Noronha é destino também para viajantes de fim de semana; veja roteiro

Morro Dois Irmãos é um dos principais cartões postais de Noronha. Vista é do mirante na trilha que pode ser acessada no PIC Sancho/Golfinho. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Promoções cada vez mais constantes de passagens aéreas têm incluído Fernando de Noronha nos destinos com desconto, em voos que saem de Recife e Natal. Assim, as oportunidades são maiores de conhecer a ilha e, mesmo para quem não tem férias previstas, pode aproveitar um fim de semana para relaxar por lá. Veja um roteiro para poucos dias – mas o ideal é reservar pelo menos sete dias para o arquipélago:

Sexta-feira

É possível ver vários pontos de Noronha do Forte dos Remédios e, por isso, ele é escolhido para o pôr do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10

É possível ver vários pontos de Noronha do Forte dos Remédios e, por isso, ele é escolhido para o pôr do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Todos os voos chegam a Noronha à tarde. Para aproveitar desde os primeiros momentos, tem que deixar as malas na pousada e correr para assistir ao pôr do sol. Alguns dos pontos preferidos são os fortes de São Pedro do Boldró, onde muita gente se reúne após os passeios, e de Nossa Senhora dos Remédios, que tem vista para vários pontos da ilha, além da Praia da Conceição, a mais badalada. Mas antes, se estiver com fome, vale parar na saída do aeroporto para um lanche em Gostosinho, um dos personagens da ilha que gostam de bater papo, contar histórias e dar dicas.

Depois desse espetáculo, que já impressiona e pode causar o tal sentimento de “euforonha“, é hora de provar a gastronomia noronhense. Tem moqueca, ceviche, paella, bolinho de carne de tubarão, camarão empanado com coco, pratos com nomes de famosos, torta de jaca, self service

Forró é o ritmo das noites de sexta no arquipélago. Após o jantar, é hora de ir à festa no Bar do Cachorro, que fica na histórica Vila dos Remédios. São vários estilos – pé de serra, universitário, estilizado – e a entrada custa R$ 20. Mas não vá dormir muito tarde, pois o passeio no dia seguinte começa cedo.

Toda noite tem uma festa em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Toda noite tem uma festa em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Sábado

Cachorrão e Cachorrinho afirmam que o Dog Móvel é inclusivo. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Cachorrão (à direita) é um dos que fazem o Ilhatour. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O Ilhatour é um passeio para quem não conhece Noronha ainda. De buggy, os turistas podem percorrer os lugares mais bonitos da ilha, incluindo as praias, onde há paradas para fotos e banhos de mar. A atividade custa uma média de R$ 150 e é oferecida pelo receptivo Atalaia Turismo. Um dos personagens mais famosos de lá, Cachorrão, também faz o passeio – a ainda provoca boas risadas.

Se você já conhece o arquipélago, há várias opções. Uma delas é, pela manhã, explorar lugares não tão visitados, como a Praia da Atalaia e as enseadas da Caieira e dos Abreus. Mas é bom se programar, pois o horário deve ser reservado na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), na Alameda do Boldró.

Para quem vai só para relaxar no paraíso, uma opção é relembrar quais são as praias que mais gostou e passar a manhã por lá. Algumas dicas são as praias do Sancho e da Cacimba do Padre e a Baía dos Porcos, que não são tão movimentadas.

Panorâmica mostra praias do Mar de Dentro, do Sancho à Cacimba do Padre. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Panorâmica mostra Praia do Sancho, no Mar de Dentro. Foto: Luiz Pessoa/NE10

À tarde, o pôr do sol pode ser no passeio de barco pelo Mar de Dentro, geralmente ladeado pelos golfinhos. A atividade custa cerca de R$ 140. Os mais dispostos têm também a opção de passear pela ilha em bicicletas elétricas alugadas na sede do ICMBio ou fazer trilhas, como a Costa dos Mirantes, que vai até o Mirante dos Golfinhos, seguindo pela encosta até o Dois Irmãos; ou a Capim-Açu, passando pela caverna e por piscinas naturais até chegar à Praia do Leão.

Morro do Pico, ao lado da Praia da Conceição, é outro cartão postal da ilha. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Morro do Pico, ao lado da Praia da Conceição, é outro cartão postal da ilha. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

A noite pode começar com uma visita ao Projeto Tamar, onde há palestra todos os dias, às 20h. A de sábado é sobre as tartarugas marinhas.

De lá, você pode seguir para o Festival Gastronômico da Pousada Zé Maria. São dezenas de opções, entre peixes, frutos do mar, carne. Há outras dezenas de sobremesas, incluindo tortas e doces. Só não deixe de comer a paella e o brownie, que são os clássicos.

Quem ainda tiver disposição segue para o reggae no Muzenza, localizado na Vila dos Remédios. Mas o ritmo jamaicano não é o único na festa, onde rock, pop e MPB também têm vez. A entrada custa R$ 20.

Domingo

O passeio de barco pode ser a escolha para os visitantes que fizeram o Ilhatour no sábado. Vale a atividade como uma visita às praias do Mar de Dentro ou para o plana sub, um mergulho a reboque.

Golfinhos costumam aparecer para os turistas nos passeios de barco. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Golfinhos costumam aparecer para os turistas nos passeios de barco. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Para quem já foi a Noronha, este é o dia de mergulhar de cilindro, uma chance de conhecer de perto esse universo tão diferente que é o fundo do mar. O Batismo é o passeio ideal para os iniciantes. O preço é, em média, R$ 440. É quase unanimidade que vale a pena!

