé de serra, universitário, estilizado – e a entrada custa R$ 20. Mas não vá dormir muito tarde, pois o passeio no dia seguinte começa cedo.

Toda noite tem uma festa em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Toda noite tem uma festa em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Sábado

Cachorrão e Cachorrinho afirmam que o Dog Móvel é inclusivo. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Cachorrão (à direita) é um dos que fazem o Ilhatour. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O Ilhatour é um passeio para quem não conhece Noronha ainda. De buggy, os turistas podem percorrer os lugares mais bonitos da ilha, incluindo as praias, onde há paradas para fotos e banhos de mar. A atividade custa uma média de R$ 150 e é oferecida pelo receptivo Atalaia Turismo. Um dos personagens mais famosos de lá, Cachorrão, também faz o passeio – a ainda provoca boas risadas.

Se você já conhece o arquipélago, há várias opções. Uma delas é, pela manhã, explorar lugares não tão visitados, como a Praia da Atalaia e as enseadas da Caieira e dos Abreus. Mas é bom se programar, pois o horário deve ser reservado na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), na Alameda do Boldró.

Para quem vai só para relaxar no paraíso, uma opção é relembrar quais são as praias que mais gostou e passar a manhã por lá. Algumas dicas são as praias do Sancho e da Cacimba do Padre e a Baía dos Porcos, que não são tão movimentadas.

Panorâmica mostra praias do Mar de Dentro, do Sancho à Cacimba do Padre. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Panorâmica mostra Praia do Sancho, no Mar de Dentro. Foto: Luiz Pessoa/NE10

À tarde, o pôr do sol pode ser no passeio de barco pelo Mar de Dentro, geralmente ladeado pelos golfinhos. A atividade custa cerca de R$ 140. Os mais dispostos têm também a opção de passear pela ilha em bicicletas elétricas alugadas na sede do ICMBio ou fazer trilhas, como a Costa dos Mirantes, que vai até o Mirante dos Golfinhos, seguindo pela encosta até o Dois Irmãos; ou a Capim-Açu, passando pela caverna e por piscinas naturais até chegar à Praia do Leão.

Morro do Pico, ao lado da Praia da Conceição, é outro cartão postal da ilha. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Morro do Pico, ao lado da Praia da Conceição, é outro cartão postal da ilha. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

A noite pode começar com uma visita ao Projeto Tamar, onde há palestra todos os dias, às 20h. A de sábado é sobre as tartarugas marinhas.

De lá, você pode seguir para o Festival Gastronômico da Pousada Zé Maria. São dezenas de opções, entre peixes, frutos do mar, carne. Há outras dezenas de sobremesas, incluindo tortas e doces. Só não deixe de comer a paella e o brownie, que são os clássicos.

Quem ainda tiver disposição segue para o reggae no Muzenza, localizado na Vila dos Remédios. Mas o ritmo jamaicano não é o único na festa, onde rock, pop e MPB também têm vez. A entrada custa R$ 20.

Domingo

O passeio de barco pode ser a escolha para os visitantes que fizeram o Ilhatour no sábado. Vale a atividade como uma visita às praias do Mar de Dentro ou para o plana sub, um mergulho a reboque.

Golfinhos costumam aparecer para os turistas nos passeios de barco. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Golfinhos costumam aparecer para os turistas nos passeios de barco. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Para quem já foi a Noronha, este é o dia de mergulhar de cilindro, uma chance de conhecer de perto esse universo tão diferente que é o fundo do mar. O Batismo é o passeio ideal para os iniciantes. O preço é, em média, R$ 440. É quase unanimidade que vale a pena!

Se ainda não tem coragem para isso, deixando o Batismo para a próxima ainda, o mergulho com snorkel na Praia do Sueste é mais tranquilo e dá para passar um tempo com os animais que habitam o mar de Noronha. Os mais vistos são as tartarugas.

Se não deu tempo de fazer trilha ou passear de bicicleta pelo arquipélago ainda, a chance é na tarde de sábado. À noite, tem o Samba Depois da Missa no Muzenza, após mais um jantar em um dos restaurantes noronhenses.

Visita ao Museu Noronhense, para conhecer a história da ilha, pode ficar para a segunda. Foto:

Visita ao Museu Noronhense, para conhecer a história da ilha, pode ficar para a segunda. Foto:

Segunda-feira

Um último mergulho nas águas do Mar de Dentro é o passeio certo antes de voltar para casa. As praias do Cachorro, do Meio e da Conceição são de acesso mais fácil, pela Vila dos Remédios. Antes de retornar à pousada e se arrumar para o check out, um passeio pelo centro histórico, passando pelo Museu Noronhense e pelo Forte de Nossa Senhora dos Remédios. Os voos saem para Recife ou Natal à tarde.

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Muito além da mabuia… conheça outras espécies da fauna e da flora de Noronha

Noivinha é uma das aves mais conhecidas de Noronha. Foto: Antônio Melcop/DivulgaçãoNoivinha é uma das aves mais conhecidas de Noronha. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Tartarugas, mabuias, mocós, golfinhos e tubarões são alguns dos animais que habitam Fernando de Noronha e despertam a curiosidade dos turistas. Mas, além deles, há diversas outras espécies de plantas e bichos na ilha – só não há cobras de nenhuma espécie. Saiba mais sobre a fauna e a flora de lá:

FLORA

» Gameleira

Quinhentos metros. É o tamanho que a copa dessa árvore de raízes aéreas pode chegar. A altura, aproximadamente a 30 metros. O fruto, um tipo de figo, é muito doce e serve de alimento para as aves, mas só é encontrado nos meses de outubro e novembro. A planta pode ser encontrada na ilha principal e nas secundárias.

