Por Renato Mota

Quando a Disney comprou a Lucasfilm, em outubro de 2012, ela não adquiriu apenas os direitos para uma franquia de filmes famosos. Comprou uma verdadeira máquina de imprimir dinheiro – se operada da maneira correta. Na época, a empresa do Mickey desembolsou US$ 4 bilhões pela saga de George Lucas. Dois anos (e um filme) depois, espera faturar, só com merchandising, US$ 5 bilhões nos próximos meses.

O licenciamento de produtos está no DNA de Star Wars. Como parte do acordo fechado com a Fox para o lançamento do primeiro filme, em 1977, Lucas cedeu boa parte do seu salário para ficar com os direitos de merchandising do filme. Na época, era uma fatia do mercado pouco explorada, mas que o diretor transformou em infinitas linhas de brinquedos, roupas, livros, quadrinhos e tudo mais em que fosse possível imprimir “Star Wars”. Até hoje, os filmes já renderam US$ 4,4 bilhões em bilheteria, e US$ 28 bilhões em produtos licenciados da marca.

E todo mundo quer uma fatia desse bolo. Nas lojas do Recife (e do mundo todo), stormtroopers, sabres de luz e naves invadiram as prateleiras. Só a loja de departamento Riachuelo, que trabalha com a marca desde 2011, colocou no mercado recentemente 80 modelos de produtos, que compõe o mix do masculino, feminino, infantil e moda casa. São camisetas, pijamas, lingeries, calçados infantis, mochilas, squeezes, conjuntos de cama, almofadas, puffs, tapetes e toalhas Star Wars, disponíveis desde o fim de novembro.

A preparação para o lançamento de Star Wars – O Despertar da Força pelas empresas que adquiriram as licenças começou cedo. A Editora Aleph, que possui os direitos dos livros da franquia aqui no Brasil começou a negociar em junho de 2014. “Durante a negociação já estávamos traduzindo o primeiro livro, Herdeiros do Império (de Timothy Zahn) para ser lançado na Comic Con Experience, no fim do ano”, lembra o diretor geral da editora, Adriano Fromer.

Ao longo dos últimos 12 meses, a Aleph já lançou 14 livros de Star Wars, tanto publicações novas e inéditas no Brasil quanto reedições de títulos que há muito tempo não eram republicados no País. “Sabíamos que existia uma base grande de fãs carentes, até mesmo por que nós fazemos parte dessa base”, conta Fromer. Os livros de Star Wars já correspondem a 30% do faturamento da editora, que possui 100 livros em seu catálogo. “As tiragens só aumentam. Para Marcas da Guerra, que conta a história logo antes do novo filme, as 50 mil cópias que tínhamos em estoque já acabaram”, afirma o diretor.