Se ainda não tem coragem para isso, deixando o Batismo para a próxima ainda, o mergulho com snorkel na Praia do Sueste é mais tranquilo e dá para passar um tempo com os animais que habitam o mar de Noronha. Os mais vistos são as tartarugas.

Se não deu tempo de fazer trilha ou passear de bicicleta pelo arquipélago ainda, a chance é na tarde de sábado. À noite, tem o Samba Depois da Missa no Muzenza, após mais um jantar em um dos restaurantes noronhenses.

Visita ao Museu Noronhense, para conhecer a história da ilha, pode ficar para a segunda. Foto:

Visita ao Museu Noronhense, para conhecer a história da ilha, pode ficar para a segunda. Foto:

Segunda-feira

Um último mergulho nas águas do Mar de Dentro é o passeio certo antes de voltar para casa. As praias do Cachorro, do Meio e da Conceição são de acesso mais fácil, pela Vila dos Remédios. Antes de retornar à pousada e se arrumar para o check out, um passeio pelo centro histórico, passando pelo Museu Noronhense e pelo Forte de Nossa Senhora dos Remédios. Os voos saem para Recife ou Natal à tarde.

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Mais de 80% chegam pela primeira vez a Noronha. Deles, 93% querem voltar

Denise e William decidiram conhecer Noronha no aniversário de 25 anos de casados. E se impressionaram. Foto: Luiz Pessoa/NE10

sf Eu.fo.ro.nha. Se estivesse no dicionário, a palavra poderia ser descrita pelo que diz a pedagoga Denise Medeiros, 47 anos, visitante de primeira viagem a Fernando de Noronha: “A pessoa fica em estado de graça. É um lugar de contemplação, mais do que de turismo.” É a sensação de alegria que toma conta de quase todo mundo que estreia por lá, grupo que, segundo uma pesquisa realizada pela Secretaria de Turismo de Pernambuco em 2014, equivale a 80,65% do total de visitantes.

Família catarinense escolheu a ilha como destino para realizar o sonho de Roberto. Foto: Amanda Miranda/NE10

Família catarinense escolheu a ilha como destino para realizar o sonho de Roberto. Foto: Amanda Miranda/NE10

Denise foi a Noronha com o marido, o dentista William Martins de Carvalho, 56, para comemorar bodas de prata. “Éra um sonho vir aqui. É difícil dizer o que é mais bonito”, diz a pedagoga, que, admirada, não parava de exaltar a cor do mar. “Que azul!”, repetia.

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Conhecer a ilha também era o sonho do publicitário catarinense Roberto Siqueira, 42, desde criança. “Era surfista e tinha um poster de Noronha no meu quarto”, conta. Gostou da Cacimba do Padre, mas também da praticidade de chegar às praias do Cachorro, do Meio e da Conceição. “É excelente, maravilhosa, um paraíso”, diz.

Roberto marcou a primeira viagem a Noronha para abril, um dos meses chuvosos, e ficou ansioso com o tempo. “Quando estava mergulhando no Sueste, no primeiro dia, 12 tartarugas apareceram. Pensamos: agora pode chover todos os outros sete”, afirma. O publicitário esteve na ilha pela primeira vez com a esposa, a dentista Michelle Dora Budin, 29, e a sogra, Liodora Budin, 52. “Pegamos dias maravilhosos”, comemora Michelle. O casal já planeja voltar.

"Sou o único 'cabra' que trouxe a sogra para Noronha", brinca Roberto. Foto: Amanda Miranda/NE10

“Sou o único ‘cabra’ que trouxe a sogra para Noronha”, brinca Roberto. Foto: Amanda Miranda/NE10

De acordo com a pesquisa feita no ano passado, 93,05% saem de lá querendo retornar. Os atrativos da ilha superaram as expectativas de 51,91% dos turistas e atenderam ao que 43,02% deles esperavam.

Noronha superou as expectativas de Jazar. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Noronha superou as expectativas de Jazar. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O contador capixaba Jazar Majeski Alves, 46, planejou a viagem para a ilha por três anos. Sempre olhava fotos na internet e via reportagens sobre Noronha, esperando muito dos passeios. Já sabia muito sobre a ilha, mas está no grupo de turistas que encontraram mais do que aguardavam. “É o primeiro lugar que vou que vai superar as minhas expectativas. Aqui o tempo passa voando. É tranquilo, você pode deixar a bolsa com câmera na praia tranquilamente e as pessoas são receptivas”, afirma. “Me encanto a cada lugar que olho.”

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Famosos se declaram a Noronha pelas redes sociais

Bruno Gagliasso está em Noronha este fim de semana. Foto: reprodução do Instagram

Paraíso brasileiro, Fernando de Noronha é refúgio de muitos famosos para relaxar sem o assédio de paparazzi. Cenários como os morros do Pico e Dois Irmãos, cartões postais da ilha, aparecem frequentemente nas redes sociais de celebridades como Bruno Gagliasso – que está lá nesta sexta-feira (5) -, Paulo Vilhena, Bruna Marquezine e Angélica.

Veja alguns lugares escolhidos por eles para se inspirar:

INSTAGRAM – O @portalne10 guarda as recordações da viagem a Noronha pelo Instagram. Usando a hashtag #NoronhaEuFui, todo mundo pode compor esse álbum. Passeios de barco, mergulhos, pores do sol, pontos turísticos e até casamentos foram enviadas. Para ver as fotos, clique aqui.