Gameleira tem copa gigante. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Gameleira tem copa gigante. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

» Mulungu

Essa árvore extremamente frondosa que chega aos 20 metros de altura e tem caule cheio de espinhos faz parte do imaginário popular do arquipélago. Conta-se que prisioneiros que cumpriam pena em Noronha tentavam fugir em jangadas feitas com a madeira do mulungu (Erythrina velutina). O problema é que ela é mole e esponjosa, acumulando água. Reza a lenda que essas embarcações afundavam e os homens ficavam à deriva. Não se sabe se isso realmente acontecia, assim como também é incerto o poder calmante da casca, usada pelos nativos. É do mulungu as sementes amarelas, laranjas, vermelhas e pretas que podem ser vistas pelo chão em diversos pontos da ilha e bastante usadas para fazer artesanato – quanto mais clara a semente, mais escura a flor. Delas, apenas as pretas são de uma planta endêmica, ou seja, de genoma só encontrado por lá.

» Burra-leiteira

A Sapium scleratum também é endêmica e pode ser encontrada na ilha principal e nas secundárias, provavelmente depois que as sementes são levadas pelas aves. “Provavelmente porque os polinizadores, como formigas e abelhas, não têm contato com outros gêneros dessa espécie de plantas”, explica a bióloga Maria de Lourdes Alves, que atua na Administração de Fernando de Noronha. A burra-leiteira chega a 15 metros de altura e tem uma seiva que parece um leite branco, porém é altamente cáustica, podendo provocar queimaduras e, em contato com os olhos, até cegueira. A flor dessa árvore, que é descrita desde o descobrimento da ilha, é roxa e bem pequena e o fruto parece um peão verde. As propriedades medicinais da árvore nunca foram estudadas, mas algumas pessoas usavam o látex para curar verrugas.

FAUNA

Atobá é bom mergulhador. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Atobá é bom mergulhador. Foto: Luiz Pessoa/NE10

» Atobá e fragata

Quando o atobá vai até a água para buscar peixes e volta a voar, a fragata chega sorrateira e rouba o alimento. É assim, nada amistosa, a relação entre essas duas aves que vivem em Noronha. Por terem muita gordura nas penas, os atobás conseguem mergulhar até 17 metros de profundidade, enquanto a outra espécie, que pode medir até dois metros, não pode caçar o próprio alimento.

A reprodução das fragatas costuma acontecer no fim do inverno, quando as fêmeas colocam ovos no topo das árvores. “Assim, os filhotes têm até o fim do verão para aprender a usar as longas asas e a voar. Se jogam do ninho e depois, quando estão no ar, conseguem sair voando”, explica a bióloga. Os atobás colocam, também nas árvores, dois ovos durante o verão. “Os dois filhotes são alimentados por dois dias, mas depois só o mais forte permanece sendo cuidado e o que for menor é abandonado para que a mãe possa se dedicar ao que tenha mais chances de sobreviver. Parece cruel, mas é o sistema deles. Têm dois na expectativa de um crescer forte”, afirma Maria de Lourdes Alves.

» Viuvinha e noivinha

Aves muito comuns em Noronha, as viuvinhas têm penas pretas, enquanto as noivinhas, brancas. Esses pássaros se alimentam de peixes no momento de arrufo, que é quando os grandes encurralam as sardinhas, que pulam para fora do mar. Tanto as noivinhas quanto as viuvinhas fazem ninhos com algas e capim nas árvores, assim como os atobás.

Viuvinhas são pássaros pretos. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Viuvinhas são pássaros pretos. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

» Caranguejo

De captura proibida em toda a extensão da ilha há 10 anos para preservar a espécie (Johngarthia lagostoma), matar esses caranguejos pode custar R$ 5 mil além do prejuízo ao meio ambiente. Diferentemente de outros, têm padrões de cores do amarelo claro ao roxo escuro, não têm pelos e, em vez de viverem na lama, moram nos morros. As fêmeas só deixam as tocas no período reprodutivo e vão para o mar para o acasalamento. Na água, enquanto a maré está seca, põem entre 12 e 25 mil ovas, que são inicialmente larvas grudadas nas algas até se transformarem em pequenos caranguejos, que sairão da água, onde não são capazes de respirar. “São muito predados nesse percurso. É uma travessia lenta e perigosa para eles, em que têm uma taxa de sobrevivência pequena”, afirma a bióloga. “Uma década depois da proibição da captura, ainda não conseguimos ter uma população estável.”

Levados para acabar com o excesso de ratos, tejus agora são praga. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Levados para acabar com o excesso de ratos, tejus agora são praga. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

» Teju

Descendentes dos dinossauros, esses répteis foram introduzidos em Noronha no fim da década de 1950, levados do semiárido nordestino, em um plano que não deu certo. O objetivo era que eles comessem os ratos e os sapos, fazendo o controle natural desses animais, mas não foi pensado que os predadores e os predados têm hábitos diferentes: enquanto caçadores buscam alimento durante o dia, os outros, à noite. A captura dos tejus é proibida, mas, como eles tornaram-se uma praga em Noronha, cientistas estudam a abertura de uma temporada de caça. Eles são ótimos nadadores, podendo ir pela água até as ilhas secundárias, mas, devido à disponibilidade de alimentos, costumam viver mais próximo às áreas urbanas. A reprodução é geralmente no verão, período em que as fêmeas põem um ou dois ovos em pequenas cavernas. Como são de sangue frio, para não peder muita energia, esses bichos hibernam no período chuvoso.

* Todas as informações são da bióloga da Administração de Fernando de Noronha.

