Noronha é destino também para viajantes de fim de semana; veja roteiro

Morro Dois Irmãos é um dos principais cartões postais de Noronha. Vista é do mirante na trilha que pode ser acessada no PIC Sancho/Golfinho. Foto: Luiz Pessoa/NE10Morro Dois Irmãos é um dos principais cartões postais de Noronha. Vista é do mirante na trilha que pode ser acessada no PIC Sancho/Golfinho. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Promoções cada vez mais constantes de passagens aéreas têm incluído Fernando de Noronha nos destinos com desconto, em voos que saem de Recife e Natal. Assim, as oportunidades são maiores de conhecer a ilha e, mesmo para quem não tem férias previstas, pode aproveitar um fim de semana para relaxar por lá. Veja um roteiro para poucos dias – mas o ideal é reservar pelo menos sete dias para o arquipélago:

Sexta-feira

É possível ver vários pontos de Noronha do Forte dos Remédios e, por isso, ele é escolhido para o pôr do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10

É possível ver vários pontos de Noronha do Forte dos Remédios e, por isso, ele é escolhido para o pôr do sol. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Todos os voos chegam a Noronha à tarde. Para aproveitar desde os primeiros momentos, tem que deixar as malas na pousada e correr para assistir ao pôr do sol. Alguns dos pontos preferidos são os fortes de São Pedro do Boldró, onde muita gente se reúne após os passeios, e de Nossa Senhora dos Remédios, que tem vista para vários pontos da ilha, além da Praia da Conceição, a mais badalada. Mas antes, se estiver com fome, vale parar na saída do aeroporto para um lanche em Gostosinho, um dos personagens da ilha que gostam de bater papo, contar histórias e dar dicas.

Depois desse espetáculo, que já impressiona e pode causar o tal sentimento de “euforonha“, é hora de provar a gastronomia noronhense. Tem moqueca, ceviche, paella, bolinho de carne de tubarão, camarão empanado com coco, pratos com nomes de famosos, torta de jaca, self service

Forró é o ritmo das noites de sexta no arquipélago. Após o jantar, é hora de ir à festa no Bar do Cachorro, que fica na histórica Vila dos Remédios. São vários estilos – pé de serra, universitário, estilizado – e a entrada custa R$ 20. Mas não vá dormir muito tarde, pois o passeio no dia seguinte começa cedo.

Toda noite tem uma festa em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Toda noite tem uma festa em Noronha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Sábado

Cachorrão e Cachorrinho afirmam que o Dog Móvel é inclusivo. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Cachorrão (à direita) é um dos que fazem o Ilhatour. Foto: Luiz Pessoa/NE10

O Ilhatour é um passeio para quem não conhece Noronha ainda. De buggy, os turistas podem percorrer os lugares mais bonitos da ilha, incluindo as praias, onde há paradas para fotos e banhos de mar. A atividade custa uma média de R$ 150 e é oferecida pelo receptivo Atalaia Turismo. Um dos personagens mais famosos de lá, Cachorrão, também faz o passeio – a ainda provoca boas risadas.

Se você já conhece o arquipélago, há várias opções. Uma delas é, pela manhã, explorar lugares não tão visitados, como a Praia da Atalaia e as enseadas da Caieira e dos Abreus. Mas é bom se programar, pois o horário deve ser reservado na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), na Alameda do Boldró.

Para quem vai só para relaxar no paraíso, uma opção é relembrar quais são as praias que mais gostou e passar a manhã por lá. Algumas dicas são as praias do Sancho e da Cacimba do Padre e a Baía dos Porcos, que não são tão movimentadas.

Panorâmica mostra praias do Mar de Dentro, do Sancho à Cacimba do Padre. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Panorâmica mostra Praia do Sancho, no Mar de Dentro. Foto: Luiz Pessoa/NE10

À tarde, o pôr do sol pode ser no passeio de barco pelo Mar de Dentro, geralmente ladeado pelos golfinhos. A atividade custa cerca de R$ 140. Os mais dispostos têm também a opção de passear pela ilha em bicicletas elétricas alugadas na sede do ICMBio ou fazer trilhas, como a Costa dos Mirantes, que vai até o Mirante dos Golfinhos, seguindo pela encosta até o Dois Irmãos; ou a Capim-Açu, passando pela caverna e por piscinas naturais até chegar à Praia do Leão.

