Por Paulo Veras

Uma princesa em apuros, um jovem sonhador, um cowboy corajoso, um mestre sábio e, sobretudo, um vilão aterrorizante. A fórmula da “jornada do herói” que George Lucas aplicou em “Star Wars” pode parecer simplória, mas desde que o filme exibiu a famosa frase “Há muito tempo atrás numa galáxia muito distante” pela primeira vez, em novembro de 1977, a batalha entre siths e jedis deixou de ser um ousado projeto pessoal do diretor para se transformar em uma franquia que já lucrou mais de 30 bilhões de dólares.

Com uma história mais fechada, graças a desconfiança da Fox com a bilheteria, “Star Wars” (mais tarde rebatizado de “Episódio IV – Uma Nova Esperança”) narra a trajetória de Luke Skywalker, um jovem fazendeiro de um planeta deserto, que é levado pelas circunstâncias e pelo destino a se envolver de forma decisiva com a luta da Aliança Rebelde contra a opressão do Império. Na época, o gênero de space opera ainda estava se estabelecendo na literatura, e George Lucas não só foi bem sucedido em levá-lo para as telonas, como em criar uma mitologia vasta e inovadora, como os sabres de luz e a força.

Muito do sucesso de “Star Wars” se deve ao seu universo extremamente criativo, que mescla elementos de faroeste e samurais com andróides e aviação militar. E para uma franquia que floresceu por causa de seus fãs, os fabulosos personagens de Lucas foram fundamentais. É muito fácil se identificar com o sonho de Luke por aventuras, com o idealismo de Leia ou com a malemolência de Han Solo, ou com o humor quase infantil de R2-D2 e C3PO. E mesmo o vilão Darth Vader é um personagem extremamente carismático – provavelmente o mais idolatrado de toda a saga.

Outro grande trunfo de “Star Wars” é o modo como o filme revolucionou a tecnologia utilizada no cinema. Para produzir a história, George Lucas fundou a sua própria empresa de efeitos especiais, a ILM, que usou pela primeira vez efeitos visuais obtidos por computadores. Além disso, a franquia também ficou marcada pela trilha sonora de John Williams, que compôs músicas orrquestrais para o primeiro filme que se tornaram clássicos, como “The Force Theme” e a “Imperial March”.

Para os padrões de hoje, “Uma Nova Esperança” pode ser considerado um filme lento. Só depois de mais de 50 minutos de tela é que finalmente vemos a Estrela da Morte em ação e enquanto o seu brilhante laser verde destrói um planeta, nós somos apresentados a magnitude da ameaça do império. É a partir daí que a ação começa e vai se desenrolando até atingir o ápice no disparo de Luke, apenas três minutos antes de surgirem os créditos finais.

No primeiro filme da saga, talvez as atuações mais destacadas sejam as de Peter Cushing, Alec Guiness e Anthony Daniels, embora Mark Hamill, Harrison Ford e Carrie Fisher sejam extremamente competentes em situar o papel desempenhado por seus personagens e suas motivações. Leia, por exemplo, sempre foi mais do que uma pobre donzela indefesa, e muito pelo trabalho de atuação de Fisher, que nunca deixou a personagem ser um clichê nem quando imortalizava penteados.

Trailer de Uma Nova Esperança:


Episódio IV – Trailer on Disney Video