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Mergulho com cilindro é a melhor forma de conhecer o mar em Noronha

Mergulho pode ser feito também por iniciantes. Foto: DivulgaçãoMergulho pode ser feito também por iniciantes. Foto: Divulgação

Sete horas da manhã e os curiosos mergulhadores, experientes ou não, fazem fila para entrar na embarcação na Praia do Porto de Santo Antônio. O passeio do dia é o Batismo, uma expedição pelo fundo do mar de Noronha, em que os iniciantes podem explorar até a 15 metros de profundidade. A aventura custa em média R$ 440.

Batismo é melhor passeio para conhecer o fundo do mar

São vários os pontos de mergulho em Noronha. Imagem: Atlantis Diveris

São vários os pontos de mergulho em Noronha. Imagem: Atlantis Diveris

Barcos das três operadoras zarpam quase ao mesmo tempo, cada um para uma localidade diferente na ilha. O NE10 foi pela Águas Claras, mas também tem a Atlantis Divers e a Noronha Divers.

Logo na saída, os passageiros recebem instruções sobre o manuseio do equipamento de mergulho, a pressurização e a respiração, além de técnicas para evitar a entrada de água no óculos e dicas sobre o pulo, por exemplo. Depois disso, já para o mar.

Mergulham três pessoas por vez, cada uma acompanhada por um instrutor por meia hora conhecendo esse novo universo. É possível, lá embaixo, ver todo tipo de vida marinha, da fauna à flora. Há polvos, tartarugas, peixes, arraia e vários tipos de coral… Para preservá-los, não é permitido o toque, nem mesmo em pedras ou na areia.

O passeio dura em média quatro horas desde a partida do porto e pode ser feito por pessoas de várias idades e também por quem tem dificuldade de locomoção. A embarcação leva cerca de vinte passageiros, entre eles seis instrutores, o capitão e o fiscal. Um fotógrafo e um cinegrafista também integram a tripulação e acompanham o mergulho para oferecer, ao final, as lembranças.

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Mais de 80% chegam pela primeira vez a Noronha. Deles, 93% querem voltar

Denise e William decidiram conhecer Noronha no aniversário de 25 anos de casados. E se impressionaram. Foto: Luiz Pessoa/NE10Denise e William decidiram conhecer Noronha no aniversário de 25 anos de casados. E se impressionaram. Foto: Luiz Pessoa/NE10

sf Eu.fo.ro.nha. Se estivesse no dicionário, a palavra poderia ser descrita pelo que diz a pedagoga Denise Medeiros, 47 anos, visitante de primeira viagem a Fernando de Noronha: “A pessoa fica em estado de graça. É um lugar de contemplação, mais do que de turismo.” É a sensação de alegria que toma conta de quase todo mundo que estreia por lá, grupo que, segundo uma pesquisa realizada pela Secretaria de Turismo de Pernambuco em 2014, equivale a 80,65% do total de visitantes.

Família catarinense escolheu a ilha como destino para realizar o sonho de Roberto. Foto: Amanda Miranda/NE10

Família catarinense escolheu a ilha como destino para realizar o sonho de Roberto. Foto: Amanda Miranda/NE10

Denise foi a Noronha com o marido, o dentista William Martins de Carvalho, 56, para comemorar bodas de prata. “Éra um sonho vir aqui. É difícil dizer o que é mais bonito”, diz a pedagoga, que, admirada, não parava de exaltar a cor do mar. “Que azul!”, repetia.

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Conhecer a ilha também era o sonho do publicitário catarinense Roberto Siqueira, 42, desde criança. “Era surfista e tinha um poster de Noronha no meu quarto”, conta. Gostou da Cacimba do Padre, mas também da praticidade de chegar às praias do Cachorro, do Meio e da Conceição. “É excelente, maravilhosa, um paraíso”, diz.

Roberto marcou a primeira viagem a Noronha para abril, um dos meses chuvosos, e ficou ansioso com o tempo. “Quando estava mergulhando no Sueste, no primeiro dia, 12 tartarugas apareceram. Pensamos: agora pode chover todos os outros sete”, afirma. O publicitário esteve na ilha pela primeira vez com a esposa, a dentista Michelle Dora Budin, 29, e a sogra, Liodora Budin, 52. “Pegamos dias maravilhosos”, comemora Michelle. O casal já planeja voltar.

"Sou o único 'cabra' que trouxe a sogra para Noronha", brinca Roberto. Foto: Amanda Miranda/NE10

“Sou o único ‘cabra’ que trouxe a sogra para Noronha”, brinca Roberto. Foto: Amanda Miranda/NE10

De acordo com a pesquisa feita no ano passado, 93,05% saem de lá querendo retornar. Os atrativos da ilha superaram as expectativas de 51,91% dos turistas e atenderam ao que 43,02% deles esperavam.

Noronha superou as expectativas de Jazar. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Noronha superou as expectativas de Jazar. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O contador capixaba Jazar Majeski Alves, 46, planejou a viagem para a ilha por três anos. Sempre olhava fotos na internet e via reportagens sobre Noronha, esperando muito dos passeios. Já sabia muito sobre a ilha, mas está no grupo de turistas que encontraram mais do que aguardavam. “É o primeiro lugar que vou que vai superar as minhas expectativas. Aqui o tempo passa voando. É tranquilo, você pode deixar a bolsa com câmera na praia tranquilamente e as pessoas são receptivas”, afirma. “Me encanto a cada lugar que olho.”