Morro do Pico, ao lado da Praia da Conceição, é outro cartão postal da ilha. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Morro do Pico, ao lado da Praia da Conceição, é outro cartão postal da ilha. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

A noite pode começar com uma visita ao Projeto Tamar, onde há palestra todos os dias, às 20h. A de sábado é sobre as tartarugas marinhas.

De lá, você pode seguir para o Festival Gastronômico da Pousada Zé Maria. São dezenas de opções, entre peixes, frutos do mar, carne. Há outras dezenas de sobremesas, incluindo tortas e doces. Só não deixe de comer a paella e o brownie, que são os clássicos.

Quem ainda tiver disposição segue para o reggae no Muzenza, localizado na Vila dos Remédios. Mas o ritmo jamaicano não é o único na festa, onde rock, pop e MPB também têm vez. A entrada custa R$ 20.

Domingo

O passeio de barco pode ser a escolha para os visitantes que fizeram o Ilhatour no sábado. Vale a atividade como uma visita às praias do Mar de Dentro ou para o plana sub, um mergulho a reboque.

Golfinhos costumam aparecer para os turistas nos passeios de barco. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Golfinhos costumam aparecer para os turistas nos passeios de barco. Foto: Antônio Melcop/Divulgação

Para quem já foi a Noronha, este é o dia de mergulhar de cilindro, uma chance de conhecer de perto esse universo tão diferente que é o fundo do mar. O Batismo é o passeio ideal para os iniciantes. O preço é, em média, R$ 440. É quase unanimidade que vale a pena!

Se ainda não tem coragem para isso, deixando o Batismo para a próxima ainda, o mergulho com snorkel na Praia do Sueste é mais tranquilo e dá para passar um tempo com os animais que habitam o mar de Noronha. Os mais vistos são as tartarugas.

Se não deu tempo de fazer trilha ou passear de bicicleta pelo arquipélago ainda, a chance é na tarde de sábado. À noite, tem o Samba Depois da Missa no Muzenza, após mais um jantar em um dos restaurantes noronhenses.

Visita ao Museu Noronhense, para conhecer a história da ilha, pode ficar para a segunda. Foto:

Visita ao Museu Noronhense, para conhecer a história da ilha, pode ficar para a segunda. Foto:

Segunda-feira

Um último mergulho nas águas do Mar de Dentro é o passeio certo antes de voltar para casa. As praias do Cachorro, do Meio e da Conceição são de acesso mais fácil, pela Vila dos Remédios. Antes de retornar à pousada e se arrumar para o check out, um passeio pelo centro histórico, passando pelo Museu Noronhense e pelo Forte de Nossa Senhora dos Remédios. Os voos saem para Recife ou Natal à tarde.

Compartilhe:

Tubarões e golfinhos são grandes animais do mar de Noronha

Por incrível que pareça, os golfinhos têm o mesmo ancestral que vacas, camelos e hipopótamos, o creodonte. Foto: Antônio Melcop/Administação de Fernando de NoronhaPor incrível que pareça, os golfinhos têm o mesmo ancestral que vacas, camelos e hipopótamos, o creodonte. Foto: Antônio Melcop/Administação de Fernando de Noronha

Dois grandes animais que habitam o fundo do mar de Fernando de Noronha fazem da ilha eleita a mais bonita do Brasil um verdadeiro parque de diversões. São os golfinhos e os tubarões, que acompanham os turistas na viagem, interagindo com eles, cada um da sua forma, e despertando a curiosidade desses visitantes.

Tubarões surgiram no mundo há mais 350 milhões de anos, antes mesmo da formação dos planetas e do Oceano Atlântico. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Tubarões surgiram no mundo há mais 350 milhões de anos, antes mesmo da formação dos planetas e do Oceano Atlântico. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Estigmatizado como um animal terrível, é no arquipélago que o tubarão mostra que as coisas não são bem assim. Em praias como a do Sueste, do Porto de Santo Antônio, da Caieiras e do Sancho, é possível interagir com eles, principalmente com os da espécie limão (negaprion brevirostris), uma das 13 encontradas na ilha – além dela, as mais frequentes são o lixa (ginglymostoma cirratum) e o do recife (carcharhinus perezi).

Pegue o snorkel, vá para o mar e não tenha medo. O engenheiro de pesca Leonardo Veras, curador do Museu do Tubarão, explica que os seres humanos não fazem parte da cadeia alimentar dos oceanos, logo, não são alimento para esses animais. “A pergunta não é por que os tubarões de Noronha atacam, e sim por que os outros fazem isso. Tubarão não é feito para comer gente. Aqui temos um ambiente equilibrado e pequena invasão humana no mar. Além disso, a água cristalina faz com que o tubarão identifique o humano e não ataque”, afirma.