Publique as suas fotos com a hashtag #NoronhaEuFui. Foto: @halannadonato/Instagram

Publique as suas fotos com a hashtag #NoronhaEuFui. Foto: @halannadonato/Instagram

Moradores locais e amantes da ilha também têm investido nas redes sociais como propaganda das paisagens. Uma delas é a empresária Fabiana de Sanctis, 37 anos, à frente do @noronhalovers, que tem mais de 73 mil seguidores no Instagram.

Há mais de três décadas no arquipélago, ela postava, no seu perfil pessoal, fotos de lugares não tão conhecidos por turistas, que recebiam muitas curtidas e perguntas. “Quero mostrar coisas que as pessoas não estão acostumadas a ver”, afirma. “As pessoas têm curiosidade sobre Noronha e não têm com quem tirar dúvidas.”

Fabiana afirma que uma das partes mais legais da rede social é a interação que ela permite. “Fico emocionada quando as pessoas dizem que decidiram vir a Noronha por causa das minhas fotos. Chorei na primeira vez. E tem gente que começa comentando, depois vai para o direct e hoje já tenho seguidores que têm o meu Whatsapp. É uma troca impressionante”, diz.

A ideia de abrir um espaço para homenagear Noronha surgiu há um ano, por sugestão – quase insistência, segundo Fabiana – da blogueira Camila Coutinho, do Garotas Estúpidas, parceiro do NE10. A empresária usa fotos próprias e de colaboradores. Além do @noronhalovers, há perfis como o @amonoronha, @noronhaeuamoeucuido_, @curtanoronha, @noronhawedding e @noronha_oficial.

Fabiana dá dicas de passeios não tão usuais. Foto: @noronhalovers/Instagram

Fabiana dá dicas de passeios não tão usuais. Foto: @noronhalovers/Instagram

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Dez (entre inúmeros) motivos para voltar a Noronha

Cenários de Noronha são inspiradores. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Sol e praia, ecoturismo e lua de mel estão entre os principais motivos para brasileiros e estrangeiros escolherem Fernando de Noronha como destino. Esses são fatores decisivos para os viajantes que desembarcaram na ilha no ano passado, de acordo com pesquisa feita pela Secretaria de Turismo de Pernambuco. Mas, além deles, inúmeros outros fazem 19,35% retornarem. Só em novembro, 16,99% afirmaram voltar a Noronha após outra viagem a esse paraíso. Para 39,83%, estava ainda melhor.

Amanda e Fábio ainda querem voltar a Noronha. Foto: Amanda Miranda/NE10

Amanda e Fábio ainda querem voltar a Noronha. Foto: Amanda Miranda/NE10

Pela terceira vez passeando na ilha, a professora de educação física carioca Amanda Queiroz, 36 anos, afirma que ainda quer visitar lugares como a Praia da Atalaia. “Isso é maravilhoso. No Brasil não tem lugar mais bonito”, justifica. Em abril, a carioca esteve na ilha por 11 dias com o namorado, o administrador Fábio Simões, 38, em sua segunda oportunidade no paraíso. “Todas as experiências valem aqui”, diz ele. E já planejam a próxima, quando esperam conhecer a Enseada dos Abreus.

Veja outros dez motivos para voltar a Noronha:

1. Ser seu próprio guia

Muita gente – 41,43% dos turistas, segundo a pesquisa – vão a Noronha através de pacotes organizados por agências de viagens. Mas que tal aproveitar que já conhece a ilha para organizar o seu próprio roteiro, de acordo com as suas preferências? Pode ser uma chance de aproveitar mais.

Noite de Noronha é super estrelada. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Noite de Noronha é super estrelada. Foto: Luiz Pessoa/NE10

2. Mudar as companhias e a proposta da viagem

Entre os visitantes do ano passado, 68,61% estiveram na ilha com a família; 20,62% com amigos; 10,52% sozinhos; e 0,25% em excursão. Trocar as companhias significa novos roteiros. É, a cada viagem, conhecer Noronha de uma forma.

Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Atalaia é enorme piscina natural. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

3. Fazer passeios de bicicleta

O aluguel de bicicletas elétricas é recente em Noronha. Por R$ 25, todo mundo agora pode pegar uma emprestada para circular pela ilha. É só ir aos pontos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Boldró, no Sueste e no Sancho.

4. Mais uma chance de ir à Atalaia

Enorme piscina natural cheia de vida marinha, a Praia do Atalaia não é de fácil acesso. Além da trilha de 1,5 quilômetro e de só poder ficar na água por meia hora, os turistas têm que esperar os horários da maré e ação dos corais para saber se poderão visitá-la. Mas todas as tentativas valem a pena pela oportunidade de conhecer o berçários da fauna da ilha e tomar banho na água cristalina.

5. Se não tomou banho de cachoeira no Sancho, agora pode ser que agora dê certo

Não é sempre que a cachoeira da Praia do Sancho está lá. Ela se forma em períodos após muita chuva, o que geralmente ocorre entre abril e junho. Mesmo assim, não é garantia para conhecê-la. Por isso, boa sorte!

Cachoeira do Sancho só aparece após dias de chuva. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Cachoeira do Sancho só aparece após dias de chuva. Foto: Luiz Pessoa/NE10

6. Conhecer os detalhes do fundo do mar

Nem sempre dá tempo – ou sobra coragem – para fazer o mergulho com cilindro na primeira vez. Porém, conhecer de perto a dinâmica do mar de Noronha pode ficar para a próxima. Só não deixe de fazer.