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Você sabia? Nome de Noronha é homenagem a português que nunca foi à ilha

Canhões e outros objetos dos fortes são vistos em muitos lugares turísticos de Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10Canhões e outros objetos dos fortes são vistos em muitos lugares turísticos de Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Fernando de Noronha é hoje o destino dos sonhos de muita gente. Mas não foi sempre assim. Descoberta em 1503 por Américo Vespúcio – sim, o mesmo dá nome ao nosso continente – na segunda Expedição Exploradora, o lugar chamado pelo navegador de paraíso desde o primeiro momento foi entregue no ano seguinte pela Coroa, como Capitania Herediária, ao fidaldo português Fernão de Loronha, financiador da missão. Loronha – com ‘l’ mesmo – e a família nunca pisaram lá. Não sabem eles o que perderam.

Ilha já foi chamada de Quaresma, São João, Pavônia, Isle Dauphine, Fora do Mundo... História de cada um é contada no Museu Noronhense, na Vila dos Remédios. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Ilha já foi chamada de Quaresma, São João, Pavônia, Isle Dauphine, Fora do Mundo… História de cada um é contada no Museu Noronhense, na Vila dos Remédios. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Séculos depois, o arquipélago recebeu invasores de diversas nacionalidades e presidiários, até ser transformada em destino turístico a partir de 1988, quando voltou a ser território pernambucano. A primeira vez em que fez parte do Estado foi em 1700, quando nada foi feito para ocupá-la.

Isso antecedeu a ocupação francesa, pela Companhia das Índias Orientais, por dois anos, entre 1734 e 1736. Apesar do curto período, esses foram os mais constantes visitantes da ilha, usando primeiro para o descanso das expedições. O pouco tempo também serviu para alertar Portugal sobre a importância de proteger Noronha, naquela época chamada Isle Dauphine, por causa dos golfinhos que lá estão até hoje.

Para defendê-la, a Coroa ergueu, em 1737, o maior sistema fortificado do País. Eram 10 fortes, sete no Mar de Dentro, dois no Mar de Fora e um deles numa ilha secundária, a de São José, que pode ser vista da Ponta da Air France – local que, aliás, ganhou esse nome por causa dos franceses, povo que, dois séculos depois, de invasor, passou a atuar na ilha em cooperação técnica através da telegrafia e da aviação. Atualmente, os visitantes convivem com o que sobrou dessa fortaleza.

Vespúcio chamou Noronha de "ilha maravilhosa" e é sua a expressão: "O paraíso é aqui". Foto: Luiz Pessoa/NE10

Vespúcio chamou Noronha de “ilha maravilhosa” e é sua a expressão: “O paraíso é aqui”. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Antes disso tudo, porém, os holandeses já haviam permanecido na ilha por 25 anos, entre 1629 e 1654 – a ocupação acabou com a rendição deles em Pernambuco. Foram eles que fizeram experimentos agrícolas e construíram residências e armazéns na Vila dos Remédios, área até hoje mais urbanizada e que recebe passeios de quem quer conhecer a história de Noronha. Ao mesmo tempo, no século XVII, foi construído o vilarejo na Quixaba, ao lado da Praia da Cacimba do Padre.

Forte de São Pedro do Boldró é de onde muita gente assiste ao pôr do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Forte de São Pedro do Boldró é de onde muita gente assiste ao pôr do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Iniciada pelos holandeses, a Vila dos Remédios sofreu maior interferência na década de 1940, três séculos depois, com a super ocupação norte-americana na Segunda Guerra Mundial. Parte da estrutura antiga foi abandonada, surgindo, então, construções pré-moldadas. Os Estados Unidos construíram também nesse período uma base entre a Baía do Sueste e a Praia da Atalaia, além de uma pista de pouso. Calma, não houve luta em Noronha! Mas, de 1957 a 1965, os norte-americanos transformaram a ilha em um dos palcos da Guerra Fria, instalando lá o 11º posto de observação de mísseis teleguiados, na região do Boldró.

Italianos e ingleses já haviam passado por lá nesses séculos. Um deles foi ilustre. Na viagem que fez no navio Beagle, em 1832, Charles Darwin fez a segunda parada em Noronha, descrevendo detalhes no seu livro “Viagem de um naturalista ao redor do mundo”. Leia um pequeno trecho em que o cientista cita o Morro do Pico:

“Fernando de Noronha, 20 de fevereiro de 1832

O que há de mais notável em seu caráter é uma colina de forma cônica, elevando-se a cerca de trezentos e dez metros de altura e tendo o cume excessivamente encarpado, a lado do qual se projetava fora da base.”

Fortaleza dos Remédios é em ponto privilegiado, de onde boa parte da ilha pode ser vista. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Fortaleza dos Remédios é em ponto privilegiado, de onde boa parte da ilha pode ser vista. Foto: Luiz Pessoa/NE10

PRESÍDIO – Quem também escreveu sobre a ilha (veja trecho abaixo) foi o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. O socialista estava no cargo quando Noronha voltou a ser território do Estado. Antes, porém, esteve lá quando era preso político. Arraes estava entre os 34 prisioneiros enviados após o golpe militar de 1964. Só foi visitado uma vez e deixou a ilha apenas para vir ao Recife para o casamento da sua filha mais velha, Ana Arraes – mãe do ex-governador Eduardo Campos (PSB) e ministra do Tribunal de Contas da União. Como o socialista estava preso, o casamento foi na capela da Base Aérea, no Recife, de onde ele retornou imediatamente para a ilha onde ficaria por mais oito meses.

Praia do Sancho pode ser vista do Forte de São João Baptista dos Dois Irmãos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Praia do Sancho pode ser vista do Forte de São João Baptista dos Dois Irmãos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

“Recife, 4 de outubro de 1988

…Quis a história que fosse eu governador de Pernambuco que tem sob a sua responsabilidade a reincorporação deste pedaço do território pernambucano, apartado arbitrariamente pelo Estado Novo, em 1938. Sabam os noronhenses que conheci a ilha em circunstâncias traumáticas da vida nacional. Vou voltar ao arquipélago sob a égide de uma nova Constituição que traz esperanças à reconstituição democrática do País.”