Esses predadores se alimentam de peixes menores do que eles, principalmente o peixe papagaio, além de animais como polvos e lagostas. Pesquisas apontam que há tubarões que comem cerca de 2% do seu peso corporal por dia. Porém, Veras frisa que isso não vale para todas as espécies.

Tubarão nadando na Praia do Sancho. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Tubarão nadando na Praia do Sancho. Treze das 375 espécies do mundo podem ser encontradas em NoronhaFoto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

“Eles não comem o tempo todo. Como têm o metabolismo mais baixo do que o do ser humano e são animais homeotérmicos, com temperatura regulada pelo ambiente, acabam gastando menos energia”, justifica. Além disso, esses bichos passam por períodos de abstinência alimentar que podem durar um ano – embora tenham como objetivo de vida procurar alimento. “Precisam comer principalmente quando vão se preparar para a migração e para a reprodução.”

É justamente para ter os filhotes que os tubarões chegam a Noronha. No caso da espécie limão, depois de usar as piscinas naturais da ilha como berçário, ficam na costa enquanto são jovens, período em que geralmente podem ser vistos pelos banhistas. São animais de até um metro, normalmente até os 12 anos de idade.

De acordo com o engenheiro de pesca, os machos adultos dessa espécie vivem longe da ilha, enquanto as fêmeas costumam  morar em regiões mais profundas no entorno de Noronha. Os animais se aproximam da costa entre janeiro e fevereiro, quando acontece a cópula. A fecundação é interna.

As crias nascem 11 meses depois, podendo haver até 20 pequenos tubarões, medindo cerca de 30 centímetros. O canibalismo é muito comum entre esses bichos, então, assim que chegam à água, os filhotes já têm que ficar alerta. Esses animais podem viver cerca de 30 anos.

QUIZ
» Faça o teste e descubra que praia de Noronha combina mais com você

Apesar de muitas espécies poderem, digamos, descansar – os da limão ficam parte do dia em repouso -, os tubarões nunca deixam de lado os sete apuradíssimos sentidos que os fazem ser conhecidos como máquinas: eletrorrecepção, visão, paladar, audição, olfato, tato e tato à distância. Tudo isso com o único intuito de identificar presas em potencial e mapeá-las no fundo do mar.

Tubarão descansando no Buraco da Raquel. Mesmo com o metabolismo baixo, mantém alerta. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Tubarão descansando no Buraco da Raquel. Mesmo com o metabolismo baixo, mantém alerta. Foto: Leonardo Veras/Acervo Pessoal

Só para dar alguns exemplos, eles podem localizar, através da escuta remota, leves vibrações a longa distância, o que lhes permite localizar peixes feridos no oceano. Assim como em outros animais aquáticos, a audição é o sentido mais aguçado de todos nesses bichos, pois o som se propaga quatro vezes melhor na água do que no ar. Os tubarões souberam tirar proveito disso ao longo da evolução com seus dois ouvidos internos dotados de sensores de direção, equilíbrio e velocidade.

Mas o sentido mais famoso é o olfato, explorado pelos filmes, é o olfato. Algumas espécies são capazes de detectar uma parte por milhão, o que equivale a uma gota de extrato de peixe dissolvida em uma piscina olímpica.

Para conhecer mais detalhes sobre os tubarões em Noronha, vale visitar o Museu do Tubarão, aberto diariamente das 8h às 19h30, e assistir à palestra de Leonardo Veras no Projeto Tamar nas sextas-feiras, às 20h. Os dois passeios são gratuitos.

GOLFINHOS – Quem não viaja para a ilha interessado no passeio de barco com golfinhos em volta que atire a primeira pedra. O que poucos sabem é que, enquanto parecem fazer um show, esses animais, na verdade, estão “de guarda” e querem proteger o grupo principal, em que estão as fêmeas e os filhotes. Os mesmos bichos que acompanham as embarcações afugentam e enfrentam tubarões e organizam os deslocamentos.

As informações são do projeto Golfinho Rotador, que atua em Noronha para a preservação da espécie através da educação ambiental. Os turistas que quiserem ver esses animais além do passeio, podem ir cedo ao Mirante dos Golfinhos, que fica na área do Parque Nacional Marinho e pode ser acessado a partir do Ponto de Informação e Controle Sancho/Golfinho. Lá, você pode pegar um dos binóculos emprestados pelo projeto a partir das 7h, além de tirar dúvidas sobre os hábitos dos bichos, e se encantar.