7. Tentar interagir com novos animais

Nadar com tubarões, tartarugas, arraias e outros animais. Ter golfinhos acompanhando o passeio de barco. Ver a atividade de atobás, viuvinhas e outras aves. Tudo isso pode ser feito em Noronha. Se não conseguiu ficar perto de algum bicho na primeira, não desista. Na natureza, tudo é imprevisível.

8. Ir aos restaurantes que você ainda não conheceu

Dezenas de restaurantes fazem a alta gastronomia de Noronha ser reconhecida também no continente. E não dá para ir a todos de uma só vez. É bom para dar um gostinho de “quero mais”.

Paella é um dos pratos mais concorridos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Paella é um dos pratos mais concorridos no Festival de Zé Maria. Foto: Luiz Pessoa/NE10

9. Se permitir ficar um tempo “longe do mundo”

É impossível ficar na internet sempre em Noronha. Essa é uma forma de esquecer tudo e relaxar.

10. Energizar o corpo e a alma

Noronha é uma das ilhas mais lindas do mundo e está no nosso País. Aproveite a oportunidade para renovar as energias no mar de águas cristalinas. Assim, você também vai querer sempre voltar.

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Tubarões e golfinhos são grandes animais do mar de Noronha

Por incrível que pareça, os golfinhos têm o mesmo ancestral que vacas, camelos e hipopótamos, o creodonte. Foto: Antônio Melcop/Administação de Fernando de Noronha

Dois grandes animais que habitam o fundo do mar de Fernando de Noronha fazem da ilha eleita a mais bonita do Brasil um verdadeiro parque de diversões. São os golfinhos e os tubarões, que acompanham os turistas na viagem, interagindo com eles, cada um da sua forma, e despertando a curiosidade desses visitantes.

Tubarões surgiram no mundo há mais 350 milhões de anos, antes mesmo da formação dos planetas e do Oceano Atlântico. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Tubarões surgiram no mundo há mais 350 milhões de anos, antes mesmo da formação dos planetas e do Oceano Atlântico. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Estigmatizado como um animal terrível, é no arquipélago que o tubarão mostra que as coisas não são bem assim. Em praias como a do Sueste, do Porto de Santo Antônio, da Caieiras e do Sancho, é possível interagir com eles, principalmente com os da espécie limão (negaprion brevirostris), uma das 13 encontradas na ilha – além dela, as mais frequentes são o lixa (ginglymostoma cirratum) e o do recife (carcharhinus perezi).

Pegue o snorkel, vá para o mar e não tenha medo. O engenheiro de pesca Leonardo Veras, curador do Museu do Tubarão, explica que os seres humanos não fazem parte da cadeia alimentar dos oceanos, logo, não são alimento para esses animais. “A pergunta não é por que os tubarões de Noronha atacam, e sim por que os outros fazem isso. Tubarão não é feito para comer gente. Aqui temos um ambiente equilibrado e pequena invasão humana no mar. Além disso, a água cristalina faz com que o tubarão identifique o humano e não ataque”, afirma.

Esses predadores se alimentam de peixes menores do que eles, principalmente o peixe papagaio, além de animais como polvos e lagostas. Pesquisas apontam que há tubarões que comem cerca de 2% do seu peso corporal por dia. Porém, Veras frisa que isso não vale para todas as espécies.

Tubarão nadando na Praia do Sancho. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Tubarão nadando na Praia do Sancho. Treze das 375 espécies do mundo podem ser encontradas em NoronhaFoto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

“Eles não comem o tempo todo. Como têm o metabolismo mais baixo do que o do ser humano e são animais homeotérmicos, com temperatura regulada pelo ambiente, acabam gastando menos energia”, justifica. Além disso, esses bichos passam por períodos de abstinência alimentar que podem durar um ano – embora tenham como objetivo de vida procurar alimento. “Precisam comer principalmente quando vão se preparar para a migração e para a reprodução.”

É justamente para ter os filhotes que os tubarões chegam a Noronha. No caso da espécie limão, depois de usar as piscinas naturais da ilha como berçário, ficam na costa enquanto são jovens, período em que geralmente podem ser vistos pelos banhistas. São animais de até um metro, normalmente até os 12 anos de idade.

De acordo com o engenheiro de pesca, os machos adultos dessa espécie vivem longe da ilha, enquanto as fêmeas costumam  morar em regiões mais profundas no entorno de Noronha. Os animais se aproximam da costa entre janeiro e fevereiro, quando acontece a cópula. A fecundação é interna.

As crias nascem 11 meses depois, podendo haver até 20 pequenos tubarões, medindo cerca de 30 centímetros. O canibalismo é muito comum entre esses bichos, então, assim que chegam à água, os filhotes já têm que ficar alerta. Esses animais podem viver cerca de 30 anos.

QUIZ
» Faça o teste e descubra que praia de Noronha combina mais com você

Apesar de muitas espécies poderem, digamos, descansar – os da limão ficam parte do dia em repouso -, os tubarões nunca deixam de lado os sete apuradíssimos sentidos que os fazem ser conhecidos como máquinas: eletrorrecepção, visão, paladar, audição, olfato, tato e tato à distância. Tudo isso com o único intuito de identificar presas em potencial e mapeá-las no fundo do mar.