A ilha já havia sido prisão para nomes como Gregório Bezerra e Carlos Marighella no fim da década de 1930. Para lá eram enviados indivíduos considerados “perigosos à ordem pública”, como integralistas, comunistas e aliancistas. Além deles, ciganos, inimigos da causa da Independência, membros da Revolução Farroupilha e da Revolução Praieira, capoeiristas, entre outros.

Parte da construção da Fortaleza dos Remédios continua lá "para contar a história". Foto: Luiz Pessoa/NE10

Parte da construção da Fortaleza dos Remédios continua lá “para contar a história”. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Isso não é tão recente, pois a primeira vez em que Noronha serviu como presídio foi em 1737, quando era a Colônia Correcional, para abrigar, servindo como mão de obra, homens condenados a longas penas, entre ladrões, assassinos, moedeiros falsos e contrabandistas que eram levados de Pernambuco.

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Forró e reggae são os ritmos da noite noronhense

Banda que se apresenta no Muzenza todo sábado é composta por moradores da ilha. Foto: Luiz Pessoa/NE10Banda que se apresenta no Muzenza todo sábado é composta por moradores da ilha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Já imaginou um lugar onde segundas-feiras parecem não existir? É assim em Fernando de Noronha. Depois de um dia inteiro relaxando, é hora de comer bem. E, principalmente, de ir à balada. Todo os dias, um ritmo: forró, MPB, reggae, samba. Às vezes, tudo misturado. As festas costumam começar tarde, depois das 23h, sempre misturando ilhéus e visitantes.

Veja a programação:
Segunda-feira – Maracatu no Bar do Cachorro, às 23h
Terça-feira – Música ao vivo no Ginga Bar, às 22h
Quarta-feira – Forró no Bar do Cachorro, às 23h
Quinta-feira – Reggae no Muzenza, às 22h30
Sexta-feira – Forró no Bar do Cachorro, às 23h
Sábado – Reggae no Muzenza, às 22h30
Domingo – Samba Depois da Missa no Muzenza, às 22h

Toda noite tem uma festa em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Toda noite tem uma festa em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

A programação noturna começa já no pôr do sol. Há a opção tradicional de ir ao Forte do Boldró, destino de muitos visitantes no fim da tarde. Porém, o início da noite pode ser com música instrumental, com o saxofonista Joel Santos, no Bar do Cachorro, de segunda-feira a sábado. Depois do saxofonista, às 20h, tem Música Popular Brasileira por três horas. As noites de segunda, quarta e sexta terminam com arrasta pé em vários estilos: pé de serra, universitário, estilizado. A entrada custa R$ 20.

Mas a programação pode incluir também uma ida ao Projeto Tamar, onde há exibição de vídeos e palestras todos os dias, às 20h, e jantar em um dos restaurantes. Quem estiver na ilha no sábado pode conhecer ainda a Feira da Sustentabilidade, montada na Praça São Miguel, na Vila dos Remédios, às 18h.

As noites de quinta-feira com reggae são realizadas no Espaço Cultural Muzenza há mais de 15 anos. Nos sábados, além do ritmo jamaicano, a banda composta por moradores da ilha – com participações especiais do público – passa por pop, rock e o que mais rolar. O local também é aberto de terça a domingo, a partir das 19h, como uma pizzaria que tem voz e violão.

Sábado é dia de misturar tudo no Muzenza. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Sábado é dia de misturar tudo no Muzenza. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O bar, que fica ao lado da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, também tem samba todo domingo, às 18h, logo após a missa. Quando foi criado, há cerca de quatro anos, era da forma mais tradicional: ao redor da mesa. Mas foi aumentando as proporções e os músicos agora se apresentam no palco para turistas e nativos. O ingresso para todos os dias no Muzenza é R$ 20.

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Noronha terá passeios gratuitos de bicicleta no próximo verão

Novo serviço será integrado ao de bicicletas elétricas, já em funcionamento na ilha. Foto: ICMBioNovo serviço será integrado ao de bicicletas elétricas, já em funcionamento na ilha. Foto: ICMBio

Os principais pontos turísticos de Fernando de Noronha poderão ser explorados gratuitamente de bicicleta. A Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco iniciou o processo licitatório para escolher a empresa que levará 105 bicicletas para a ilha, além de implantar trilhas e 20 estações e paraciclos. A expectativa é que tudo esteja funcionando em outubro, para o próximo verão.

O chamamento público para as propostas está aberto até o dia 18 de junho, na próxima semana. Em julho, deverá acabar a licitação. A empresa escolhida será responsável pela instalação, operação e manutenção das bicicletas.

O sistema será integrado ao de bikes elétricas, já existente na ilha. Atualmente há 30 unidades que podem ser alugadas por R$ 25 reais por dia de uso nos pontos de acesso ao Parque Nacional: no Sueste e no Sancho, além do posto no Boldró. Quando as novas estações estiverem prontas, moradores e turistas também poderão usá-las gratuitamente.

As novas bicicletas terão, no mínimo, 21 marchas e serão resistentes à maresia e a impactos e terão equipamentos de segurança como campainha. O peso será de, no máximo, 14 quilos.

Serão implantadas oito estações em madeira plástica, como é a das trilhas do Parque Nacional Marinho, com bancos e bombas para encher os pneus das bicicletas. Esses pontos serão no Porto de Santo Antônio, na Vila dos Remédios, no aeroporto, no Bosque Flamboyant, entre outros. Estão previstas também 12 paraciclos, sem a área de convivência, projetados para outros locais, como a Praça Miguel Arraes, o Sueste, o Museu do Tubarão e a Quixaba. As bikes poderão ser deixadas tanto nas estações quanto nos paraciclos.