Golfinhos têm respiração pulmonar através de um orifício que se abre quando ele sobe para fazer as trocas gasosas e se fecha quando vai submergir. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Golfinhos têm respiração pulmonar através de um orifício que se abre quando ele sobe para fazer as trocas gasosas e se fecha quando vai submergir. Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

É comum assistir aos filhotes mamando. As pequenas crias, de cerca de 75 centímetros, se posicionam de lado e esfregam o focinho nas fendas mamárias da mãe, de onde sai o leite rico em gordura.

A relação entre a cria e a mãe, inclusive, é muito forte entre os rotadores, de nome científico stenella longirostris. Não há figura paterna, já que a poligamia é comum e as atividades sexuais são realizadas sem fins reprodutivos, com objetivo de alcançar prazer sexual ou afetivo. Quando há fecundação, a gestação dura 10,5 meses.

VEJA TAMBÉM
» Seja biólogo por uma noite em Noronha
» Que bacalhau que nada! Em Noronha, o bolinho é de tubarão

Os golfinhos chegam a Noronha pela manhã, em movimento em direção à baía que ganhou o nome deles antes do nascer do sol, após passarem a noite se alimentando longe da costa. À tarde, voltam a sair para as zonas de alimentação. Eles comem lulas, camarões e peixes, principalmente o voador, o garapau e a agulhinha. A cada dia, se alimentam de cerca de 5% do seu peso.

Devido ao seu sistema de comunicação, baseado nos sons – silvos com tons puros e assobios altos – e na movimentação aérea – relacionada ao deslocamento, ao estado de alerta ou à coesão do grupo -, os golfinhos são considerados animais muito inteligentes.

Enquanto os seres humanos têm o sexto maior cérebro entre os mamíferos, proporcionalmente, os golfinhos rotadores têm o terceiro maior, com um quilo e meio. O córtex associativo, a parte especializada no pensamento abstrato e conceitual, também é maior que a dos homens. Essas são as características desses animais há mais de 30 milhões de anos.

Compartilhe:

Faça o teste e descubra que praia de Noronha combina mais com você

Barcos param na Praia do Sancho para banho de mar. Foto: Luiz Pessoa/NE10Barcos param na Praia do Sancho para banho de mar. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Está de malas prontas para Fernando de Noronha e já quer saber de que praia pode gostar mais na sua viagem? Responda ao teste, que também serve para quem conhece a ilha ou planeja ir um dia, e descubra se você combina mais com o Sancho, eleita duas vezes a mais bonita do mundo, ou com a Atalaia, um destino para os mais aventureiros. Seu perfil pode bater também com o Sueste, de fácil acesso e cheia de animais, a Conceição, uma das badaladas, ou com o Cachorro, a mais, digamos, urbana. Há ainda a Cacimba do Padre, reduto dos surfistas, ou o Americano, quase deserta.

Clique aqui para participar do quiz.

Faça o teste e não esqueça de compartilhar o resultado nas redes sociais

Faça o teste e não esqueça de compartilhar o resultado nas redes sociais

Compartilhe:

Do semiárido, mocós fizeram de Noronha a própria casa

Mocós formam tocas nas pedras, onde vivem em grupos familiares. Foto: Luiz Pessoa/NE10Mocós formam tocas nas pedras, onde vivem em grupos familiares. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Pequenos roedores de pelo em tons de cinza e marrom encantam muitos visitantes que têm a oportunidade de vê-los pelas encostas rochosas de Fernando de Noronha. Eles são os mocós, mamíferos introduzidos na ilha na década de 1960, trazidos do semiárido nordestino.

De pelo em tons de marrom e cinza, mocós se camuflam entre as rochas. Foto: Luiz Pessoa/NE10

De pelo em tons de marrom e cinza, mocós se camuflam entre as rochas. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Esses animais, de nome científico Kerodon rupestris, são mamíferos com grandes dentes frontais que saltam e escalam muito bem. Como os coelhos, têm rabo curto. A semelhança com os ratos está nas orelhas, pequenas e arredondadas. A alimentação é baseada em frutos e raízes.

