Sancho: desculpem-me as outras praias, mas beleza é fundamental

De cima ou de qualquer ângulo, o Sancho revela a sua beleza. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Talvez seja a areia branca e a água cristalina. Talvez sejam os bancos de corais. Talvez seja o mistério sobre o que será encontrado após descer o penhasco. Não há uma resposta objetiva sobre o que fez a Praia do Sancho ser eleita duas vezes a mais bonita do mundo pelo TripAdvisor, em votação dos próprios visitantes. Porém, todas as características formam uma das principais paisagens de Fernando de Noronha, incluindo a cachoeira escondida.

Paredão margeia o Sancho. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Paredão margeia o Sancho. Foto: Luiz Pessoa/NE10

A praia é considerada um dos melhores pontos para a prática do mergulho livre no País. O Sancho fica na parte conhecida como Mar de Dentro, abrigado dos ventos alísios e, por isso, mais tranquilo e de água turquesa mais clara.

Há duas formas de chegar. Por terra, o visitante deve ir ao Posto de Informação e Controle (PIC) Golfinho-Sancho, na área do Parque Nacional Marinho, e percorrer a trilha indicada. São 320 metros. Ao chegar ao mirante, deve seguir pelos dois lances de escadas encravadas nas rochas, além da escadaria. Assim, finalmente está na areia.

Mas quem não encara a descida tem a opção de ir nos barcos, que acabam compondo o cenário. As embarcações ficam paradas por aproximadamente 40 minutos para mergulhos e banhos.

Foi o que aconteceu com o capixaba Jazar Majeski Alves, 46 anos, professor universitário, que estava pela primeira vez em Noronha. Ao se deparar com a escadaria – um dos pontos altos do passeio para os mais aventureiros – ficou com medo. Mas, sob os outros pontos de vista, considera o Sancho uma das praias mais bonitas da ilha.

“É o primeiro lugar que vou que vai superar as minhas expectativas. Aqui, o tempo passa voando. É tranquilo, você pode chegar à praia e deixar a bolsa com câmera tranquilamente; é bem sinalizado; e as pessoas são receptivas”, afirma. Para ele, ir a Noronha – e ao Sancho – era um sonho de anos.

No passeio, ainda é possível encontrar marcações de ninhos de tartarugas, viuvinhas, caranguejos e outras espécies animais. Destacam-se na areia branca pontinhos pretos e vermelhos, que são sementes de mulungu, árvore da flora envolta em histórias locais, como o fato de os presidiários usarem o seu caule para fazer canoas e fugir da ilha e acabarem à deriva, já que essa madeira tem como característica afundar.

Cachoeira do Sancho só aparece após dias de chuva. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Cachoeira do Sancho só aparece após dias de chuva. Foto: Luiz Pessoa/NE10

E NA CHUVA? – Quem acha que não dá para aproveitar a praia em dias de chuva está muito enganado. É nela que boa parte da beleza aparece, na Cachoeira do Sancho, escondida na parte esquerda. Para chegar lá, é só andar até o ponto em que a água doce sai para o mar, onde entra em direção às árvores. Passando o caminho de rocha, de difícil acesso e muitas vezes acompanhado de caranguejos e outros animais, já é possível tomar banho. Atenção, pois também há uma queda d’água facilmente visível próximo à descida pelas escadas, mas essa não é a verdadeira.

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Praia do Sueste

Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Antes de ir à Praia do Sueste, não esqueça o snorkel. Por lá é possível ver as tartarugas marinhas que frequentam a baía.

A área fica no Parque Nacional Marítimo e tem um dos dois Pontos de Informação e Controle (PIC) da ilha, sendo necessário o pagamento de ingresso.

Como fica no Mar de Fora, as águas são um pouco mais turvas. No entanto, isso não impossibilita o mergulho.

Para essa atividade no canto direito da praia, o colete é item obrigatório. Os equipamentos podem ser alugados na loja que fica no PIC.

Uma dica é contratar os guias que ficam na praia, já que, por conhecerem a área, a segurança é maior e a chance de ver tartarugas, tubarões, arraias e polvos aumenta.

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Praia do Cachorro

Foto: Miguel Igreja/Administração de Fernando de Noronha

A Praia do Cachorro é localizada mais próximo à Vila dos Remédios, o centro urbano de Fernando de Noronha. Talvez por isso é a mais frequentada por moradores e turistas.

A reia é clara e fofa, mas há também pedras que formam piscinas naturais com peixes coloridos e um paredão de rochas.