A partir desses pontos, serão sinalizados 30 espaços para trilhas, com uso compartilhado entre pedestres e ciclistas. As placas de localização indicarão, em português e inglês, o grau de dificuldade do percurso e a distância. Quem não quiser, por exemplo, chegar à Vila dos Remédios pelas ladeiras terá um caminho mais plano.

O serviço será gratuito e sem limite de tempo, ao contrário de como funciona no Recife, onde as bicicletas ficam presas às estações e os usuários podem ficar apenas meia hora com elas. Porém, o Governo do Estado afirma que é importante que moradores e turistas deixem as bikes em estações e paraciclos no fim do dia, para a manutenção.

Com o objetivo de conscientizá-los, haverá, no próximo dia 2, uma ação educativa e uma reunião para que eles possam escolher o nome dos pontos onde ficarão as bicicletas. A gestão acredita que, assim, haverá mais envolvimento com o programa.

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Famosos se declaram a Noronha pelas redes sociais

Bruno Gagliasso está em Noronha este fim de semana. Foto: reprodução do InstagramBruno Gagliasso está em Noronha este fim de semana. Foto: reprodução do Instagram

Paraíso brasileiro, Fernando de Noronha é refúgio de muitos famosos para relaxar sem o assédio de paparazzi. Cenários como os morros do Pico e Dois Irmãos, cartões postais da ilha, aparecem frequentemente nas redes sociais de celebridades como Bruno Gagliasso – que está lá nesta sexta-feira (5) -, Paulo Vilhena, Bruna Marquezine e Angélica.

Veja alguns lugares escolhidos por eles para se inspirar:

INSTAGRAM – O @portalne10 guarda as recordações da viagem a Noronha pelo Instagram. Usando a hashtag #NoronhaEuFui, todo mundo pode compor esse álbum. Passeios de barco, mergulhos, pores do sol, pontos turísticos e até casamentos foram enviadas. Para ver as fotos, clique aqui.

Publique as suas fotos com a hashtag #NoronhaEuFui. Foto: @halannadonato/Instagram

Publique as suas fotos com a hashtag #NoronhaEuFui. Foto: @halannadonato/Instagram

Moradores locais e amantes da ilha também têm investido nas redes sociais como propaganda das paisagens. Uma delas é a empresária Fabiana de Sanctis, 37 anos, à frente do @noronhalovers, que tem mais de 73 mil seguidores no Instagram.

Há mais de três décadas no arquipélago, ela postava, no seu perfil pessoal, fotos de lugares não tão conhecidos por turistas, que recebiam muitas curtidas e perguntas. “Quero mostrar coisas que as pessoas não estão acostumadas a ver”, afirma. “As pessoas têm curiosidade sobre Noronha e não têm com quem tirar dúvidas.”

Fabiana afirma que uma das partes mais legais da rede social é a interação que ela permite. “Fico emocionada quando as pessoas dizem que decidiram vir a Noronha por causa das minhas fotos. Chorei na primeira vez. E tem gente que começa comentando, depois vai para o direct e hoje já tenho seguidores que têm o meu Whatsapp. É uma troca impressionante”, diz.

A ideia de abrir um espaço para homenagear Noronha surgiu há um ano, por sugestão – quase insistência, segundo Fabiana – da blogueira Camila Coutinho, do Garotas Estúpidas, parceiro do NE10. A empresária usa fotos próprias e de colaboradores. Além do @noronhalovers, há perfis como o @amonoronha, @noronhaeuamoeucuido_, @curtanoronha, @noronhawedding e @noronha_oficial.

Fabiana dá dicas de passeios não tão usuais. Foto: @noronhalovers/Instagram

Fabiana dá dicas de passeios não tão usuais. Foto: @noronhalovers/Instagram

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Dez (entre inúmeros) motivos para voltar a Noronha

Cenários de Noronha são inspiradores. Foto: Luiz Pessoa/NE10Cenários de Noronha são inspiradores. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Sol e praia, ecoturismo e lua de mel estão entre os principais motivos para brasileiros e estrangeiros escolherem Fernando de Noronha como destino. Esses são fatores decisivos para os viajantes que desembarcaram na ilha no ano passado, de acordo com pesquisa feita pela Secretaria de Turismo de Pernambuco. Mas, além deles, inúmeros outros fazem 19,35% retornarem. Só em novembro, 16,99% afirmaram voltar a Noronha após outra viagem a esse paraíso. Para 39,83%, estava ainda melhor.

Amanda e Fábio ainda querem voltar a Noronha. Foto: Amanda Miranda/NE10

Amanda e Fábio ainda querem voltar a Noronha. Foto: Amanda Miranda/NE10

Pela terceira vez passeando na ilha, a professora de educação física carioca Amanda Queiroz, 36 anos, afirma que ainda quer visitar lugares como a Praia da Atalaia. “Isso é maravilhoso. No Brasil não tem lugar mais bonito”, justifica. Em abril, a carioca esteve na ilha por 11 dias com o namorado, o administrador Fábio Simões, 38, em sua segunda oportunidade no paraíso. “Todas as experiências valem aqui”, diz ele. E já planejam a próxima, quando esperam conhecer a Enseada dos Abreus.

Veja outros dez motivos para voltar a Noronha:

1. Ser seu próprio guia

Muita gente – 41,43% dos turistas, segundo a pesquisa – vão a Noronha através de pacotes organizados por agências de viagens. Mas que tal aproveitar que já conhece a ilha para organizar o seu próprio roteiro, de acordo com as suas preferências? Pode ser uma chance de aproveitar mais.