Os mocós têm reprodução ao longo de todo o ano, com pico nos meses de verão, de menos chuva. Após o cruzamento entre macho e fêmea, ela engravida e, 30 dias depois, nascem de quatro a oito filhotes. Com um mês e meio de idade, os pequenos animais já podem se alimentar sozinhos, caminhar e têm o corpo todo coberto de pelos. Aos cinco meses, estão sexualmente ativos.

As mães já são férteis logo após o nascimento dos bebês. Isso fez com que a população desses fofos mamíferos aumentasse a ponto de transformá-los em uma praga biológica na ilha – ou seja, são tantos indivíduos que não há mais equilíbrio na cadeia alimentar.

De acordo com a bióloga Maria de Lourdes Alves, da Administração de Fernando de Noronha, há pesquisadores estudando formas de reduzir o número de habitantes, já que o problema afeta o ecossistema, as formações rochosas e as fortificações históricas da ilha, desgastadas pelos roedores. Mas a especialista ressalta que os próprios animais fazem o controle natural. “Quando população fica muito grande, os machos adultos comem os filhotes, fazem canibalismo”, explica.

Mocós conseguem se reproduzir a cada 30 dias, em média. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Mocós conseguem se reproduzir a cada 30 dias, em média. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Os mocós vivem em pequenas famílias e fazem suas tocas principalmente nas encostas do Mar de Dentro, como a que há na Praia do Sancho e na Baía dos Porcos. É para lá que correm na presença de humanos, por se sentirem ameaçados. Porém, não há perigos para os visitantes. “Eles não atacam, são muito amistosos”, afirma a bióloga.

Esses mamíferos foram levados para Noronha com o objetivo de ser caçados pelos militares que moravam na ilha para a alimentação. Com a criação da área de preservação ambiental, em 1988, passou a ser proibido matar todos os animais selvagens, incluindo os mocós.

Compartilhe:

Plana sub mostra a casa dos noronhenses submersos

Passeio tem formações rochosas e ilhotas de Noronha como plano de fundo. Foto: Luiz Pessoa/NE10Passeio tem formações rochosas e ilhotas de Noronha como plano de fundo. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Saindo da Baía de Santo Antônio, os tripulantes, já ansiosos, recebem as instruções para o passeio com toques de aventura: no mar azul de Fernando de Noronha, ficarão na água segurando uma prancha ligada ao barco por um cabo, sendo levados a 8 km/h. Usando um snorkel e mergulhando, cada um pode ter as próprias impressões sobre a vida marinha tão própria da ilha.

Não entendeu? Veja o vídeo para se inspirar:

Plana Sub – O mergulho a reboque em Fernando de Noronha

São vários os nomes desse passeio que, na verdade, nada mais é do que um mergulho a reboque no cenário paradisíaco de Noronha: aquasub, pranchasub… Todos eles surgiram da união do esporte com o turismo. Enquanto alguns dizem que já é praticado há mais uma década no arquipélago, outros atribuem a sua criação ao engenheiro de pesca Leonardo Veras, que desenvolveu um modelo de prancha e o patenteou com o nome plana sub há cerca de oito anos.

Antes de cair ao mar, visitantes recebem orientações sobre a prancha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Antes de cair ao mar, visitantes recebem orientações sobre a prancha. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Mas o que importa para nós, turistas, é que, hoje em dia, é possível aproveitá-lo, com segurança, de quatro formas diferentes: nas embarcações Eduarda II, Toda Nua e Alquimista II, além das embarcações do Receptivo Atalaia Turismo, que levou a equipe do NE10 de lancha.

A embarcação deixou o porto por volta das 14h, com os tripulantes Douglas e Carlinhos dando as primeiras orientações ao grupo. Usando o lado positivo da prancha para baixo, é possível chegar a oito metros de profundidade. Se a intenção é essa, o lado negativo está ali para não descer tanto – além disso, um colete salva-vidas pode ser usado por quem não sabe nadar.

Os passeios são divididos por grupos: segurando as pranchas, seis turistas na ida e seis na volta. O casal formado pelo administrador Osvaldo Casarim, 62 anos, e a aposentada Deodete Casarim, 61, ambos do interior de São Paulo, era só entusiasmo. “Não conhecia nenhum lugar no Brasil assim”, disse ele. “É lindíssimo”, completou ela.

Peixe assado também é servido no passeio. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Peixe assado também é servido no passeio. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Depois de todos mergulharem, podem relaxar na lancha e compartilhar as experiências. O passeio é o mesmo para todos, mas, acreditem, cada um tem uma impressão e percebe detalhes e cores diferentes do mar.

