Além da alta gastronomia, Noronha também tem self service

Self service é opção mais acessível e rápida em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Depois de alguns dias aproveitando a alta gastronomia pela qual Fernando de Noronha é reconhecida no continente, eis que surge em quase todo mundo vontade de (pasmem!) voltar ao arroz e feijão. É aí que entra o bom e velho self service, onde é possível encontrar de tudo. E, no caso do restaurante Flamboyant, aberto há 18 anos na ilha, o primeiro adjetivo é levado bem a sério.

A casa foi aberta inicialmente para vender sorvetes no Bosque Flamboyant, no centro da ilha. Porém, o serviço foi estendido às refeições há mais de uma década, com o objetivo de atingir um público que não pudesse frequentar os restaurantes mais badalados de Noronha. Isso sem perder a qualidade.

Decoração do restaurante é inspirada no rock. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Decoração do restaurante é inspirada no rock. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O restaurante é o único que ainda fornece almoço self service na ilha. Atualmente abre para o almoço das 12h às 17h e, para o jantar, com serviço à la carte, das 19h às 23h.

O cardápio não é fixo. Apesar de mudar diariamente, segundo a administradora da casa, a paulista Rose Silva, garante pelo menos duas opções de massas, feijão, carnes brancas e vermelhas.

O destaque vai para os peixes, geralmente escolhidos entre as opções da ilha, como cavala, atum, xaréu, bicuda e dourado.

Diante da variedade dos pratos e dos clientes, alguns cuidados são tomados. Um deles é o de não usar em excesso temperos e ingredientes regionais, como o coentro. A decoração também é planejada para dar um clima aconchegante à refeição, mesmo sendo rápida.

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Zé Maria: alta gastronomia e fartura no mesmo prato

Paella é um dos pratos mais concorridos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Paella, arroz de jaca, salmão, peixe afrodisíaco, ostra ao vinho branco, tartar de atum, camarão com maracujá e coco, camarão aos quatro queijos, purê de jerimum, farofa de banana, picanha suína, cioba, ceviche de frutos do mar. Satisfeito ou quer mais?

Zé Maria reúne os visitantes ao redor da mesa para apresentar os pratos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Zé Maria reúne os visitantes ao redor da mesa para apresentar os pratos. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Todos esses pratos e outros 35 fazem parte do Festival Gastronômico da Pousada Zé Maria, realizado há 19 anos, quase sempre com a presença de celebridades e com um animado karaokê. E a dica é esperar para mais tantas dezenas de sobremesas, incluindo brownie, tortas, mousses, cheesecakes, pudins. Continue com água na boca…

O movimento grande na pousada toda quarta-feira e sábado já começa às 20h. Uma hora depois, a mesa no centro, forrada com folhas, recebe os pratos. À esquerda, uma grande panela de paella de frutos do mar feita com purê de macaxeira, um dos destaques da casa. No outro extremo, pratos da culinária japonesa com peixe fresco da ilha. Reza a lenda que são pescados pelo próprio Zé Maria Sultanum – mas é só história de pescador.

Tartar de atum é um dos pratos da parte da mesa dedicada à culinária japonesa. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Tartar de atum é um dos pratos da parte da mesa dedicada à culinária japonesa. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O dono da pousada, aliás, é um espetáculo à parte na noite. De longos cabelos brancos e jeito alegre, é ele quem reúne os clientes ao redor da mesa para apresentar os pratos. Um por um. “Quanto mais vocês comem, mais feliz a gente fica”, afirma, prometendo uma noite para cada um em bangalôs da pousada caso falte comida, o que garante nunca ter acontecido. Assim começa o jantar, realizado sempre em homenagem às mulheres. “Sem elas, não existiríamos”, diz ao público – afinal não são só clientes.

Zé Maria foi convidado a viver em Fernando de Noronha há 28 anos para administrar um supermercado na ilha, no início do desenvolvimento turístico e período em que o arquipélago passou a ser território pernambucano. Lembra que naquele tempo a gastronomia ainda não tinha a diversidade que se mostra hoje. Como gostava de cozinhar, decidiu inovar. Em quase duas décadas, a ideia cresceu e a alta demanda exige agora seis responsáveis pela cozinha. “O chef sou eu, mas todo mundo é chef”, afirma.

Noites de festival têm dezenas de visitantes. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Noites de festival têm dezenas de visitantes. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Herdeiro do amor do pai por Noronha, Tuca Sultanum fica muitas vezes com a incumbência de apresentar as sobremesas. Para isso, conta com uma das cozinheiras, Dulce “doce”. Torta prestígio, pudim de laranja, cheesecake de damasco e de morango, torta de tiramisu, mousse de abacaxi, torta de doce de leite…

Mas a fama que corre pela ilha – verdadeira, vale salientar – é sobre o brownie especial da casa, um dos pontos mais visitados da mesa. “Eu digo que foi criação minha, mas não foi”, brinca Zé Maria.

Colocamos o brownie só para você imaginar o sabor. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Colocamos o brownie só para você imaginar o sabor. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Antes de se servir, no entanto, Tuca apresenta o casal bacana da noite, eleito pelos funcionários. Os escolhidos da noite em que o NE10 esteve na pousada foram os paulistas Vinícius Reis, 32 anos, e Bruna Costa, 30, atendidos pelo garçom Rodrigão. “Acho que ganhamos por causa da lua de mel”, palpita a advogada. “Mas também somos bacanas. Só que bacana mesmo é o Zé Maria”, acrescenta o publicitário. Os recém-casados escolheram o festival para finalizar a viagem a Noronha, que era um sonho para os dois.

Pudim de laranja é outra sobremesa do festival. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Pudim de laranja é outra sobremesa do festival. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Com Zé Maria cantando “Como é grande o meu amor por você”, de Roberto Carlos, começa o The Voice, o karaokê. Seguiu com “Evidências”, um clássico da brincadeira. “Todo mundo interage, gente que nunca se viu senta junto e se conhece. Já tivemos até três casamentos por causa disso”, conta.

Nessa noite de festival, sentados na mesa do dono da pousada, que fica no centro do restaurante, estavam a atriz Giulia Gam e o filho Theo, que arriscou cantar sucessos da banda O Rappa com o músico da casa, Buiu. Acostumado a ter celebridades entre os hóspedes e como companhia nas noites de festival, sendo Bruno Gagliasso e Paulo Vilhena provavelmente os mais frequentes, Zé Maria diz: “Famosos são todos, porque todo mundo é feliz. Trabalhamos com o que gostamos.”

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