Noite de Noronha é super estrelada. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Noite de Noronha é super estrelada. Foto: Luiz Pessoa/NE10

2. Mudar as companhias e a proposta da viagem

Entre os visitantes do ano passado, 68,61% estiveram na ilha com a família; 20,62% com amigos; 10,52% sozinhos; e 0,25% em excursão. Trocar as companhias significa novos roteiros. É, a cada viagem, conhecer Noronha de uma forma.

Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Atalaia é enorme piscina natural. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

3. Fazer passeios de bicicleta

O aluguel de bicicletas elétricas é recente em Noronha. Por R$ 25, todo mundo agora pode pegar uma emprestada para circular pela ilha. É só ir aos pontos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Boldró, no Sueste e no Sancho.

4. Mais uma chance de ir à Atalaia

Enorme piscina natural cheia de vida marinha, a Praia do Atalaia não é de fácil acesso. Além da trilha de 1,5 quilômetro e de só poder ficar na água por meia hora, os turistas têm que esperar os horários da maré e ação dos corais para saber se poderão visitá-la. Mas todas as tentativas valem a pena pela oportunidade de conhecer o berçários da fauna da ilha e tomar banho na água cristalina.

5. Se não tomou banho de cachoeira no Sancho, agora pode ser que agora dê certo

Não é sempre que a cachoeira da Praia do Sancho está lá. Ela se forma em períodos após muita chuva, o que geralmente ocorre entre abril e junho. Mesmo assim, não é garantia para conhecê-la. Por isso, boa sorte!

Cachoeira do Sancho só aparece após dias de chuva. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Cachoeira do Sancho só aparece após dias de chuva. Foto: Luiz Pessoa/NE10

6. Conhecer os detalhes do fundo do mar

Nem sempre dá tempo – ou sobra coragem – para fazer o mergulho com cilindro na primeira vez. Porém, conhecer de perto a dinâmica do mar de Noronha pode ficar para a próxima. Só não deixe de fazer.

7. Tentar interagir com novos animais

Nadar com tubarões, tartarugas, arraias e outros animais. Ter golfinhos acompanhando o passeio de barco. Ver a atividade de atobás, viuvinhas e outras aves. Tudo isso pode ser feito em Noronha. Se não conseguiu ficar perto de algum bicho na primeira, não desista. Na natureza, tudo é imprevisível.

8. Ir aos restaurantes que você ainda não conheceu

Dezenas de restaurantes fazem a alta gastronomia de Noronha ser reconhecida também no continente. E não dá para ir a todos de uma só vez. É bom para dar um gostinho de “quero mais”.

Paella é um dos pratos mais concorridos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Paella é um dos pratos mais concorridos no Festival de Zé Maria. Foto: Luiz Pessoa/NE10

9. Se permitir ficar um tempo “longe do mundo”

É impossível ficar na internet sempre em Noronha. Essa é uma forma de esquecer tudo e relaxar.

10. Energizar o corpo e a alma

Noronha é uma das ilhas mais lindas do mundo e está no nosso País. Aproveite a oportunidade para renovar as energias no mar de águas cristalinas. Assim, você também vai querer sempre voltar.

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Tubarões e golfinhos são grandes animais do mar de Noronha

Por incrível que pareça, os golfinhos têm o mesmo ancestral que vacas, camelos e hipopótamos, o creodonte. Foto: Antônio Melcop/Administação de Fernando de NoronhaPor incrível que pareça, os golfinhos têm o mesmo ancestral que vacas, camelos e hipopótamos, o creodonte. Foto: Antônio Melcop/Administação de Fernando de Noronha

Dois grandes animais que habitam o fundo do mar de Fernando de Noronha fazem da ilha eleita a mais bonita do Brasil um verdadeiro parque de diversões. São os golfinhos e os tubarões, que acompanham os turistas na viagem, interagindo com eles, cada um da sua forma, e despertando a curiosidade desses visitantes.

Tubarões surgiram no mundo há mais 350 milhões de anos, antes mesmo da formação dos planetas e do Oceano Atlântico. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Tubarões surgiram no mundo há mais 350 milhões de anos, antes mesmo da formação dos planetas e do Oceano Atlântico. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Estigmatizado como um animal terrível, é no arquipélago que o tubarão mostra que as coisas não são bem assim. Em praias como a do Sueste, do Porto de Santo Antônio, da Caieiras e do Sancho, é possível interagir com eles, principalmente com os da espécie limão (negaprion brevirostris), uma das 13 encontradas na ilha – além dela, as mais frequentes são o lixa (ginglymostoma cirratum) e o do recife (carcharhinus perezi).

Pegue o snorkel, vá para o mar e não tenha medo. O engenheiro de pesca Leonardo Veras, curador do Museu do Tubarão, explica que os seres humanos não fazem parte da cadeia alimentar dos oceanos, logo, não são alimento para esses animais. “A pergunta não é por que os tubarões de Noronha atacam, e sim por que os outros fazem isso. Tubarão não é feito para comer gente. Aqui temos um ambiente equilibrado e pequena invasão humana no mar. Além disso, a água cristalina faz com que o tubarão identifique o humano e não ataque”, afirma.

Esses predadores se alimentam de peixes menores do que eles, principalmente o peixe papagaio, além de animais como polvos e lagostas. Pesquisas apontam que há tubarões que comem cerca de 2% do seu peso corporal por dia. Porém, Veras frisa que isso não vale para todas as espécies.