A água do mar é característica do Mar de Dentro: calma e cristalina. O Cachorro também oferece água doce através de uma fonte e uma bica, ao lado da escadaria de acesso à praia.

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Buraco da Raquel

Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

As piscinas naturais entre os rochedos do Buraco da Raquel podem ser admirados do mirante. Para preservar o meio ambiente e essa vista, os banhos foram proibidos.

O nome inusitado faz referência à filha de um dos comandantes militares que atuaram em Noronha. Raquel costumava se esconder na pedra à beira-mar.

A jovem também dá nome ao Morro do Pico, o ponto mais alto do arquipélago, com 321 metros, conhecido também como inspiração de Raquel. O morro pode ser visto de quase todos os pontos.

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Praia do Boldró

Foto: Miguel Igreja/Administração de Fernando de Noronha

O por do sol é provavelmente o momento em que a Praia do Boldró é mais procurada por turistas e ilhéus. Do mirante e das ruínas do forte, o céu vai mudando de cor e o sol se despede sob aplausos dos visitantes extasiados pela cena.

A vista também encanta por ser dos dois principais cartões postais de Fernando de Noronha. À direita está o Morro do Pico, enquanto à esquerda, o Morro dos Dois Irmãos.

Com ondas que chegam a cinco metros no verão, a praia também é procurada pelos surfistas. Devido às piscinas ricas em vida marinha, também é escolhida pelos banhistas em outros meses do ano.

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Praia do Bode

Um dos caminhos para a Praia do Bode é pela Cacimba do Padre. Foto: Miguel Igreja/Administração de Fernando de Noronha

Piscinas naturais são o principal atrativo da Praia do Bode. O caminho para chegar lá depende da maré: se estiver baixa, pode ser pelas pedras, saindo da Cacimba do Padre, mas, quando estiver alta, só pela trilha.

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Baía dos Porcos

Foto: Luiz Pessoa/NE10

Se a Baía dos Porcos já tem uma vista incrível do mirante, de perto é ainda melhor. Lá, as pedras formam piscinas de águas transparentes.

Para chegar, só a pé. Saindo da Cacimba do Padre, o caminho é pela areia, em direção à esquerda. Ainda tem uma trilha de pedras. Mas o esforço vale a pena.

Além das piscinas naturais e do paredão rochoso alto, o visual fica completo com a vista do Morro Dois Irmãos, cartão postal de Fernando de Noronha.

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Praia do Atalaia

Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Na Praia do Atalaia, os recifes formam piscinas naturais de água cristalina, com boa visibilidade e muitos peixes, atraindo banhistas interessados pela vida marinha.

A paisagem do Atalaia lembra a origem vulcânica de Fernando de Noronha, 1,5 milhão de anos atrás. A praia tem pedras negras e o Morro do Frade no meio.

Para preservá-la, o acesso é controlado. A praia só recebe pequenos grupos, que fazem a trilha de 1,5 quilômetro e podem ficar na água por meia hora.

Para isso, é necessário fazer o agendamento do passeio no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em frente à sede do Projeto Tamar.

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Praia do Americano

Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Cercada de pedras, a Praia do Americano recebeu esse nome por causa da ocupação militar dos Estados Unidos no século passado. Agora, é procurada por quem quer privacidade.

A praia é pequena e deserta. Já foi usada por mulheres que queriam fazer topless. Porém, pode ser vista dos barcos que estão no mar.

Entre as praias do Boldró e do Bode, tem as águas muito azuis, com areia fofa. Os paredões de rocha completam o visual. O acesso é por trilha.

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Ponta da Air France

Foto: Luiz Pessoa/NE10

Local onde é possível remontar a história de Fernando de Noronha, a vista da Ponta da Air France impressiona também por ser ponto de encontro entre o mar de dentro, mais calmo e onde o sol se põe, e o mar de fora, agitado e local do nascer do sol.

O mirante tem vista direta para ilhotas que compõem o arquipélago, como São José, Rata e Sela Ginete.

O cenário se transforma com o passar do dia, devido à influência do alinhamento entre sol, lua e Terra. Enquanto não é possível ver as rochas vulcânicas na maré alta, elas parecem formar um caminho até São José. Porém, devido às águas agitadas, o Air France não é indicado para o banho.

O nome da Air France foi dado porque, na década de 1930, serviu como uma base de apoio francesa, onde pousavam aviões. Depois, virou um bar, que não funciona mais. Atualmente, há uma casa onde funciona um centro cultural, ateliê para artesãos locais.

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