Por Mari Frazão

O Ataque dos Clones, continuação da segunda trilogia da franquia Star Wars, está longe de ser um ponto alto na carreira de George Lucas, famoso por duas grandes séries cinematográficas: a própria Guerra nas Estrelas e Indiana Jones. Aliás, a trilogia-prelúdio que narra a transformação do jovem Anakin Skywalker em um dos vilões mais icônicos da história do cinema, embora ansiosamente aguardada e vorazmente assistida, deixou a desejar. Lançado em 2002, 19 anos após o encerramento da tríade clássica, o Episódio II nem se aproxima da unanimidade entre os fãs.

Sucesso de bilheteria, a saga quase enterrou a carreira de Natalie Portman (Padmé Amidala). A atriz, que aos 12 anos despontou na vida artística com O Profissional, de Luc Besson, se viu afundada após dar vida à Rainha e Senadora de Naboo. Inserida em um universo bilionário, mas com uma atuação fraca em um papel sem profundidade, grandes diretores lhe viraram as costas. Essa responsabilidade pode ser creditada ao próprio Lucas, que, embora um gênio do cinema e criador de um verdadeiro império do entretenimento, demonstrou falta de tino para a direção. Não fosse a ajuda do diretor Mike Nichols, que impulsionou sua escalação para o drama Cold Mountain, de Anthony Minghella, a vencedora do Oscar por Cisne Negro talvez jamais tivesse outra chance de mostrar seu talento. O destino de Hayden Christensen (Anakin Skywalker) não permitiu tal reviravolta.  O ator, indicado ao Globo de Ouro em 2001 por Tempo de Recomeçar, não foi muito longe depois de sua atuação rasa em O ataque dos clones.

Como se não bastasse a aversão dos fãs pelo personagem Jar Jar Binks no Episódio I, a continuação não foi bem aceita ao explorar o maçante relacionamento entre Anakin e Padmé com diálogos que beiram a cafonice. Como resultado, o filme arrecadou 650 milhões em todo o mundo – uma cifra de respeito, mas que representou a 4ª maior bilheteria do ano, não alcançando o 1º lugar como seus antecessores.

Em destaque na trama, o cenário político de O ataque dos clones aparece mais bem amarrado, deixando para trás as cenas confusas sobre os bastidores do poder na República mostradas em A Ameaça Fantasma. A Força se mostra irrequieta nas cenas de Palpatine (Ian McDiarmid), quando são traçados os passos da ascensão do ex-Senador, eleito agora Chanceler Supremo. Um ponto aclamado foram as sequências de luta: depois de um Episódio I de caráter introdutório e carente de ação, o II conta com batalhas mais frequentes e emocionantes – como o épico embate entre o Mestre Yoda e o aprendiz Sith Conde Dookan. De modo geral, o filme é uma importante peça no quebra-cabeça da franquia, trazendo, por exemplo, as origens do vilão Boba Fett. A produção técnica de primeira linha rendeu à Lucasfilm uma indicação ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais.

Trailer de O Ataque dos Clones:


Episódio II – Trailer on Disney Video