Por Aline Araújo
Neste final de semana, o site BuzzFeed fotografou várias meninas, de diferentes idades, vestidas como heroína Rey na Comic Con San Diego, levantando mais uma vez os debates relacionados à representatividade de minorias, muito discutidos desde o lançamento de Star Wars VII – O Despertar da Força, com personagens em destaque representando mulheres e negros.
A questão é que todos querem se sentir representados ou ao menos se identificar com um personagem do seu filme favorito. Como é o caso da jornalista Karoline Albuquerque. Ela relata, que há oito anos, quando se apaixonou pelo universo de George Lucas, sentiu falta dessa representatividade.
“Quando decidi que meu lado era o da luz, com os Jedi, senti falta de alguém em quem me visse ali. Nunca fui de escrever fanfics, como tantas da minha geração. Mas isso não me impedia de criar minhas histórias e dar continuidade a elas apenas em minha mente, fosse num momento de distração na escola, ou quando eu realmente parava para fazer isso, em casa, apenas analisando o nada e visualizando os cenários” relatou.
“Ver essas garotas vestidas de Rey, personagem principal e Jedi do sétimo episódio da saga da aquele aconchego, sabe? Aquele que dá no coração quando você vê algo muito bom? Eram aquelas meninas que queriam ser Jedi também. A diferença é que agora elas têm um modelo a seguir” comemorou.
Desde o lançamento do sétimo filme da saga, os poderes de Rey são extremamente questionados em fóruns de debate de Star Wars, principalmente por homens. A alegação deles é de que ela não tem treinamento para executar tais feitos com a Força.
Para Karol, isso não é um argumento válido. “Me pergunto então, como Luke, com um treinamento pífio dado por Obi-Wan em pouquíssimo tempo destruiu a Estrela da Morte apenas sentindo a Força? Como Anakin voou no espaço, sem antes nunca ter deixado Tatooine, e baixou os escudos defletores da Federação de Comércio?”
Mesmo com a presença de Leia nos primeiros filmes da saga, cujo personagem no cinema não desenvolve a Força, mas no livro consegue controlar os pensamentos para “não distrair Luke” ou para se manter forte o suficiente para enforcar Jabba, The Hutt, a “cota” não chegava a ser suficiente para suprir as necessidades daquelas que como Karol, queriam ser Jedi.
Rey vem exatamente num momento que o cinema corre atrás dessa carência, como por exemplo na criação de personagens femininos (Thor – Deusa do Trovão) ou na substituição de famosos heróis masculinos em mulheres (como é o caso do Homem de Ferro). O que a gente sabe mesmo é que a Força é forte na representatividade dela!