Tubarão descansando no Buraco da Raquel. Mesmo com o metabolismo baixo, mantém alerta. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Tubarão descansando no Buraco da Raquel. Mesmo com o metabolismo baixo, mantém alerta. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Só para dar alguns exemplos, eles podem localizar, através da escuta remota, leves vibrações a longa distância, o que lhes permite localizar peixes feridos no oceano. Assim como em outros animais aquáticos, a audição é o sentido mais aguçado de todos nesses bichos, pois o som se propaga quatro vezes melhor na água do que no ar. Os tubarões souberam tirar proveito disso ao longo da evolução com seus dois ouvidos internos dotados de sensores de direção, equilíbrio e velocidade.

Mas o sentido mais famoso é o olfato, explorado pelos filmes, é o olfato. Algumas espécies são capazes de detectar uma parte por milhão, o que equivale a uma gota de extrato de peixe dissolvida em uma piscina olímpica.

Para conhecer mais detalhes sobre os tubarões em Noronha, vale visitar o Museu do Tubarão, aberto diariamente das 8h às 19h30, e assistir à palestra de Leonardo Veras no Projeto Tamar nas sextas-feiras, às 20h. Os dois passeios são gratuitos.

GOLFINHOS – Quem não viaja para a ilha interessado no passeio de barco com golfinhos em volta que atire a primeira pedra. O que poucos sabem é que, enquanto parecem fazer um show, esses animais, na verdade, estão “de guarda” e querem proteger o grupo principal, em que estão as fêmeas e os filhotes. Os mesmos bichos que acompanham as embarcações afugentam e enfrentam tubarões e organizam os deslocamentos.

As informações são do projeto Golfinho Rotador, que atua em Noronha para a preservação da espécie através da educação ambiental. Os turistas que quiserem ver esses animais além do passeio, podem ir cedo ao Mirante dos Golfinhos, que fica na área do Parque Nacional Marinho e pode ser acessado a partir do Ponto de Informação e Controle Sancho/Golfinho. Lá, você pode pegar um dos binóculos emprestados pelo projeto a partir das 7h, além de tirar dúvidas sobre os hábitos dos bichos, e se encantar.

Golfinhos têm respiração pulmonar através de um orifício que se abre quando ele sobe para fazer as trocas gasosas e se fecha quando vai submergir. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Golfinhos têm respiração pulmonar através de um orifício que se abre quando ele sobe para fazer as trocas gasosas e se fecha quando vai submergir. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

É comum assistir aos filhotes mamando. As pequenas crias, de cerca de 75 centímetros, se posicionam de lado e esfregam o focinho nas fendas mamárias da mãe, de onde sai o leite rico em gordura.

A relação entre a cria e a mãe, inclusive, é muito forte entre os rotadores, de nome científico stenella longirostris. Não há figura paterna, já que a poligamia é comum e as atividades sexuais são realizadas sem fins reprodutivos, com objetivo de alcançar prazer sexual ou afetivo. Quando há fecundação, a gestação dura 10,5 meses.

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Os golfinhos chegam a Noronha pela manhã, em movimento em direção à baía que ganhou o nome deles antes do nascer do sol, após passarem a noite se alimentando longe da costa. À tarde, voltam a sair para as zonas de alimentação. Eles comem lulas, camarões e peixes, principalmente o voador, o garapau e a agulhinha. A cada dia, se alimentam de cerca de 5% do seu peso.

Devido ao seu sistema de comunicação, baseado nos sons – silvos com tons puros e assobios altos – e na movimentação aérea – relacionada ao deslocamento, ao estado de alerta ou à coesão do grupo -, os golfinhos são considerados animais muito inteligentes.

Enquanto os seres humanos têm o sexto maior cérebro entre os mamíferos, proporcionalmente, os golfinhos rotadores têm o terceiro maior, com um quilo e meio. O córtex associativo, a parte especializada no pensamento abstrato e conceitual, também é maior que a dos homens. Essas são as características desses animais há mais de 30 milhões de anos.

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Faça o teste e descubra que praia de Noronha combina mais com você

Barcos param na Praia do Sancho para banho de mar. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Está de malas prontas para Fernando de Noronha e já quer saber de que praia pode gostar mais na sua viagem? Responda ao teste, que também serve para quem conhece a ilha ou planeja ir um dia, e descubra se você combina mais com o Sancho, eleita duas vezes a mais bonita do mundo, ou com a Atalaia, um destino para os mais aventureiros. Seu perfil pode bater também com o Sueste, de fácil acesso e cheia de animais, a Conceição, uma das badaladas, ou com o Cachorro, a mais, digamos, urbana. Há ainda a Cacimba do Padre, reduto dos surfistas, ou o Americano, quase deserta.

Clique aqui para participar do quiz.

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Um roteiro para sete dias relaxando sem “neuronha”

Passeio à Fortaleza dos Remédios pode ser no fim da tarde, para pegar o por do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Fernando de Noronha tem pontos turísticos para agradar os mais diversos visitantes. Mesmo com tanto a fazer, do lado de cá do oceano há um mito que diz que uma semana na ilha já provoca a tal “neuronha”, uma vontade enorme de voltar à “vida real”. Mas, se fosse música pop, diríamos que o recalque bate no Morro Dois Irmãos e volta, pois há provas incontestáveis de que é possível, sim, montar o seu roteiro de sete dias no arquipélago e ainda sair com gostinho de quero mais. É só preparar as malas.

Veja uma sugestão de roteiro para passar sete dias na ilha – mas vale dizer que, como quase tudo em Noronha depende da natureza, não se estresse se um ou outro passeio for adiado:

Por do sol no Boldró é o mais disputado de Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Pôr-do-sol no Boldró é o mais disputado de Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

DIA 1

Os voos comerciais costumam chegar à ilha desde o início até o fim da tarde. Então, há grandes chances de você chegar a tempo de ver o famoso pôr-do-sol de Noronha. O Forte do Boldró é um dos lugares preferidos e mais bonitos.