Para quem esperava só a atividade, vem a parte especial. O passeio inclui uma volta por praias como Americano, Cacimba do Padre e Sancho, enxergando-as de fora, e passando pela pedra do Rugido do Leão, uma formação rochosa na qual o encontro entre a caverna e o mar proporciona um barulho semelhante ao do animal.

Às vezes também é possível registrar a atividade e ver e bichos marinhos. Antes do por do sol, atobás e fragatas no céu aguardam uma bobeira de peixes, entre sardinhas, atuns e outras espécies. Faz parte da cadeia alimentar.

Depois da atividade, turistas podem admirar a vista. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Depois da atividade, turistas podem admirar a vista. Foto: Luiz Pessoa/NE10

Maravilhados com a cena, alguns visitantes sequer percebem, mas Douglas já está colocando peixe e carne na churrasqueira instalada na parte traseira da lancha.

Quando a comida fica pronta, a embarcação já está de volta à Baía de Santo Antônio. Mas ainda não é hora de atracar, e, sim, o início de outro espetáculo. O por do sol começa no Mar de Dentro, mostrando que Noronha é uma ilha que pode sempre se superar.

Compartilhe:

Praia do Cachorro

Foto: Miguel Igreja/Administração de Fernando de NoronhaFoto: Miguel Igreja/Administração de Fernando de Noronha

A Praia do Cachorro é localizada mais próximo à Vila dos Remédios, o centro urbano de Fernando de Noronha. Talvez por isso é a mais frequentada por moradores e turistas.

A reia é clara e fofa, mas há também pedras que formam piscinas naturais com peixes coloridos e um paredão de rochas.

A água do mar é característica do Mar de Dentro: calma e cristalina. O Cachorro também oferece água doce através de uma fonte e uma bica, ao lado da escadaria de acesso à praia.

Compartilhe:

Praia do Boldró

Foto: Miguel Igreja/Administração de Fernando de NoronhaFoto: Miguel Igreja/Administração de Fernando de Noronha

O por do sol é provavelmente o momento em que a Praia do Boldró é mais procurada por turistas e ilhéus. Do mirante e das ruínas do forte, o céu vai mudando de cor e o sol se despede sob aplausos dos visitantes extasiados pela cena.

A vista também encanta por ser dos dois principais cartões postais de Fernando de Noronha. À direita está o Morro do Pico, enquanto à esquerda, o Morro dos Dois Irmãos.

Com ondas que chegam a cinco metros no verão, a praia também é procurada pelos surfistas. Devido às piscinas ricas em vida marinha, também é escolhida pelos banhistas em outros meses do ano.

Compartilhe:

Praia do Bode

Um dos caminhos para a Praia do Bode é pela Cacimba do Padre. Foto: Miguel Igreja/Administração de Fernando de NoronhaUm dos caminhos para a Praia do Bode é pela Cacimba do Padre. Foto: Miguel Igreja/Administração de Fernando de Noronha

Piscinas naturais são o principal atrativo da Praia do Bode. O caminho para chegar lá depende da maré: se estiver baixa, pode ser pelas pedras, saindo da Cacimba do Padre, mas, quando estiver alta, só pela trilha.

Compartilhe:

Baía dos Porcos

Foto: Luiz Pessoa/NE10Foto: Luiz Pessoa/NE10

Se a Baía dos Porcos já tem uma vista incrível do mirante, de perto é ainda melhor. Lá, as pedras formam piscinas de águas transparentes.

Para chegar, só a pé. Saindo da Cacimba do Padre, o caminho é pela areia, em direção à esquerda. Ainda tem uma trilha de pedras. Mas o esforço vale a pena.

Além das piscinas naturais e do paredão rochoso alto, o visual fica completo com a vista do Morro Dois Irmãos, cartão postal de Fernando de Noronha.

Compartilhe:

Praia do Americano

Foto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de NoronhaFoto: Antônio Melcop/Administração de Fernando de Noronha

Cercada de pedras, a Praia do Americano recebeu esse nome por causa da ocupação militar dos Estados Unidos no século passado. Agora, é procurada por quem quer privacidade.

A praia é pequena e deserta. Já foi usada por mulheres que queriam fazer topless. Porém, pode ser vista dos barcos que estão no mar.

Entre as praias do Boldró e do Bode, tem as águas muito azuis, com areia fofa. Os paredões de rocha completam o visual. O acesso é por trilha.

Compartilhe: