Restaurante Dumar, em Noronha, tem o melhor garçom do mundo

Moqueca tem leve toque de dendê. Foto: Luiz Pessoa/NE10
Garçom indica o mix de frutos do mar para a entrada. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Garçom indica o mix de frutos do mar para a entrada. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Seguindo o estereótipo cearense, Dênis Maia, 34 anos, é bom contador de histórias, animado e simpático. Atendendo sempre com um sorriso no rosto, passou pela Europa e firmou base em Fernando de Noronha para ganhar um título especial e merecido dos clientes do restaurante Dumar: o de melhor garçom do mundo. Além de servir, a pedidos, ele também ajuda a escolher os pratos, colocando mix de frutos do mar como entrada, moqueca sinfônica para o prato principal e cartola na sobremesa. Dênis acerta.

Peixe, lagosta, lula, camarão, polvo e peixes da ilha – era dourado no dia que o NE10 visitou o restaurante – compõem a entrada, com molho de alho, óleo e ervas finas.

Dênis conta que, quando esteve na ilha, a atriz Bruna Marquezine o chamava como "o melhor garçom... do mundo!". Foto: Luiz Pessoa/NE10

Dênis conta que, quando esteve na ilha, a atriz Bruna Marquezine o chamava como “o melhor garçom… do mundo!”. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Frutos do mar têm a cara de Noronha. Por isso, a moqueca sinfônica é a sugestão para o prato principal. Leva leite de coco, creme de leite, cebola, cheiro verde, camarão, lula, lagosta, polvo, sal, caldo de camarão e pimenta. E um toque de azeite de dendê. “É só para lembrar a moqueca baiana, mas não é ela nem é a capixaba”, explica o chef Ewerton Soares.

Folhas consumidas no Dumar são da horta do restaurante. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Folhas consumidas no Dumar são da horta do restaurante. Foto: Luiz Pessoa/NE10

A cartola tem queijo manteiga, banana flambada no conhaque, farofa de leite com amendoim e sorvete de creme. É o tradicional com um pouco de requinte.

O melhor garçom, que indicou todos esses pratos, nasceu em Tabuleiro do Norte, no interior do Ceará, de onde saiu há 15 anos para trabalhar e morar na capital do Rio Grande do Norte, Natal. De 2007 a 2009, morou em Portugal e na Espanha, onde trabalhou como barman.

Foi dessa experiência que tirou as ideias para criar o drink Esmeralda do Atlântico, premiado em concursos de bebidas da ilha ano passado. Levando xarope de capim santo da horta do Dumar, abacaxi, limão e vodca e servido em taça de Martini, por ser aromático, homenageia a ilha que acolheu o autor em 2011, dois anos depois de voltar da Europa. Que sorte de Noronha também, que ganhou mais um morador sorridente.

Cartola é a pedida para a sobremesa. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Cartola é a pedida para a sobremesa. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Não tem desculpa para deixar de conhecê-lo. O Dumar, que fica na Alameda do Boldró, tem transfer grátis para os clientes. O telefone para agendar o carro é (81) 3619.0432.

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Que bacalhau que nada! Em Noronha, o bolinho é de tubarão

Vale deixar o preconceito de lado e provar o bolinho de tubarão. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O lugar onde são reveladas curiosidades sobre dezenas de espécies de tubarão do mundo é o mesmo onde é possível experimentar o gosto deles – literalmente. Colocados entre os animais mais temidos do fundo do mar, em Fernando de Noronha eles perdem o estigma, convivem com os seres humanos e se tornam iguaria no Museu do Tubarão, na forma dos bolinhos de tubalhau, o “bacalhau” da ilha.

Crosta é feita com flocos de milho. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Crosta é feita com flocos de milho. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Servida também em outros restaurantes de Noronha, a receita começou a ser vendida no museu há pelo menos uma década, a pedido dos turistas. “Os nativos já consumiam o tubarão salgado, que chamavam de tubalhau. Essa era uma forma de conservá-lo por causa da dificuldade de ter energia elétrica. Decidimos organizar a técnica e vender para os turistas como souvenir”, conta a engenheira de pesca Concita Veras.

Concita chegou a Noronha há 25 anos com o marido, o também engenheiro de pesca Leonardo Veras, para fazer o trabalho de conclusão da graduação. Os dois montaram a empresa Noronha Pesca Oceânica, a NPO. Sete anos depois, foi aberto o museu, que expõe em painéis, fotos e peças como arcadas dentárias informações sobre esses bichos. “Queremos desmistificar essa ideia de que o tubarão é um animal terrível”, afirma.

Alvo de críticas por causa do consumo do tubarão, Concita ressalta que o que há, na verdade, é uma confusão com a pesca predatória. “É importante deixar claro que ninguém defende isso. Somos os mais interessados em preservar”, aponta. Segundo a administradora do museu, desde 1997 os animais não são retirados do mar da ilha. Atualmente, vêm da pesca artesanal na costa nordestina e são amostras de diversas espécies.

Tubarão é formado no chocolate. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Tubarão é formado no chocolate. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Para fazer os bolinhos, é preciso ter 600g de tubalhau desfiado, um quilo de batatas, uma cebola grande picada, dois ramos de salsinha pixada e óleo para fritar. O rendimento é de aproximadamente 40 unidades.

Moqueca é feita com leite de coco natural. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Moqueca é feita com leite de coco natural. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O modo de preparo é simples e era descrito desde as primeiras embalagens do tubalhau, antes mesmo de virar bolinho. Primeiro cozinhe as batatas e amasse como se fosse fazer um purê. Depois junte a cebola e a salsinha. Então, você já pode fazer os bolinhos e fritar. O gosto é como o do bacalhau, mas, se você não se opõe ao consumo do animal, vale a pena experimentar.

O cardápio do restaurante do Museu do Tubarão, no entanto, vai muito além do animal que dá nome à casa. Um dos destaques é o arrumadinho de peixe, prato que segue a proposta do lugar: oferecer comida caseira, sem tanta sofisticação. É feito com feijão verde, farofa, arroz e vinagrete, além da barracuda, um peixe da ilha, coberto com flocos de milho. “Queríamos usar um prato da cozinha pernambucana com versão noronhense”, explica Concita.

A moqueca do chef Diogo Barbosa, sem azeite de dendê e com leite de coco natural, também encanta muitos paladares. O peixe usado é dourado ou cavala.

Para a sobremesa, a escolha pode ser o brownie com sorvete. Pedindo o doce, os adultos ganham um prato feito com cuidados daqueles elaborados para o público infantil: um tubarão vem desenhado no chocolate. As crianças, inclusive, são os clientes mais frequentes no restaurante, provavelmente pela possibilidade de entrar no misterioso ambiente desses animais.

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Plana sub mostra a casa dos noronhenses submersos

Passeio tem formações rochosas e ilhotas de Noronha como plano de fundo. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Saindo da Baía de Santo Antônio, os tripulantes, já ansiosos, recebem as instruções para o passeio com toques de aventura: no mar azul de Fernando de Noronha, ficarão na água segurando uma prancha ligada ao barco por um cabo, sendo levados a 8 km/h. Usando um snorkel e mergulhando, cada um pode ter as próprias impressões sobre a vida marinha tão própria da ilha.

Não entendeu? Veja o vídeo para se inspirar:

Plana Sub – O mergulho a reboque em Fernando de Noronha

São vários os nomes desse passeio que, na verdade, nada mais é do que um mergulho a reboque no cenário paradisíaco de Noronha: aquasub, pranchasub… Todos eles surgiram da união do esporte com o turismo. Enquanto alguns dizem que já é praticado há mais uma década no arquipélago, outros atribuem a sua criação ao engenheiro de pesca Leonardo Veras, que desenvolveu um modelo de prancha e o patenteou com o nome plana sub há cerca de oito anos.

Antes de cair ao mar, visitantes recebem orientações sobre a prancha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Antes de cair ao mar, visitantes recebem orientações sobre a prancha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Mas o que importa para nós, turistas, é que, hoje em dia, é possível aproveitá-lo, com segurança, de quatro formas diferentes: nas embarcações Eduarda II, Toda Nua e Alquimista II, além das embarcações do Receptivo Atalaia Turismo, que levou a equipe do NE10 de lancha.

A embarcação deixou o porto por volta das 14h, com os tripulantes Douglas e Carlinhos dando as primeiras orientações ao grupo. Usando o lado positivo da prancha para baixo, é possível chegar a oito metros de profundidade. Se a intenção é essa, o lado negativo está ali para não descer tanto – além disso, um colete salva-vidas pode ser usado por quem não sabe nadar.

Os passeios são divididos por grupos: segurando as pranchas, seis turistas na ida e seis na volta. O casal formado pelo administrador Osvaldo Casarim, 62 anos, e a aposentada Deodete Casarim, 61, ambos do interior de São Paulo, era só entusiasmo. “Não conhecia nenhum lugar no Brasil assim”, disse ele. “É lindíssimo”, completou ela.

Peixe assado também é servido no passeio. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Peixe assado também é servido no passeio. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Depois de todos mergulharem, podem relaxar na lancha e compartilhar as experiências. O passeio é o mesmo para todos, mas, acreditem, cada um tem uma impressão e percebe detalhes e cores diferentes do mar.

Para quem esperava só a atividade, vem a parte especial. O passeio inclui uma volta por praias como Americano, Cacimba do Padre e Sancho, enxergando-as de fora, e passando pela pedra do Rugido do Leão, uma formação rochosa na qual o encontro entre a caverna e o mar proporciona um barulho semelhante ao do animal.

Às vezes também é possível registrar a atividade e ver e bichos marinhos. Antes do por do sol, atobás e fragatas no céu aguardam uma bobeira de peixes, entre sardinhas, atuns e outras espécies. Faz parte da cadeia alimentar.

Depois da atividade, turistas podem admirar a vista. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Depois da atividade, turistas podem admirar a vista. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Maravilhados com a cena, alguns visitantes sequer percebem, mas Douglas já está colocando peixe e carne na churrasqueira instalada na parte traseira da lancha.

Quando a comida fica pronta, a embarcação já está de volta à Baía de Santo Antônio. Mas ainda não é hora de atracar, e, sim, o início de outro espetáculo. O por do sol começa no Mar de Dentro, mostrando que Noronha é uma ilha que pode sempre se superar.

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Praia do Cachorro

Foto: Miguel Igreja/Administração de Fernando de Noronha

A Praia do Cachorro é localizada mais próximo à Vila dos Remédios, o centro urbano de Fernando de Noronha. Talvez por isso é a mais frequentada por moradores e turistas.

A reia é clara e fofa, mas há também pedras que formam piscinas naturais com peixes coloridos e um paredão de rochas.

A água do mar é característica do Mar de Dentro: calma e cristalina. O Cachorro também oferece água doce através de uma fonte e uma bica, ao lado da escadaria de acesso à praia.

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Praia do Atalaia

Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Na Praia do Atalaia, os recifes formam piscinas naturais de água cristalina, com boa visibilidade e muitos peixes, atraindo banhistas interessados pela vida marinha.

A paisagem do Atalaia lembra a origem vulcânica de Fernando de Noronha, 1,5 milhão de anos atrás. A praia tem pedras negras e o Morro do Frade no meio.

Para preservá-la, o acesso é controlado. A praia só recebe pequenos grupos, que fazem a trilha de 1,5 quilômetro e podem ficar na água por meia hora.

Para isso, é necessário fazer o agendamento do passeio no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em frente à sede do Projeto Tamar.

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Enseada da Caieira

Foto: Reprodução/Blog The Hotel Wife

Praia escondida dos roteiros turísticos, a Enseada da Caieira é uma das que demonstram traços da atividade vulcânica que deram origem a Fernando de Noronha, há aproximadamente 1,5 milhão de anos.

A área, no Mar de Fora e pertencente ao Parque Nacional Marinho, tem restrições ambientais. Só é possível visitá-la na companhia de um guia credenciado.

A Caieira tem fica coberta por pedras em partes do ano, mas, em janeiro, o mar traz uma camada de areia que fica sobre as rochas. Nas piscinas, várias espécies de peixes e berçário para os tubarões da espécie limão.

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