DIA 2

O ilhatour, um passeio de bugue pelos pontos turísticos de Noronha, com paradas para fotos e banhos de mar, pode dar uma ideia geral da ilha. A atividade custa, em média, R$ 150.

Assistir a uma das palestras diárias do Projeto Tamar é uma sugestão para o início da noite. É gratuita.

DIA 3

Para o terceiro dia, uma opção é conhecer Noronha pelo mar, em um passeio de barco pelo Mar de Dentro, do Porto de Santo Antônio até a Ponta da Sapata. Custa cerca de R$ 120 por três horas – se for no entardecer; é aproximadamente R$ 140.

Vista do passeio de barco é incrível. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Vista do passeio de barco é incrível. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Fora do roteiro tradicional, a trilha do Morro do Piquinho pode ser feita à tarde pelos mais aventureiros. Mas tem alto grau de dificuldade e deve ser feita por quem tem experiência. O valor é, em média, R$ 100. Para incrementar, tem também o rapel, que pode ser contratado pelo telefone (81) 3619.0447.

Como a pedra fica na Praia da Conceição, é uma oportunidade para apreciar o pôr-do-sol de lá.

Os que não têm experiência também podem fazer trilhas como a Costa dos Mirantes – seguindo pela encosta da baía até o mirante Dois Irmãos e acessando a Praia do Sancho por descida entre as rochas – e a Esmeralda do Atlântico – uma caminhada em maré baixa pelas praias do Mar de Dentro. Ambas custam aproximadamente R$ 100.

DIA 4

É dia de explorar o fundo do mar com a Nave. A embarcação tem uma lente que permite aos visitantes conhecer as espécies que habitam o oceano Atlântico sem mergulhar. Antes tem uma aula sobre a vida marinha de Noronha. É R$ 150.

À tarde, você pode fazer uma caminhada para conhecer a história da ilha, que já foi ocupada por portugueses, holandeses, franceses, italianos e norte-americanos e também já funcionou como um presídio. O lugar ideal para isso é a Vila dos Remédios. Pelo receptivo Atalaia, custa R$ 65.

O passeio pode acabar na Fortaleza dos Remédios, com um pôr-do-sol incrível e vista para praias do Mar de Dentro.

Passeio tem formações rochosas e ilhotas de Noronha como plano de fundo. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Plana sub tem formações rochosas e ilhotas de Noronha como plano de fundo. Foto: Luiz Pessoa/NE10

DIA 5

O mergulho a reboque, conhecido como plana sub ou prancha sub, é uma opção de diversão para o quinto dia de viagem. Puxado em posição de mergulho pela água, você é levado pelo Mar de Dentro segurando uma prancha ligada ao barco. Já falamos sobre ele por aqui. O preço varia de R$ 100 a R$ 200.

Explorar a ilha de bicicleta é ótimo também para quem tem disposição. As bikes podem ser alugadas nos pontos de informação do Parque Nacional – na entrada da trilha do Sancho/Golfinho ou na Praia do Sueste – por R$ 25 para o dia inteiro.

DIA 6

Com sorte, você poderá conhecer a Praia da Atalaia, uma piscina natural com 300 metros de comprimento. Para respeitar a natureza, você só poderá chegar lá com um guia, se estiver aberta, já que o funcionamento varia de acordo com a maré. É proibido o uso de protetor solar, evitando, assim, interferir na vida que nasce lá.

Barcos param na Praia do Sancho para banho de mar. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Barcos param na Praia do Sancho para banho de mar. Foto: Luiz Pessoa/NE10

À tarde, você pode voltar à Praia do Sancho, eleita duas vezes a mais bonita do mundo, e já visitada no ilhatour. Agora, com calma, é hora de curtir a água cristalina. Com sorte, a cachoeira estará lá, escondida entre a vegetação.

Outra opção é o batismo, um mergulho com cilindro para iniciantes conhecerem o fundo do mar de Noronha. O preço é, em média, R$ 440. É quase unanimidade que vale a pena!

DIA 7

Depois de ver as praias e passear na Nave, é hora de mergulhar para conhecer a diversidade da vida marinha de Noronha. A Praia do Sueste tem tartarugas e peixes, que podem nadar ao lado dos visitantes. Não esqueça o snorkel! Você pode chegar lá no ônibus que passa por toda a BR-363 de meia em meia hora. Ainda sobra tempo para voltar aos pontos que mais gostou.

Não importa o dia da semana, à noite sempre tem o que fazer em Noronha. Para quem gosta de forró, o point nas segundas, quartas e sextas-feiras é o Bar do Cachorro. O Ginga Bar, reconhecido pelos petiscos servidos, pode ser o destino na noite de terça-feira. Quinta e sábado tem, no Muzenza, o reggae – que não toca só esse estilo musical, mas outros, como o pop/rock. A festa do domingo é o “samba depois da missa”, no mesmo local. Todos os dias, você ainda pode aproveitar a reconhecida gastronomia de Noronha. Telefones e endereços de todos os passeios estão na aba de serviços.

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Caminhada histórica e trilhas são passeios para os idosos em Noronha

Passeio de catamarã é uma das sugestões. Foto: Breno Lucio/Divulgação

Aos 90 anos, a aposentada Anita Costa realizou, este ano, o sonho de conhecer Fernando de Noronha. Escolhendo a ilha para o passeio, a mineira comprovou o que o trade turístico tem observado há pelo menos três anos: cada vez mais idosos têm visitado Noronha. Aventura e ecoturismo também têm vez na terceira idade.

Anita tirou a clássica foto de sereia no Museu do Tubarão. Foto: Ana Maria/Cortesia

Anita tirou a clássica foto de sereia no Museu do Tubarão. Foto: Ana Maria da Silva/Cortesia

A aposentada esteve no arquipélago com a filha, a médica paulista Ana Maria da Silva, 58. As duas viveram no Nordeste na década de 1980, quando Ana Maria estudou na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e, nesse período, viajaram do Maranhão a Sergipe pegando carona em caminhões. Mas, por questões financeiras, ainda ficou nos planos a visita a Noronha. “Prometi a ela que daria essa viagem quando tivesse condições. Hoje realizamos nosso sonho”, comemora a filha. O aniversário da aposentada é no dia 27 de junho e o passeio foi um presente antecipado.

Ativa e sorridente, Anita estava subindo a ladeira ao lado da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios quando encontrou a reportagem do NE10 e já quis falar. “Se tiver coragem, a pessoa faz tudo o que quiser”, diz. Praia da Conceição, Museu do Tubarão, passeio de barco e mirantes com vista para a Praia do Sancho e a Baía dos Golfinhos foram alguns dos passeios.

PASSEIOS – De acordo com uma pesquisa feita pela Secretaria de Turismo de Pernambuco em 2014, quem tem de 61 a 65 anos representa 2,51% dos turistas e, acima dos 65 anos, 1,93%. Os empresários calculam que o aumento desde 2012 foi de pelo menos 10%.

De olho nesse público, que geralmente já chega a Noronha com pacotes fechados e em grupo, os receptivos têm aperfeiçoado os serviços. A Atalaia tem guias focados no atendimento de idosos e um veículo adaptado.

Instalação de trilhas suspensas no Parque Nacional é um dos motivos por que houve o crescimento no número de idosos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Instalação de trilhas suspensas no Parque Nacional é um dos motivos por que houve o crescimento no número de idosos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Uma das atividades mais indicadas é a caminhada histórica, que percorre os principais pontos da Vila dos Remédios e termina nas praias com acesso mais simples na ilha: Cachorro, Meio e Conceição.

Anita e a filha estavam na Vila dos Remédios quando se encontraram com a equipe do NE10. Foto: Amanda Miranda/NE10

Anita e a filha estavam na Vila dos Remédios quando se encontraram com a equipe do NE10. Foto: Amanda Miranda/NE10

“O mais legal é que no Memorial Noronhense as pessoas veem as fotos do que é dito nessa caminhada”, afirma a presidente da Associação de Condutores e Divulgadores de Informações Turísticas de Fernando de Noronha (Acitur), Sílvia de Morais Nobre, carioca que vive na ilha há 30 anos.

Alguns grupos ainda descobrem lendas de Noronha ao chegar à Fortaleza dos Remédios. “Tem a lenda da Alamoa, que é uma figura loira alemã que vivia lá na época do presídio. Em dias de lua cheia portões eram abertos e alguns sentinelas que ficavam nas guaritas dos Remédios se rendiam à beleza escultural daquela mulher. Mas, quando tentavam chegar perto, acabavam caindo da fortaleza”, conta Sílvia.

A assessora da diretoria da Atalaia Caroline Sousa sugere ainda as trilhas da Costa dos Mirantes, que incluem os pontos de onde é possível ver a Praia do Sancho, eleita duas vezes a mais bonita do mundo. “É um local com facilidade de acesso e para contemplação”, afirma.

Anita e a filha visitaram o mirante com vista para a Baía dos Porcos, no Parque Nacional. Foto: Ana Maria da Silva/Cortesia

Anita e a filha visitaram o mirante com vista para a Baía dos Porcos, no Parque Nacional. Foto: Ana Maria da Silva/Cortesia

Os idosos podem ainda fazer o Ilhatour e o passeio de barco. Se for pela Atalaia, a atividade é feita em um catamarã, que não balança muito. Uma parada é na Praia do Sancho, onde os turistas podem fazer mergulho livre. Sílvia de Morais Nobre afirma ter se surpreendido com a disposição e a facilidade de muitos grupos para usar o snorkel.

A presidente da Acitur alerta os turistas para alguns cuidados, como informar aos guias se têm bom condicionamento físico. “Eu não posso dizer seu limite. Mas o público da terceira idade é muito responsável. Quando explicamos o roteiro, já sabem se têm condições”, explica. Outras dicas é levar tênis confortáveis, repelente e muita água, além de lanterna para sair à noite.

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NE10 lança site indispensável para quem planeja viajar para Noronha

Um dos mirantes para as belas praias de Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Uma semana após Fernando de Noronha ter sido eleita pelos usuários do TripAdvisor a melhor ilha da América do Sul e a 10ª melhor do mundo, o NE10 lança um especial para apresentar as belezas do lado de lá do oceano – deixando quem está do lado de cá com ainda mais vontade de conhecê-las.

A repórter Amanda Miranda e o cinegrafista e fotógrafo Luiz Pessoa percorreram Noronha do Mar de Dentro ao Mar de Fora por cinco dias em experiências turísticas, com o objetivo contá-las, revelando os bastidores desta expedição. O passeio serviu também para encontrar os personagens que se destacam na ilha, como o guia turístico Cachorrão e seu modo peculiar de levar a vida numa boa.