Tubarão nadando na Praia do Sancho. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Tubarão nadando na Praia do Sancho. Treze das 375 espécies do mundo podem ser encontradas em NoronhaFoto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

“Eles não comem o tempo todo. Como têm o metabolismo mais baixo do que o do ser humano e são animais homeotérmicos, com temperatura regulada pelo ambiente, acabam gastando menos energia”, justifica. Além disso, esses bichos passam por períodos de abstinência alimentar que podem durar um ano – embora tenham como objetivo de vida procurar alimento. “Precisam comer principalmente quando vão se preparar para a migração e para a reprodução.”

É justamente para ter os filhotes que os tubarões chegam a Noronha. No caso da espécie limão, depois de usar as piscinas naturais da ilha como berçário, ficam na costa enquanto são jovens, período em que geralmente podem ser vistos pelos banhistas. São animais de até um metro, normalmente até os 12 anos de idade.

De acordo com o engenheiro de pesca, os machos adultos dessa espécie vivem longe da ilha, enquanto as fêmeas costumam  morar em regiões mais profundas no entorno de Noronha. Os animais se aproximam da costa entre janeiro e fevereiro, quando acontece a cópula. A fecundação é interna.

As crias nascem 11 meses depois, podendo haver até 20 pequenos tubarões, medindo cerca de 30 centímetros. O canibalismo é muito comum entre esses bichos, então, assim que chegam à água, os filhotes já têm que ficar alerta. Esses animais podem viver cerca de 30 anos.

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Apesar de muitas espécies poderem, digamos, descansar – os da limão ficam parte do dia em repouso -, os tubarões nunca deixam de lado os sete apuradíssimos sentidos que os fazem ser conhecidos como máquinas: eletrorrecepção, visão, paladar, audição, olfato, tato e tato à distância. Tudo isso com o único intuito de identificar presas em potencial e mapeá-las no fundo do mar.

Tubarão descansando no Buraco da Raquel. Mesmo com o metabolismo baixo, mantém alerta. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Tubarão descansando no Buraco da Raquel. Mesmo com o metabolismo baixo, mantém alerta. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Só para dar alguns exemplos, eles podem localizar, através da escuta remota, leves vibrações a longa distância, o que lhes permite localizar peixes feridos no oceano. Assim como em outros animais aquáticos, a audição é o sentido mais aguçado de todos nesses bichos, pois o som se propaga quatro vezes melhor na água do que no ar. Os tubarões souberam tirar proveito disso ao longo da evolução com seus dois ouvidos internos dotados de sensores de direção, equilíbrio e velocidade.

Mas o sentido mais famoso é o olfato, explorado pelos filmes, é o olfato. Algumas espécies são capazes de detectar uma parte por milhão, o que equivale a uma gota de extrato de peixe dissolvida em uma piscina olímpica.

Para conhecer mais detalhes sobre os tubarões em Noronha, vale visitar o Museu do Tubarão, aberto diariamente das 8h às 19h30, e assistir à palestra de Leonardo Veras no Projeto Tamar nas sextas-feiras, às 20h. Os dois passeios são gratuitos.

GOLFINHOS – Quem não viaja para a ilha interessado no passeio de barco com golfinhos em volta que atire a primeira pedra. O que poucos sabem é que, enquanto parecem fazer um show, esses animais, na verdade, estão “de guarda” e querem proteger o grupo principal, em que estão as fêmeas e os filhotes. Os mesmos bichos que acompanham as embarcações afugentam e enfrentam tubarões e organizam os deslocamentos.

As informações são do projeto Golfinho Rotador, que atua em Noronha para a preservação da espécie através da educação ambiental. Os turistas que quiserem ver esses animais além do passeio, podem ir cedo ao Mirante dos Golfinhos, que fica na área do Parque Nacional Marinho e pode ser acessado a partir do Ponto de Informação e Controle Sancho/Golfinho. Lá, você pode pegar um dos binóculos emprestados pelo projeto a partir das 7h, além de tirar dúvidas sobre os hábitos dos bichos, e se encantar.

Golfinhos têm respiração pulmonar através de um orifício que se abre quando ele sobe para fazer as trocas gasosas e se fecha quando vai submergir. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Golfinhos têm respiração pulmonar através de um orifício que se abre quando ele sobe para fazer as trocas gasosas e se fecha quando vai submergir. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

É comum assistir aos filhotes mamando. As pequenas crias, de cerca de 75 centímetros, se posicionam de lado e esfregam o focinho nas fendas mamárias da mãe, de onde sai o leite rico em gordura.

A relação entre a cria e a mãe, inclusive, é muito forte entre os rotadores, de nome científico stenella longirostris. Não há figura paterna, já que a poligamia é comum e as atividades sexuais são realizadas sem fins reprodutivos, com objetivo de alcançar prazer sexual ou afetivo. Quando há fecundação, a gestação dura 10,5 meses.

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Os golfinhos chegam a Noronha pela manhã, em movimento em direção à baía que ganhou o nome deles antes do nascer do sol, após passarem a noite se alimentando longe da costa. À tarde, voltam a sair para as zonas de alimentação. Eles comem lulas, camarões e peixes, principalmente o voador, o garapau e a agulhinha. A cada dia, se alimentam de cerca de 5% do seu peso.

Devido ao seu sistema de comunicação, baseado nos sons – silvos com tons puros e assobios altos – e na movimentação aérea – relacionada ao deslocamento, ao estado de alerta ou à coesão do grupo -, os golfinhos são considerados animais muito inteligentes.

Enquanto os seres humanos têm o sexto maior cérebro entre os mamíferos, proporcionalmente, os golfinhos rotadores têm o terceiro maior, com um quilo e meio. O córtex associativo, a parte especializada no pensamento abstrato e conceitual, também é maior que a dos homens. Essas são as características desses animais há mais de 30 milhões de anos.

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