O site Fernando de Noronha agora faz parte do menu fixo de entretenimento e turismo do portal e terá atualização semanalmente com textos, vídeos e fotos. Entre os assuntos, passeios como o planasub e a expedição Nave, a diversidade e a sofisticação da gastronomia local, a riqueza da fauna (alguém conhece a simpática Mabuia?) e da flora, além da história desse paraíso descoberto em 1503. Para a estreia, a cozinha molecular, a acessibilidade na ilha, as características das tartarugas e a Praia do Sancho, escolhida duas vezes a mais bonita do mundo.

Mas o internauta vai além do Sancho navegando por um mapa interativo na página principal. Cacimba do Padre, Conceição, Atalaia e Leão são alguns dos 17 pontos marcados, com informações sobre os atrativos e fotos, muitas fotos.

As imagens, aliás, merecem destaque no especial. Feitas principalmente por Luiz Pessoa, mostram a vida submarina de peixes coloridos, corais e naufrágios. Rochas, praias, trilhas, fortalezas, pousadas e muita comida também encantam os que escolhem o arquipélago pernambucano como destino.

Se o planejamento do viajante ainda nem começou e restam dúvidas sobre como chegar à ilha, o que comer, onde se hospedar, como contratar passeios e valores de taxas e ingressos, todas essas informações estão na seção de serviços do site. Depois de descobrir ou redescobrir Fernando de Noronha, compartilhe com a gente a sua história, publicando no Instagram uma foto com a hashtag #NoronhaEuFui.

MAIS NORONHA – “Aqui tem baixa temporada? Impossível!”, questionam, surpresos, muitos turistas ao saber que, de abril a junho, é o período em a ilha recebe menos visitantes. Para incrementar a atividade, foi criada a campanha Mais Noronha, com descontos de até 30% em pousadas, restaurantes e passeios.

No ano passado, houve um aumento de 6,7% no número de turistas. A temporada alcançou maior número em estados como Minas Gerais (30%) e São Paulo (18,7%). No Nordeste, os destaques são Paraíba e Rio Grande do Norte, com crescimento de 12,5% e 14,2%, respectivamente.

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Sancho: desculpem-me as outras praias, mas beleza é fundamental

De cima ou de qualquer ângulo, o Sancho revela a sua beleza. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Talvez seja a areia branca e a água cristalina. Talvez sejam os bancos de corais. Talvez seja o mistério sobre o que será encontrado após descer o penhasco. Não há uma resposta objetiva sobre o que fez a Praia do Sancho ser eleita duas vezes a mais bonita do mundo pelo TripAdvisor, em votação dos próprios visitantes. Porém, todas as características formam uma das principais paisagens de Fernando de Noronha, incluindo a cachoeira escondida.

Paredão margeia o Sancho. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Paredão margeia o Sancho. Foto: Luiz Pessoa/NE10

A praia é considerada um dos melhores pontos para a prática do mergulho livre no País. O Sancho fica na parte conhecida como Mar de Dentro, abrigado dos ventos alísios e, por isso, mais tranquilo e de água turquesa mais clara.

Há duas formas de chegar. Por terra, o visitante deve ir ao Posto de Informação e Controle (PIC) Golfinho-Sancho, na área do Parque Nacional Marinho, e percorrer a trilha indicada. São 320 metros. Ao chegar ao mirante, deve seguir pelos dois lances de escadas encravadas nas rochas, além da escadaria. Assim, finalmente está na areia.

Mas quem não encara a descida tem a opção de ir nos barcos, que acabam compondo o cenário. As embarcações ficam paradas por aproximadamente 40 minutos para mergulhos e banhos.

Foi o que aconteceu com o capixaba Jazar Majeski Alves, 46 anos, professor universitário, que estava pela primeira vez em Noronha. Ao se deparar com a escadaria – um dos pontos altos do passeio para os mais aventureiros – ficou com medo. Mas, sob os outros pontos de vista, considera o Sancho uma das praias mais bonitas da ilha.

“É o primeiro lugar que vou que vai superar as minhas expectativas. Aqui, o tempo passa voando. É tranquilo, você pode chegar à praia e deixar a bolsa com câmera tranquilamente; é bem sinalizado; e as pessoas são receptivas”, afirma. Para ele, ir a Noronha – e ao Sancho – era um sonho de anos.

No passeio, ainda é possível encontrar marcações de ninhos de tartarugas, viuvinhas, caranguejos e outras espécies animais. Destacam-se na areia branca pontinhos pretos e vermelhos, que são sementes de mulungu, árvore da flora envolta em histórias locais, como o fato de os presidiários usarem o seu caule para fazer canoas e fugir da ilha e acabarem à deriva, já que essa madeira tem como característica afundar.

Cachoeira do Sancho só aparece após dias de chuva. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Cachoeira do Sancho só aparece após dias de chuva. Foto: Luiz Pessoa/NE10

E NA CHUVA? – Quem acha que não dá para aproveitar a praia em dias de chuva está muito enganado. É nela que boa parte da beleza aparece, na Cachoeira do Sancho, escondida na parte esquerda. Para chegar lá, é só andar até o ponto em que a água doce sai para o mar, onde entra em direção às árvores. Passando o caminho de rocha, de difícil acesso e muitas vezes acompanhado de caranguejos e outros animais, já é possível tomar banho. Atenção, pois também há uma queda d’água facilmente visível próximo à descida pelas escadas, mas essa não é a verdadeira.

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